Um brasileiro anda fazendo bonito no coral da tradicional Yale University, em New Haven, Connecticut, nos Estados Unidos. Trata-se do mineiro Eduardo Leal, único brasileiro a integrar o famoso coral Redhot & Blue. Natural de Belo Horizonte, ele estuda Engenharia Química há um ano na renomada universidade norte-americana, onde preside a Associação dos Estudantes Brasileiros em Yale. O coral de repertório que vai de Frank Sinatra a Beyoncé, passando por Tom Jobim, faz apresentações no Brasil. No dia 24 de maio, às 20h, canta no Teatro do Colégio e Faculdade Arnaldo (r. Timbiras, 540), em Belo Horizonte, com ingresso a R$ 25. Eduardo Leal conversou com exclusividade com o Blog do Arcanjo sobre este momento especial. Leia com toda a calma do mundo.
Miguel Arcanjo Prado – Como você foi parar em um coral dos EUA?
Eduardo Leal – Eu sempre gostei muito de assistir “Glee” e lamentava muito que a maioria das escolas no Brasil não tem coral de alunos. Conheço algumas escolas em Belo Horizonte que têm orquestras ou grupos de dança, mas pessoalmente não conheço nenhuma que tenha um coral. Assim, sabendo que a tradição a cappella em Yale é muito forte, decidi fazer uma audição para o Redhot & Blue quando cheguei ao campus, em agosto de 2017, e desde então tive a honra de fazer parte desse grupo tão especial.
Miguel Arcanjo Prado – Qual música do repertório você mais gosta de cantar, por quê?
Eduardo Leal – As músicas que cantamos são escritas para instrumentos musicais, então cantá-las à capela não é tão simples quanto pode parecer. Para que possamos aprender uma música, precisamos que alguém componha uma versão feita para ser cantada à capela, é o que nos chamamos de arranjo (arrangement). Todos os nossos arranjos foram feitos por membros passados ou atuais do grupo, e qualquer um pode fazer um arranjo das músicas que quiser! Durante o ano, nosso regente e diretor musical decide quais arranjos vamos aprender. Sempre há vários clássicos do jazz no repertório, mas a cada ano tentamos incorporar músicas contemporâneas que foram influenciadas pelo jazz, principalmente do gênero R&B. Gosto bastante de cantar “Round Midnight”, do Thelonious Monk. É uma música muito bonita sobre alguém que sente saudades de uma pessoa muito querida.
Miguel Arcanjo Prado – Como é voltar para sua cidade natal e seu país como integrante de um coral internacional?
Eduardo Leal – É uma honra enorme volta pra minha cidade natal acompanhado de pessoas tão queridas e talentosas. Redhot & Blue me acolheu ainda nas minhas primeiras semanas nos Estados Unidos e tenho um carinho muito grande pelo grupo. Atualmente, estamos em São Paulo nos apresentando em algumas escolas internacionais da cidade. E, no dia 24, chegamos a Belo Horizonte para nossa apresentação aberta ao público. Espero que nossa visita influencie mais jovens a se envolverem com a música, especialmente com a tradição à capela, que não é muito presente no Brasil.