Mel Lisboa volta ao teatro como mulher forte do século 19 escrita por Ibsen

Mel Lisboa protagoniza “Hedda Gabler”, de Ibsen, que estreia no Parlapatões, em SP – Foto: Guto Garrote – Divulgação – Blog do @miguel.arcanjo – UOL

A atriz Mel Lisboa coleciona mulheres fortes e poderosas nas telas e nos palcos neste 2019. Após ser Rita Lee na Globo na série “Elis” no começo do ano, ela embarcou na forte protagonista Grace para a adaptação nos palcos do filme “Dogville” e também viveu outra mulher empoderada, a Thereza da série “Coisa Mais Linda”, da Netflix.

A partir desta sexta (14), no palco do Espaço dos Parlapatões, na praça Roosevelt, reduto teatral do centro paulistano, ela dá vida a outra mulher fortíssima, criada por um dos maiores nomes da dramaturgia mundial no fim do século 19. Mel protagoniza a peça “Hedda Gabler”, escrita em 1891 pelo norueguês Henrik Ibsen (1828-1906).

“É uma tradução inédita, feita por Leonardo Pinto Silva, que é muito talentoso e meu amigo. Ele traduziu a peça direto do norueguês para o português”, revela Mel Lisboa em conversa exclusiva com o Blog do Arcanjo.

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Na obra, ela vive a filha de um general, que morre sem deixar herança a Hedda. A jovem acaba se casando com um homem de pretensões acadêmicas e conhece um grupo de pessoas que desencadeia vários acontecimentos dramáticos na vida da personagem e no seu entorno.

“Queria fazer uma peça que tivesse uma personagem feminina boa e que fosse um clássico”, fala a atriz, que buscou os parceiros da A Não Companhia de Teatro, responsável por peças como “Rita Lee Mora ao Lado” (2014), “Otelo” (2015) e “Pedras Azuis” (2016), para concretizar o projeto.

O elenco dirigido por Márcio Macena ainda traz Samuel de Assis, Dudu Pelizzari, Rafael Maia, Carol Carreiro e Yael Pecarovich.

Rafael Maia, Mel Lisboa e Carol Carreiro em cena da peça “Hedda Gabler”, que estreia no Parlapatões, na praça Roosevelt, em SP – Foto: Guto Garrote – Divulgação – Blog do @miguel.arcanjo – UOL

Mel revela que montar a obra nestes tempos atuais — com forte perseguição ao setor cultural no plano político — foi difícil.

“Colocamos na lei [de incentivo], mas não conseguimos captar. A turma decidiu montar na raça ao conseguir a pauta no Parlapatões. Fiquei assusta pela rapidez, por ser sem patrocínio, mas topie e falei: vamos lá, vamos fazer”, conta, resoluta.

“Somos todos apaixonados pelo texto, que é pouco conhecido, inclusive pela classe artística. É uma oportunidade bacana de mostrar esse clássico e de tentar fazer com que as pessoas conheçam essa personagem tão importante da dramaturgia”, conclui.

O diretor Márcio Macena afirma que buscou uma encenação atemporal, simples e calcada no justamente no texto e no elenco.

“Esses dois elementos já são suficientes para se fazer um bom espetáculo. Esse é o maior trunfo para falar desse feminismo, palavra que nem existia na época que o texto foi escrito, e que a figura da Hedda traz com tanta força. Quem diria que um texto escrito em 1890 seria tão atual”, conclui.

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“Hedda Gabler, de Henrik Ibsen”
Quando:
Sextas e sábados, às 21h; e domingos, às 20h. 105 min. Até 28/7/2019.
Onde: Espaço Parlapatões (praça Franklin Roosevelt, 158, Consolação, São Paulo, tel. 11 3258-4449)
Quanto: R$50 (inteira) e R$ 25 (meia)
Classificação: 14 anos

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