Trans assassinada, Dandara vira peça emocionante no Festival de Curitiba

Por Michele Marreira, em Curitiba*
Colaboração para o Blog do Arcanjo

Em fevereiro de 2017, o Brasil acordou chocado com o assassinato brutal da travesti cearense Dandara dos Santos, de 42 anos. Torturada por um grupo de homens em Fortaleza, ela foi morta com dois tiros no rosto.

Baseado em fatos reais, a Cia. Gufa de Teatro levou ao Fringe do 27º Festival de Curitiba a encenação “Eu em Ti – Retratos”. Segundo o grupo, a peça aborda memórias enquanto posicionamento crítico e político.

“O experimento também é um documentário cênico. Fazemos uma manipulação de boneco híbrido, realizado por cinco atores, sendo um por vez. Retratamos com respeito e indignação os últimos momentos de vida de Dandara dos Santos”, explica o encenador Fábio Eisner.

Estão no elenco da obra os atores Cíntia Fer, David Amancio, Fábio Eisner, Gustavo Assumpção e Iara Marcek.

Choro e comoção

No decorrer das apresentações foi impossível não se emocionar com a história contada.

O público presente chorava, compulsivamente.

“Foi impactante para todos nós. Uma das propostas era que cada ator imprimisse suas dores, fazendo uma alusão ao dia em que foi cometida tamanha barbárie contra Dandara. Enquanto estava viva, tiraram todos os seus direitos, roubaram seus sonhos. O Brasil é o país que mais mata travesti e transexuais no mundo”, relembra Fábio.

*Enviada especial, a jornalista Michele Marreira viajou a convite do Festival de Curitiba.

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