Gustavito é inocente; mulher que o acusou de abuso pede desculpas públicas
O cantor e compositor mineiro Gustavito Amaral é inocente no caso da acusação de má conduta sexual feita por Marlla Antonine de Souza Campos em 2017 no Facebook, usando o codinome “Lírio”, e que prejudicou fortemente a carreira do músico. A decisão foi tomada pela Justiça, que considerou Gustavito a vítima nessa história. A investigação policial foi arquivada por falta coerência nos depoimentos de Marlla, que pediu desculpas públicas ao músico.
A inocência de Gustavito foi determinada pela Justiça, depois que a mulher que o acusou, Marlla Antonine de Souza Campos, fez retratação judicial em audiência realizada na última segunda (2) na 5ª Vara Criminal no Fórum de Belo Horizonte.
Marlla Antonine usou o codinome “Lírio” ao fazer um depoimento acusatório a Gustavito no Facebook no dia 8 de março de 2017, Dia Internacional da Mulher. Seu texto rapidamente viralizou nas redes sociais. Nele, ela dava a entender que teria sido vítima de abuso sexual por parte do músico.
Diante da polícia e da Justiça, a acusadora não sustentou o relato que fez nas redes sociais. Marlla Antonine pediu desculpas formais ao músico, feita por escrito nos autos da audiência desta segunda (2).
“Eu, Marlla Antonine de Souza Campos, (vulgo Lírio), nos autos da ação penal Nº 0024.17.109.956-7, declaro que em relação aos acontecimentos, após me relacionar com Gustavo Amaral Almeida, fui mal orientada e induzida por terceiros a produzir divulgação dos fatos nas redes sociais. Dessa forma, setores da sociedade, movimentos sociais e imprensa interpretaram relatos erroneamente atribuindo conduta criminosa (estupro de vulnerável, transmissão de HPV) aos fatos e dando repercussão ao caso. Assim, peço desculpas públicas a Gustavo, pois, apesar de não ter sido a minha intenção, reconheço os danos causados injustamente à pessoa do querelante (Gustavo Amaral)”, diz a retratação.
Acusação viralizou em 2017; Gustavito foi prejudicado
No texto anônimo, “Lírio” relatava que teria tido um encontro sexual com Gustavito em 2015, no qual, de acordo com a versão de seu texto postado em 2017 e agora não mais mantida por ela, o músico a teria dopado com um óleo de massagem e lhe transmitido intencionalmente uma DST (Doença Sexualmente Transmissível), ainda segundo o relato que fez no Facebook.
Desde o início, Gustavito negou as acusações e afirmou ser vítima de uma mentira. Mas o relato de “Lírio” rapidamente viralizou no Facebook, e o músico perdeu muitos contratos para shows e se afastou do bloco belo-horizontino Então Brilha. O caso de Gustavito inclusive foi parar no livro “A Vítima Sempre Tem Razão?”, de Francisco Bosco, como exemplo do perigo do linchamento público nas redes sociais feito sem provas, ilustrando o capítulo “O caso do doping por óleo de massagem”.
Marlla Antonine não abriu processo judicial contra o músico, tendo feito suas acusações apenas na internet. Diante da forte repercussão do relato anônimo em sua vida e carreira, Gustavito entrou com uma ação criminal contra Marlla por calúnia, já que foi vítima do que define como “linchamento virtual”.
Exames laboratoriais feitos por Gustavito inclusive comprovaram que o músico não tem DST, portanto não poderia sequer ter transmitido doença à mulher que o acusou nas redes.
Inocente, Gustavito comemora pedido de desculpas de sua acusadora
Aliviado com a decisão judicial favorável e com o retratamento público de sua acusadora, Gustavito, que até então respeitou o segredo de Justiça no qual corria o caso, comemorou a vitória em texto postado em sua página no Facebook. “Demorou, mas finalmente foi feita a justiça”, afirmou.
“Ao longo desse tempo de espera para provar minha inocência, passei por momentos difíceis, que me prejudicaram, inclusive profissionalmente. Meus familiares e amigos, que sempre estiveram ao meu lado, sofreram, pois viam a injustiça que estava ocorrendo”, disse o músico.
“Com tantos crimes praticados contra mulheres e tanta luta a ser feita, fui vítima de uma mentira lançada contra mim por uma mulher, algo que prejudica a causa feminista. Acredito que a luta por respeito e igualdade das mulheres deva ser apoiada por todos”, pontuou Gustavito.
“Mas, enfim, me sinto contemplado. E divulgo agora, para todos, o texto do pedido de desculpas feito publicamente por “Lírio”, assim como trechos do inquérito arquivado pela delegacia de mulheres. Ela reconhece que as denúncias eram mentirosas e que sou inocente das acusações feitas em 2017. Agora é tempo de paz!”, concluiu Gustavito Amaral.
Gustavito é novo talento da música brasileira
Um dos mais talentosos músicos da nova geração, Gustavito Amaral gravou os discos “Só o Amor Constrói” (2012) e “Quilombo Oriental” (2015), que lhe deram projeção na nova música brasileira.
Após a acusação da qual foi vítima em 2017, o músico se afastou dos grandes palcos, retomando aos poucos sua agenda de shows, com forte dedicação à música de cura, permanecendo no comando do bloco mineiro Pena de Pavão de Krishna, que mistura sonoridades afro e indiana.
Neste ano, Gustavito lançou o álbum “Universo Reflexo”, feito em parceria com o músico Thiago Braz. “Caboclinho”, uma das canções do disco, traz os seguintes versos: “Pelas noites dentro de mim/Fui pegado pelo caminho/Atiraram flechas no escuro da mata/Foi a medicina sagrada/Força e coragem, intuição”.