Celebrando a obra de um diretor francês e com uma performance que promete provocar a Globo, começa nesta quinta (1º, a 5ª MITsp (Mostra Internacional de Teatro de São Paulo).
O festival tem idalização dos mineiros radicados em São Paulo Antonio Araújo, diretor do Teatro da Vertigem, e Guilherme Marques, do CIT-Ecum (Centro Internacional de Teatro Ecum), que também respondem pela curadoria do festival que movimenta a cena teatral paulistana e brasileira.
Além de dez peças internacionais, a MITsp tem atividades formativas e reflexivas e olhares críticos para as obras apresentadas, com direito a debate com críticos convidados ao fim das sessões.
A abertura será no Auditório Ibirapuera, com o espetáculo “Suíte n°2”, dirigido pelo francês Joris Lacoste, homenageado nesta edição.
“A ideia do artista em foco é apresentar nomes que tenham trabalho de pesquisa cênico importantes e que não são tão conhecidos ainda no Brasil. O Joris tem um trabalho sobre a questão da fala, do texto, da palavra que é importantíssimo. E ainda não é conhecido, você fala Joris Lacoste e as pessoas aqui ainda não sabem quem é. Vamos olhar com mais atenção para o trabalho e a pesquisa dele”, fala Antonio Araújo ao Blog do Arcanjo do UOL.
“O trabalho de abertura, ‘Suíte nº 2’, é exigente com o espectador e exige uma fruição do público. O fato de trazê-lo na abertura é uma forma de jogar luz e valorizar a pesquisa que ele faz”, conta Araújo.
“Na edição passada tivemos a presença mais forte de trabalhos imagéticos, nesta vem a força da palavra, tão importante na obra do Joris. Fazemos um convite para o reencontro com a palavra e o discurso. Esse elemento está presente na 5ª MITsp”, aponta o curador.
Araújo ainda lembra que o mestre polonês Krystian Lupa fará workshop será para jovens atores e encenadores. E que a atriz e dramaturga britânica Selina Thompson participa da ação “Diálogos Transversais”.
Participam da 5ª MITsp artistas da Alemanha, Argentina, França, Polônia, Reino Unido, Suíça e Uruguai, além do Brasil.
Encerramento provoca a Globo
O encerramento do festival será com a provocativa performance “A Gente Se Vê Por Aqui”, dirigida pelo artista brasileiro Nuno Ramos e que faz referência ao slogan da Globo.
Ela terá duração de 24 horas, entre o “Fantástico” do dia 11 de março até o “Jornal Nacional” de 12 de março, com os atores Danilo Grangheia e Luciana Paes.
A sinopse diz: “dois performers reproduzem na íntegra a programação da Rede Globo durante 24 horas […] Com fones de ouvido, que os isolam do mundo exterior, recebem o áudio dos telejornais, filmes, novelas, programas de auditório, publicidade e vinhetas. No palco, têm à disposição um “kit-sobrevivência” – geladeira, fogão, comida, banheiro, sofá, cama, cadeira -, um “kit-jogos” – baralho, saco de boxe, luvas, peteca, bola, bexiga -, e um “kit-atuação” – peruca, maquiagem, máscaras e fantasias”.
E continua: “Enquanto mimetizam ou reinterpretam a programação, sempre reproduzindo o áudio que recebem em seus fones, realizam tarefas cotidianas, como cozinhar, ir ao banheiro, descansar no sofá, brincar. Idealizada e dirigida por Nuno Ramos, A Gente Se Vê Por Aqui opera por meio de deslocamentos – os atores vão performar o que já é representação, mas que quase nunca é percebido como tal, por conta da naturalização e verdades construídas pela televisão”.
Conheça a programação da MITsp
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