Toquinho reclama de falta da MPB na mídia e lembra namoro com Leila Diniz
Um dos grandes ícones da MPB e parceiro histórico de Vinicius de Moraes, o paulistano Toquinho sobe ao palco do Teatro Porto Seguro no próximo dia 1º de maio, uma terça, às 21h, para fazer show acompanhado de seu famoso violão. O músico promete sucessos de seu repertório, como “Tarde em Itapuã”, “Regra três”, “O Caderno” e, claro, “Aquarela”, além de clássicos do nosso cancioneiro como “Eu Sei Que Vou Te Amar”, “Andança” e “Carinhoso”. O show ainda terá participação especial da cantora convidada Camilla Faustino. Toquinho conversou com exclusividade com o Blog do Arcanjo no UOL. Lembrou o namoro com a atriz Leila Diniz (1945-1972), mulher à frente de seu tempo, e ainda reclamou da ausência da MPB na mídia atual. Leia com toda a calma do mundo.
Miguel Arcanjo Prado — Toquinho, você namorou a Leila Diniz. O que ela te ensinou?
Toquinho — Tive com Leila uma relação sentimental que extrapolou a verdadeira amizade. Um amor sem algemas; um querer vital; desejos pacíficos; mistura de pele e alma. Leila era uma mulher autêntica, sem filigranas. Agia com uma liberdade que assustava as pessoas na época. Sempre à frente dos padrões comuns, dava-se por inteiro às suas convicções. Amava viver com intensidade reservando aos outros o direito de segui-la, ignorá-la ou criticá-la. Portava uma beleza que encantava, indo da pureza à magnitude. Aprendi com ela a ser uma pessoa mais leve, solta, e, ao mesmo tempo respeitador das diferenças.
Miguel Arcanjo Prado — O que acha da situação da MPB atualmente nas rádios e mídia?
Toquinho — Ausência total. Há que recuperar esse espaço. Pelo jeito levará muito tempo! Até porque as poucas rádios que tinham programação voltada à música de qualidade estão fechando, como a MPB FM O Dia do Rio de Janeiro.
Miguel Arcanjo Prado — Qual parceria com o Vinicius que você mais gosta?
Toquinho — Nossa produção da primeira fase é primorosa. Gravamos dois discos no mesmo ano. A Bahia foi o cenário dessa criatividade eufórica e intensa. Acho que a mais representativa das canções desse período é “Tarde em Itapoã”.
Miguel Arcanjo Prado — Você consegue fazer um show sem cantar “Aquarela”?
Toquinho — “Aquarela” virou uma marca inseparável. Há nessa canção uma magia que encanta todas as gerações, um misto de lúdico e real que atinge a alma das pessoas. Já no primeiro acorde sente-se a vibração do público. Por isso, virou tema obrigatório em todos os meus shows.
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