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130 anos da abolição da escravidão é pouco tempo: feridas seguem abertas

Imagem histórica da escravidão no Brasil, pintada por Debret – Foto: Reprodução

Neste domingo 13 de maio completam-se 130 anos da abolição da escravidão no Brasil.

Ou seja, se qualquer negro ou negra que você conhece estivesse vivo há mais de 130 anos, seria escravo ou escrava de alguém branco.

Provavelmente, este negro ou negra poderia estar acorrentado em alguma senzala ou apanhando em um tronco em praça pública de chicote.

E todo mundo achando isso normal.

130 anos da abolição da escravidão é muito pouco tempo.

É o tempo dos pais e avós de nossos avós.

Dependendo da cor que tivessem, eram tratados como gente ou, então, pior que qualquer animal.

130 anos é muito pouco tempo.

Por isso, algumas feridas deste Brasil seguem tão vivas, abertas. E não resolvidas.

Falar sobre o racismo estrutural de nossa sociedade e combatê-lo diariamente no cotidiano é importante.

Não dá mais para ignorar não só o racismo como também naturalizar as consequências atrozes deixadas pela escravidão e a abolição incompleta para a população negra neste país.

Precisamos, cada um de nós, refletir muito sobre qual é nosso papel na manutenção do modo de pensar desse Brasil escravocrata de 130 anos atrás que teima em persistir.

Só depois que nos livrarmos de verdade dele, é que conseguiremos inventar uma sociedade melhor.

Para que a gente possa, quem sabe, viver um dia em paz e em igualdade de condições.

Por Miguel Arcanjo Prado

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