Com polêmica cena de estupro, ‘O Último Tango’ em Paris é exibido na TV

Marlon Brando e Maria Schneider na cena polêmica de estupro utilizando manteiga no ânus da atriz em “O Último Tango em Paris”, filme mais famoso do cineasta italiano Bernardo Bertolucci, que morreu nesta segunda (26) – Foto: Reprodução – Blog do Arcanjo – UOL

O cineasta italiano Bernardo Bertolucci, que morreu nesta segunda (26), aos 77 anos, terá sua obra mais aclamada e também polêmica exibida na televisão brasileira.

O canal pago Arte1 anuncia que vai exibir nesta quarta-feira (28), à meia-noite, o clássico “O Último Tango em Paris”, com reprise no dia 29, às 7h15 e 15h45.

O famigerado longa de 1972 traz os protagonistas Maria Schneider e Marlon Brando, que vivem, respectivamente, a jovem parisiense e o cinquentão norte-americano em um intenso relacionamento.

A produção traz uma polêmica cena de sexo anal entre Brando e Schneider, que foi filmada por Bertolucci sem o consentimento da atriz, que então tinha apenas 19 anos, tornando-se símbolo da violência sexual no cinema.

Na violenta cena, o personagem de Brando estupra a jovem, fazendo sexo anal sem seu consentimento utilizando manteiga para lubrificar seu ânus.

A atriz, que morreu em 2011, não foi avisada antes da cena que haveria o uso da manteiga em seu corpo, porque o diretor queria que sua reação fosse verdadeira.

O pavor da atriz na cena é real e não uma atuação, em uma situação típica de abuso. ““Queria sua reação como menina, não como atriz”, chegou a afirmar o diretor.

Segundo familiares de Schneider, ela sofreu o resto de sua vida por conta dessa cena violenta, tendo sérios problemas com depressão e drogas por conta do forte abuso sofrido.

“Senti-me humilhada e, para ser honesta, um pouco violentada por Marlon e Bertolucci”, disse Maria Schneider ao jornal britânico Daily Mail, antes de morrer vítima de um câncer de mama.

A ideia de passar manteiga no ânus da atriz durante a cena foi de Marlon Brando e do diretor Bertolucci, como ele mesmo revelou em uma entrevista.

Chama a atenção que Maria Schneider denunciou o abuso sofrido, mas ninguém no mundo do cinema ou da imprensa fez muito caso da história, que só ganhou realmente grande repercussão em 2016, quando o próprio Bertolucci a confirmou.

Com atrizes e mulheres atualmente mais conscientes da cultura machista do estupro, foi aí que a antiga história passou a chamar a atenção de muita gente e ser condenada, quando Maria já estava morta, infelizmente.

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