Passei por cima do preconceito, diz Elba Ramalho aos 40 anos de carreira
Uma das vozes mais reconhecidas da música popular brasileira, a cantora Elba Ramalho celebra 40 anos de carreira com o show “Eletro Acústico” nesta terça (8) às 21h no palco do Teatro Porto Seguro, em São Paulo.
A artista que já ganhou duas vezes o Grammy Latino promete sucessos como “Gostoso Demais”, “Aconchego”, “Dia Branco”, “Chão de Giz”, “Bate Coração”, “Sabiá”, “Banho de Cheiro” e “Frevo Mulher”.
Aos 66 anos e mãe de Luã, fruto do relacionamento com Mauricio Mattar, e das meninas adotadas Maria Paula, Maria Clara e Maria Esperança, Elba conversou com exclusividade com o Blog do Arcanjo no UOL sobre este momento especial em sua trajetória.
Leia com toda a calma do mundo.
Miguel Arcanjo Prado — Qual a parte mais difícil que você enfrentou nestes 40 anos de carreira?
Elba Ramalho — É muito difícil determinar um período. Todo mundo passa por problemas pessoais, mas sou muito feliz na minha profissão. Sou mulher e nordestina, certamente sofri preconceitos, mas passei por cima. Costumo dizer que construí um castelo com as pedras que me jogaram. Temos que aprender sempre e tentar evoluir. Tenho orgulho da minha trajetória, são 35 músicas em novelas, 2 Grammy Latino, mais de 10 milhões de discos vendidos, turnês pelo mundo tudo e um carinho constante do público que me faz seguir adiante.
Miguel Arcanjo Prado — Quem foram as cantoras que lhe inspiraram no começo da carreira?
Elba Ramalho — Marinês, Dalva de Oliveira, Bethânia e Gal. São absolutas.
Miguel Arcanjo Prado — Sua voz é inconfundível. Ela é seu maior trunfo?
Elba Ramalho — Eu diria que eu sou inconfundível [risos] Estou brincando, sim, minha voz é muito característica e acho que sou capaz de imprimir o meu DNA em todos os ritmos. Posso cantar reggae, e todos sabem que sou eu cantando reggae.
Miguel Arcanjo Prado — Como você enxerga o atual cenário da música brasileira? O que poderia melhorar?
Elba Ramalho — A música reflete a nossa sociedade, é um espelho da nossa cultura. Temos que melhorar tudo. Temos que ter mais respeito, temos que ter mais amor pelo nosso semelhante.
Miguel Arcanjo Prado — Como você definiria as experiências de ser mãe do Luã e depois das três meninas mais novas, Maria Paula, Maria Clara e Maria Esperança? O que essas maternidades mudaram em você?
Elba Ramalho — A maternidade é o maior presente que uma mulher poder ter. Eu achava que já tinha aprendido muito com Luã e que alcançaria a plenitude como mãe; mas, é um aprendizado constante. As meninas são maravilhosas e me ensinam muito todos os dias. Eu viajo muito, um volume de trabalho muito grande, e isso faz com que a minha relação com eles seja muito intensa.
Miguel Arcanjo Prado — O que você costuma fazer quando não está no palco?
Elba Ramalho — Sou católica praticante, procuro assistir à missa diariamente. Já moro no Rio de Janeiro há 30 anos. Nos dias livres, procuro fazer yoga, dar uma corrida na praia e curtir minha família.
Miguel Arcanjo Prado — Você tem alguma novidade que possa adiantar?
Elba Ramalho — Posso adiantar que meu próximo disco está incrível, teremos muitas participações superespeciais. Estou muito contente com este próximo trabalho!