Miguel Arcanjo escolhe os 50 melhores atores e atrizes do teatro em 2019
O ano de 2019 foi de muito talento e garra no teatro, mesmo diante da difícil situação para a cultura no Brasil, com ataques, perseguição e até censura. Entretanto, nossos atores e atrizes resistiram como nunca, sendo prestigiados e reconhecidos pelo público. Frequentador assíduo do teatro brasileiro, o crítico e colunista do UOL Miguel Arcanjo apresenta, a seguir, sua lista com os 50 melhores atores e atrizes do teatro em 2019. Veja quanta gente competente para ser aplaudida de pé!
Amanda Acosta
A atriz repetiu nos palcos seu já conhecido talento na construção de uma mulher forte do sertão no musical As Cangaceiras.
Arthur Berges
O ator roubou a cena a cada aparição em Se Essa Lua Fosse Minha no primeiro semestre, e no segundo viveu com talento o protagonista de Escola do Rock.
Aysha Nascimento
A atriz e bailarina foi destaque no elenco de Gota D’Água {Preta} em uma composição segura que transitou entre a atuação e a dança afro ancestral.
Barbara Ferr
A atriz encarnou a brejeirice de Baby Consuelo no musical Novos Baianos, conquistando o público com o ar de sua graça e seu canto afinado.
Belize Pombal, Di Ribeiro, Fernanda Jacob e Heloísa Jorge
As quatro atrizes reconstruíram com perfeição e nuances a Rainha do Samba no musical Dona Ivone Lara – Um Sorriso Negro, construindo uma alegoria da mulher negra.
Beto Sargentelli
O ator mais uma vez demonstrou talento e segurança cênica ao compor o aguerrido Tony Elliot, em Billy Elliot, o Musical.
Carol Costa
Intérprete de Chiquinha em Chaves – Um Tributo Musical, a atriz demonstrou farta pesquisa e segurança ao reconstruir a encantadora e peralta personagem.
Clarisse Johansson
Espécie de Marília Pêra do novo Roda Viva, a atriz foi uma das revelações do ano no teatro paulistano, com carisma e segurança cênica pouco comuns.
David Marcondes
Como o primeiro protagonista negro de O Barbeiro de Sevilha, o ator divertiu o público do Theatro Municipal com as peripécias do icônico personagem, além de seu vozeirão, é claro.
Denise Fraga
Em Eu de Você a atriz se propôs ao fazer um encontro com o outro para nos fazer lembrar da importância da alteridade em um país tão dividido pelo binarismo odioso.
Diego Velloso
O ator cumpriu com louvor a tarefa de recriar nos palcos o mimado Quico em Chaves – Um Tributo Musical, fruto de talento, pesquisa e técnica perspicaz.
Eduardo Chagas
O excelente ator arrepiou o público que assistiu à peça Mississipi, que celebrou os 30 anos do Satyros, com uma composição convincente de um sagaz morador de rua.
Eduardo Martini
Ele demonstrou mais uma vez o grande ator que é, seguro em fazer rir uma plateia, mesmo passeando por assuntos áridos na simples e eficiente comédia Uma Lágrima para Alfredo.
Fernanda Montenegro
Ao fazer Nelson Rodrigues por Ele Mesmo no Municipal, a grande atriz de 90 anos demonstrou porque merece todo o respeito do mundo: ela é a maior. Tanto que foi ovacionada.
Grace Gianoukas
Além de comandar o Terça Insana, que chegou à maioridade, ela demonstrou talento dramático em Hortance, A Velha, ao compor uma senhora perdida em seu passado glorioso.
Guilherme Calzavara
Como o Anjo de Roda Viva ele foi o centro nevrálgico da remontagem do histórico espetáculo do Teat(r)o Oficina. Não bastasse atuar bem, o artista ainda canta, faz imitações e toca instrumentos com perfeição.
Gustavo Ferreira
Com coragem e desmedida entrega, o ator encarnou o ódio do Brasil atual ao criar o vilão da peça Mississipi, um síndico completamente entregue à sordidez. Além disso, comandou com pulso firme o festival Satyrianas, que chegou aos 20 anos.
Henrique Mello
Ao lado de Roberto Francisco em Uma Canção de Amor, o ator demonstrou respeito aos que vieram antes em um jogo cênico delicado e profundo.
Ilana Kaplan
A atriz defendeu com sucesso sua personagem em Baixa Terapia, fazendo com louvor a curva dramática do humor em direção ao drama, impactando de forma inesquecível o fim da ótima peça.
