Vivendo um ano intenso nos palcos paulistanos, o ator Marcello Airoldi lança seu primeiro livro, “Monólogos”, pela Giostri Editora, neste sábado (23), na Casa das Rosas, na av. Paulista, 37, em São Paulo.
A tarde de autógrafos vai das 15h às 18h. A obra junta dois textos sobre homens comuns em situações limite: em “A Queda”, um deles está caindo, e o outro, “Um Segundo e Meio”, caminhando passos infinitos.
As duas dramaturgias foram escritas para o Teatro de Perto, núcleo de pesquisa de teatro que nasceu em 2007.
“Os textos são irmãos, similares. São caminhos completamente diferentes desses personagens, um caindo, outro andando, mas a estrutura dramatúrgica nos dois monólogos é a mesma”, fala o estreante na literatura.
Várias peças em cartaz
Recentemente, o ator faz a quarta temporada de “Amor Profano”, peça na qual atua ao lado de Vivianne Pasmanter, no Tucarena. “É um espetáculo que tem mexido muito com o público. É muito comum a plateia se manifestar com burburinhos que mostram sua torcida pelos personagens”, diz.
E adianta: “Estamos ansiosos para saber como será a recepção do público em Jerusalém, quando participaremos do Festival de Cultura Judaica Contemporânea, em dezembro deste ano”, avisa.
O ator ainda esteve em “Mequetrefe Sorrateiro”, que fez temporada recente no Teatro J. Safra, no qual interpretou o poeta Seu Elias, homenagem ao ícone do teatro Ilo Krugli.
Ele ainda encena o monólogo “A Queda” no Espaço Parlapatões às terças. “A peça é uma narrativa com viés poético em primeira pessoa. Um homem anuncia ao público que está numa queda livre e nesse arrasto, sem inicio, nem fim aparente, começa a perder partes de seu corpo e sua historicidade”, conta.
Ano difícil para fazer arte
O ator ainda lembra que fazer cultura no Brasil de hoje está complicado. “Estamos num ano muito difícil para a arte. Há uma tendência muito forte de desvalorização das atividades culturais imposta por um conservadorismo e preconceito injustificáveis. Muitos espetáculos estão sendo censurados, muitas peças só estão em cartaz por causa da resistência dos artistas e produtores envolvidos. A continuidade desses três projetos que estou fazendo é resultado dessa resistência”, define.
“Espero que essa continuidade ajude a manter o público, já tão escasso, indo ao teatro e dialogando conosco. É preciso lembrar ao espectador que teatro é divertido, além de provocar reflexão e que estar no palco é uma das mais importantes evidencias da democracia”, diz.
“Além das peças — também estreei um texto novo para crianças – Tatianices, que esteve em cartaz no Sergio Cardoso — gravei uma série para a Netflix chamada “Onisciente” e outra para a Realejo TV/Cine TV Brasil chamada “Sala dos Professores”. Na HBO já está no ar aos domingos ‘A Vida Secreta dos Casais’, na qual também estou no elenco”, conclui.