Após ser Elza Soares, Naruna Costa faz novela na Globo, série e cinema
Após ganhar o grande público como Elza Soares no musical “Garrincha”, dirigido pelo célebre diretor estadunidense Bob Wilson, Naruna Costa celebra trabalhos na televisão e no cinema. Além de fazer novela na Globo e série no Universal Channel, ela está no filme “Marighella”, dirigido por Wagner Moura.
No ano passado, ainda interpretou Antígona, na peça homônima de Moacir Chaves, o que lhe rendeu uma indicação ao Prêmio APCA de melhor ariz. Agora, celebra o convite da Globo para fazer participação especial na novela “Deus Salve o Rei”, no qual vive Samara.
Além da novela, a partir de 18 de março, Naruna também poderá ser vista na série “Rotas do Ódio”, do Universal Channel.
Em conversa com o Blog do Arcanjo no UOL, Naruna conta que sua participação na novela das 19h tem sido uma experiência muito especial. E revela que teve um cuidado diferenciado por se tratar de uma personagem tão delicada.
“A Samara é uma mulher que cria sozinha seu filho adolescente e, ao se deparar com os cuidados do Príncipe Afonso, é despertada novamente pelo amor, que jamais se concretizará. Os diretores foram muito atenciosos, para que fizéssemos uma construção em que a interpretação não soasse vitimizada, mas ao contrário, forte e digna”, explica.
Mulheres fortes parecem ser constantes na carreira da atriz, que na série “Rotas do Ódio”, dirigida pela documentarista Susana Lira, sobre o cotidiano da Decradi – Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância de SP, Naruna dá vida à perita Guerra, braço direito da delegada protagonizada pela atriz Mayana Neiva.
“Faço uma mulher forte, inteligente e muito segura de si”, define sua personagem no canal pago.
Formada na Escola de Arte Dramática (EAD) da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), Naruna é cofundadora do Espaço Clariô Taboão da Serra e do Grupo Clariô de Teatro, referência da militância negra de cultura periférica da cidade de São Paulo.
Naruna conta que foi na adolescência que se encantou pelo teatro: “Nunca tinha visto uma peça de teatro na vida, até que um grupo em circulação passou por Taboão da Serra, onde eu morava, e foi paixão à primeira vista”, recorda.
Depois de algumas oficinas teatrais, Naruna decidiu entrar na EAD e conseguiu ser aprovada na primeira tentativa.
Sobre sua indicação ao Prêmio APCA, Naruna conta que foi uma surpresa maravilhosa: “Primeiro pelo reconhecimento de uma atuação tão dedicada, e depois pela representatividade. Eu, uma atriz negra, quando prestigiada pelo trabalho, não vou nem estou sozinha”, comemora.
Quanto ao trabalho com Bob Wilson, a atriz fala que foi uma grande escola. “Considero que a experiência foi uma espécie de ‘formação’ onde pude ter acesso à uma linguagem tão específica e interessante. Fazer a Elza Soares realmente foi um dos grandes orgulhos da minha carreira. Uma das maiores cantoras do nosso país, cuja trajetória é de muita significância para as mulheres negras, a luta racial e a história do Brasil. Merece ser sempre reverenciada”, afirma.
A atriz deve voltar aos palcos em breve com a comemoração dos dez anos do espetáculo “Hospital da Gente”, do Grupo Clariô. Recentemente, esteve no filme “A Moça do Calendário”, de Helena Ignez, como a professora Sonia.
Enquanto isso, Naruna termina as filmagens de “Marighella”, longa dirigido por Wagner Moura.
“As gravações foram muito intensas com cenas muito fortes que o Wagner e a equipe souberam conduzir de maneira extraordinária. Ele é um ótimo diretor, pois compreende a temperatura da cena, além de ser muito generoso com os atores, orquestrando o set de acordo com o necessário”, finaliza.
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