Inah de Carvalho
Compondo uma afetuosa avó, a grande atriz encantou o público em Billy Elliot, o Musical com seu talento e carisma cênico.
Irene Ravache
Em Alma Despejada, a atriz encheu de humanidade uma mulher que poderia ter povoado os bastidores do noticiário político recente.
Ivam Cabral
O ator comoveu o público como Missisipi, um morador de rua apaixonado por seu cão na peça homônima que celebrou os 30 anos de seu grupo, Os Satyros, e abriu seu coração no tocante solo Todos os Sonhos do Mundo.
Juçara Marçal
A cantora fez estreia impactante nos palcos como a sofrida Joana em Gota D’Água {Preta}, deixando ainda mais forte a personagem imortalizada por Bibi Ferreira.
Julia Bobrow
A atriz impressionou o público na peça Mississipi ao compor com maestria uma moradora de rua angustiada e assustadoramente lúcida sobre nossa sociedade atual.
Larissa Luz
A atriz arrebatou todos os teatros por onde passou Elza, o Musical, encarnando com perfeição Elza Soares e sua inigualável voz, além de tudo o que ela simboliza na luta feminista e negra.
Letícia Soares
Após brilhar em Se Essa Lua Fosse Minha, ao assumir a protagonista de A Cor Púrpura, a atriz teve espaço para demonstrar ainda mais sua potência cênica, conquistando o respeito do público.
Luci Salutes
Como protagonista do musical Se Essa Lua Fosse Minha, a atriz encantou os espectadores em uma construção delicada de uma jovem em conflito com um amor capaz de quebrar todas as barreiras.
Luís Miranda
O ator demonstrou na releitura de O Mistério de Irma Vap o grande talento que tem para conquistar o público, com um domínio impressionante do jogo teatral.
Mateus Ribeiro
O ator demonstrou seu farto talento na composição melancólica de Chaves em Chaves – Um Tributo Musical, arrancando lágrimas profundas do público.
Márcia Dailyn
A atriz impactou a todos que a assistiram em Entrevista com Phedra, reencarnando com propriedade a grande diva cubana do Satyros e do teatro, Phedra D. Córdoba.
Marília Gabriela
Em A Casa de Bonecas – Parte 2 a atriz demonstrou mergulho profundo no texto e seus significados contemporâneos, criando uma mulher forte e arrebatadora.
Milton Filho
O ator louvou em cena Benjamin de Oliveira, nosso primeiro e esquecido grande palhaço negro, fazendo Chaves – Um Tributo Musical dialogar com o Brasil sem memória de ontem e de hoje.
Nathalia Timberg
A experiente atriz foi o grande atrativo de Através da Íris, uma peça simplória, mas na qual seu farto talento bastou para encantar os espectadores mais sensíveis.
Nicole Puzzi
A atriz construiu com delicadeza em Mississipi uma atriz que mergulha em uma depressão profunda, prestando um tributo comovente, como perceberam os mais perspicazes, a Ariclê Perez.
Otto Jr.
O ator demonstrou real compreensão do texto de Tebas Land, em uma construção sutil que o fez sobressair inquestionavelmente em cena.
Pedro Sousa, Richard Marques e Tiago Fernandes (Billy); Felipe Costa, Paulo Gomes e Tavinho Canalle (Michael)
Os seis atores mirins demonstraram atuação de gente grande em Billy Elliot, o Musical, arrebatando o público e a crítica com todo o carisma do mundo.
Ravel Andrade
Ele foi a grande revelação do musical Novos Baianos, fazendo uma composição carismática e segura do poeta-compositor do grupo, Luiz Galvão.
Roberto Francisco
O ator de peças icônicas como O Balcão e Macunaíma fez uma grande volta aos palcos ao lado de Henrique Mello em Uma Canção de Amor, propondo um interessante e necessário diálogo geracional.
Robson Catalunha
Compondo com intensidade o perverso garoto de programa de Mississipi, o ator demonstrou técnica farta e segurança cênica, repetidas no experimento voo-livre O Aquário.
Rodrigo Mercadante
Seguro e talentoso, o ator compôs com perfeição o vilão do musical Gota D’Água {Preta}, impondo ritmo intenso à obra a cada aparição.
Sabrina Denobile
Na pele de uma mulher que tenta preencher sua solidão com amores furtivos, a atriz foi destaque com sua atuação profunda em Mississipi.
Thiago Mendonça
Em seu primeiro monólogo, Stonewall 50, o ator segurou a plateia em uma atuação performativa repleta de força e de luta por uma vida que seja respeitosa com todos nós.