Vitor Rocha faz sucesso nos musicais ao conquistar o público pelo coração
Com o fôlego farto de seus 22 anos, o ator e dramaturgo Vitor Rocha anda fazendo bonito no mercado do teatro musical brasileiro. Afinal, já demonstrou que sabe pegar o público pelo coração.
O jovem é autor da dramaturgia e das letras do musical original de sucesso de público e de crítica no ano passado “Se Essa Lua Fosse Minha”, feito ao lado do músico Elton Towersey, vencedor do Prêmio Bibi Ferreira em 2019 na categoria Melhor Letra e Música.
O feito o fez entrar para a lista dos Forbes Under 30, que traz personalidades influentes abaixo dos 30 anos eleitas pelo escritório brasileiro da renomada revista norte-americana.
“Quem me levou até o Under 30 foi o teatro, o teatro que eu levo comigo pra onde quer que eu vá”, diz ele, satisfeito, ao Blog Miguel Arcanjo.
E lembra: “Em um país onde menos de 30% da população consome teatro e em tempos em que grande parte dos brasileiros demoniza as leis de incentivo, o fato da Forbes, uma revista de negócios, me incluir nessa lista foi extremamente simbólico pra mim”, celebra.
Dois espetáculos em cartaz
Vitor adianta que terá palco em dose dupla neste ano, com os musicais “Lugar Nenhum”, a quarta parte da história que começou com “Cargas D’Água – Um Musical de Bolso, e a volta do sucesso “Se Essa Lua Fosse Minha”.
“Eu acho que nunca me preparo para o sucesso de um espetáculo, a paixão está em fazê-lo, simplesmente. E com isso eu quero dizer: eu apenas não me programei para que o espetáculo continuasse depois de uma primeira temporada. Quando todo mundo me pedia o ‘Se Essa Lua’ de volta eu já estava ensaiando o ‘Mágico di Ó’ e o fato de todas as minhas produções até agora serem independentes também dificulta um pouquinho sonhos urgentes”, afirma.
Falando em ‘Mágico di Ó’, o sucesso desta produção foi tanto que, além de ficar em cartaz quase que 2019 inteiro, também ganhou uma adaptação cinematográfica com roteiro e elenco original da peça dirigida por Pedro Vasconcelos. Vitor revela que teve participação em todo o processo do filme.
“Eu nunca participei de um processo de filmagem antes, essa é a minha estreia no audiovisual”, pontua. “O Pedro e toda a equipe da Boa Ideia Entretenimento quiseram que o processo fosse o mais artesanal possível. Nas palavras do Pedro esse filme é, além de tudo que pede pra ser, uma ‘homenagem ao teatro popular brasileiro’, ou seja, é praticamente uma peça dentro da tela do cinema e isso levou tudo por outro caminho. Um caminho diferente, desafiador, mas também encantador”, pondera.
Musicais que se comunicam com o público
Com musicais calcados em uma dramaturgia de fácil comunicação com o público e também capaz de emocioná-lo, Vitor lembra da necessidade do teatro ser, cada vez mais, popular. Inclusive para que possa sobreviver.
Segundo sua visão, com a diminuição das leis de incentivo, é preciso apostar em coisas que não sejam tão caras como as superproduções vindas da Broadway.
“O que eu faço hoje é, na verdade, o que eu sempre fiz, o jeito que eu sei fazer. Atrelado, é claro, ao fato de querer sempre que a história seja a grande protagonista e de pensar que não precisamos de muito mais do que o simples”, fala o artista nos palcos desde os sete anos.
“Acho que, com dificuldades cada vez maiores, as grandes produções vão precisar de um tempo (e muito apoio) para se entenderem e voltarem a acontecer em larga escala e longa temporada no nosso país. Enquanto isso, quem quiser apenas estender um tapete, contar um conto e passar o chapéu só vai parar pra dormir”, avalia.
Projetos futuros
E tem mais novidades: Vitor também foi convidado para outros projetos, como “A Nossa História”, um musical original escrito em parceria com Elton Towersey para o Coletivo Abrupto, previsto para o segundo semestre.
O jovem dramaturgo também cria no momento texto e letras para “A Máquina Maluca”, espetáculo baseado no livro de Ruth Rocha, com direção de Victoria Ariante. “Além das chances que me foram dadas, quero seguir trilhando o caminho autoral e independente que comecei”, avisa.