Harry e Meghan mostram que o amor vence o racismo
Este sábado (19) é uma data histórica para as relações étnico-raciais no mundo inteiro: ao subir ao altar para casar-se com o ruivo príncipe Harry, a atriz afrodescendente Meghan Markle fez história, assim como sua mãe, a assistente social negra Doria Regland.
Até que enfim, há negros na família real britânica — mesmo que os mesmos ainda sejam raros na tal novela da Globo que se passa na Bahia, na TV ou nas esferas de poder do Brasil como um todo.
O recado do casamento real que comove o mundo é evidente: chegaram em definitivo os novos tempos, nos quais importa a representatividade negra — e de outras ditas minorias. E ainda há uma beleza neste recado potente: ele vem em forma do mais nobre sentimento humano, o amor.
Não custa lembrar que a monarquia do Reino Unido apoiou por séculos a escravidão e o tráfico de negros africanos, que também foram barbaramente explorados nas colônias britânicas na África.
Por isso, a integração racial que o casamento de Harry e Meghan representa é inédita na história da Inglaterra. E representa muito. De algum modo, mesmo que imageticamente, diz ao mundo que barreiras étnico-raciais não devem mais ser a tônica no relacionamento entre pessoas.
Mesmo não sendo solucionador da problemática racial-estrutural, o amor inter-racial e nobre de Harry e Meghan, que comoveu o mundo neste sábado, nos renova a utopia da integração racial, que prega o amor em vez do ódio.
Se estivesse entre nós, a princesa Diana, tão confrontadora da hipocrisia defendida pela tradição e pelo preconceito, estaria muito feliz. E orgulhosa.
Branco ruivo e negra mestiça (filha de pai branco e mãe negra), Harry e Meghan mostram que o amor vence o racismo e a tal preconceituosa “tradição”.
Que sirvam de exemplo ao mundo.
Por Miguel Arcanjo Prado