Ana Flávia Cavalcanti celebra personagem em nova temporada de Sob Pressão
Após conquistar o público do teatro na performance “Serviçal” no Sesc Ipiranga em São Paulo, a atriz Ana Flávia Cavalcanti celebra mais um feito neste 2018: “Estou gravando a terceira temporada de ‘Sob Pressão’, série da Globo”, ela conta ao Blog do Arcanjo no UOL. A atriz é destaque da representatividade negra na TV, no cinema e no teatro.
“Faço a Diana, uma dependente química viciada em cocaína que tem uma recaída logo depois da morte da irmã. A Diana aparece no episódio 7 e vai até o final da temporada, no episódio 14”, detalha a atriz.
As gravações de ‘Sob Pressão’ terminaram nesta quinta (20) e foram definidas pela atriz como “um grande desafio”.
“É um trabalho incrível para um projeto muito forte na Globo, numa série que vai para a terceira temporada, fruto de um longa metragem, e que tem uma aceitação muito grande pelo público. ‘Sob Pressão’ é considerada case de sucesso ali na Globo. Agora que terminaram as gravações, vou tirar umas férias”, avisa.
Na Globo, a atriz já esteve também em “Malhação”, na pele de Dóris, e em “Além do Tempo”, quando interpretou Carola. No próximo ano, ela estará ainda no SBT na segunda temporada da série “A Garota da Moto”, na qual vive Naomi, uma das raras vilãs negras em nossa teledramaturgia.
Atriz denuncia o racismo estrutural no palco
No teatro, se destaca com projetos que denunciam o racismo estrutural de nossa sociedade, como a performance “A Babá Quer Passear” ou o curta “Rã”, baseado em sua infância e que estreia em 2019 com direção e roteiro da atriz em parceria com Julia Zakia.
“Ano que vem sigo com as minhas performances ‘A Babá Quer Passear’ e ‘Serviçal’. Estarei com elas no Sesc de Jundiaí no começo do ano e, no Carnaval, farei o bloco de ‘A Babá Quer Passear’ tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro. Colocar esta performance num bloco é uma mistura de provocação, com a minha fala em relação à condição dos empregados domésticos no Brasil, e uma maneira de divertir, abrir e criar um consciente de afeto, leveza e festa para essa população de trabalhadores domésticos”, discursa.
E ela prossegue: “Precisamos ver e reconhecer essas pessoas em outros lugares, não somos só uma coisa. A sociedade insiste em rotular e nos colocar em quadrados o tempo todo e em todos os sentidos a partir do momento que falamos de escolha pessoal, individual, enfim… Na linha da orientação sexual e profissional tem um preconceito muito grande, um racismo estrutural”.
E complementa: “Se você nasceu pobre e preto, esse é o seu futuro, contente-se com isso. Eu trabalho muito na direção de quebrar os paradigmas e instaurar uma outra lógica de relacionamento entre nós. Por isso vou fazer o bloco e estou muito feliz”, finaliza.