Festival cênico Mirada mantém força internacional mesmo diante da crise
O Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas chega à sua quinta edição nesta quarta (5) com 41 espetáculos de teatro e de dança representando 13 países em apresentações em nove cidades da Baixada Santista até o próximo dia 15 de setembro.
Criado em 2010, momento em que o Brasil vivia apogeu econômico e forte prestígio internacional frutos da Era Lula, o objetivo do Mirada, festival bienal, sempre foi integrar o teatro dos países que falam as línguas portuguesas e espanhola, reunindo os palcos da América Latina aos de Portugal e Espanha.
E assim permanece, mantendo-se robusto mesmo em tempos de crise econômica e política que sacodem a América Latina atualmente, tornando a região uma terra com futuro difícil de se prever.
“Em um mundo sacudido por frequentes crises socioeconômicas e humanitárias, uma forma do Sesc manifestar sua corresponsabilidade passa pela manutenção de uma agenda de festivais e eventos diversos dedicados ao encontro, ao intercâmbio, à reflexão e ao debate coletivo”, afirma Danilo Santos de Miranda, gerente do Sesc São Paulo, realizador do Mirada.
Ele complementa: “Reverberando pautas urgentes e necessárias por meio de temáticas relacionadas aos princípios democráticos e às liberdades criativas, o Mirada pretende fortalecer nosso compromisso com a rica diversidade ibero-americana ao conectar e envolver diferentes pontos desse corredor sociocultural. Trata-se de fortalecer o papel das artes como vetor de celebração, mudança e resistência”.
Com sede no Sesc Santos, o evento celebra desta vez a produção cênica da Colômbia, que traz nove espetáculos inéditos no Brasil, entre eles “Labio de Liebre”, do Teatro Petra, que abre o festival na noite desta quarta (5). A programação ainda traz a estreia da nova peça do Centro de Pesquisa Teatral, o CPT, dirigido pelo ícone do teatro brasileiro Antunes Filho: “Eu Estava em Minha Casa e Esperava que a Chuva Chegasse”.
A diversidade brasileira está representada por 16 produções de sete Estados: Bahia (Salvador), Minas Gerais (Belo Horizonte e Barbacena), Paraná (Curitiba), Rio Grande do Norte (Natal), Rio Grande do Sul (Porto Alegre e Canoas), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) e São Paulo (São Paulo).
Já as produções internacionais somam 25 trabalhos: nove obras inéditas da Colômbia, sendo seis peças teatrais e três espetáculos de dança, além de uma instalação, e peças vindas da Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Espanha, México, Nicarágua, Paraguai, Peru, Portugal e Uruguai.