Morte de Rubens Ewald Filho deixa buraco na cobertura do cinema
A morte do crítico Rubens Ewald Filho nesta quarta (19) aos 74 anos deixa um verdadeiro buraco na cobertura cinematográfica, na qual ele foi o nome mais reconhecido e acompanhado pelo grande público por décadas de trabalho incansável na promoção da chamada sétima arte.
Crítico que jamais foi pedante, sempre fazia questão que seus textos e comentários fossem acessíveis a todos. Por isso tornou-se popular e uma figura do cinema tão querida quanto os atores, diretores e outros profissionais da área.
O jornalista e crítico estava internado em coma havia quase um mês, desde que desmaiou por conta de uma arritmia cardíaca e caiu em uma escada rolante na capital paulista.
Natural de Santos, na baixada Santista, Rubens Ewald Filho ajudou a popularizar a crítica de cinema no Brasil. Com um jeito simples e didático de falar e de escrever, aliado ao farto conhecimento da indústria cinematográfica, ele era uma verdadeira enciclopédia viva sobre os principais filmes do mundo e seus artistas, já que tinha o hábito de anotar cada filme que via bem como sua ficha técnica.
Ele começou no jornal A Tribuna, de Santos, logo transferindo-se para a capital paulista, passando pelo extinto Jornal da Tarde e O Estado de S. Paulo, além de ter colaborado com a revista Veja. Mas, ele se tornou popular com sua coluna sobre cinema no “Jornal Hoje”, na Globo, na década de 1980, depois passando por outros telejornais da maior emissora do país.
O jornalista atuou em várias emissoras, como Band, Cultura, Record, TNT e HBO, onde foi diretor de programação e produção, e fez nome como comentarista das cerimônias do Oscar na TV.
Ele ainda foi escritor, diretor da Coleção Aplauso da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, e ainda roteirista. Entre seus roteiros estão o da novela “Éramos Seis”, com Nicette Bruno em 1977, que a Globo pretende remontar com Glória Pires. Também ocupava o posto de curador do Festival de Gramado.
Atuante membro da APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes), entidade da qual este colunista também faz parte, Rubinho, como era chamado pelos amigos, se destacou por sempre se reinventar e atualizar sua cobertura ao gosto das novas gerações, sem perder o respeito de seus antigos leitores ou telespectadores. Tanto que começou em jornal, passou pela TV, teve um blog com seu nome e mais recentemente comandava um programa no YouTube, sempre falando do maior amor de sua vida: o cinema.
Funeral de Rubens Ewald Filho
Quinta (20), em São Paulo. Velório das 7h às 15h na Cinemateca Brasileira – largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Celmentino. Sepultamento às 16h no Cemitério dos Protestantes – Rua Sergipe, 177, Higienópolis.