Por Miguel Arcanjo Prado
A psicóloga Karina Sauma Resk e o ator Luiz Araújo, conhecido de musicais como Garota Glamour, Lisbela e o Prisioneiro e Hoje É Dia de Maria, estão dando exemplo de solidariedade no projeto Música da Alegria.
Os dois levam arte e música aos corredores da UTI do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, em São Paulo. Nas alas dedicadas a pacientes com a Covid-19, entoam o melhor do nosso cancioneiro popular, como forma de levar outra atmosfera a este espaço tão delicado.
Eles contam que o projeto nasce para aliviar a tensão e o estresse que acometem as pessoas durante períodos de pandemia, catástrofe e guerra, além de buscar fortalecer aquelas pessoas que vivem momento de grande dificuldade e estresse.
Idealizadora do projeto, Karina Sauma Resk é psicóloga e pesquisadora do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo. Ela criou o projeto Manifesto de Amor, com intervenções artísticas no centro médico.
Uma dessas inciativas é o projeto Música da Alegria, que leva performances para dentro dos hospitais que atendem pacientes que estão sendo tratados de Covid-19.
Dos musicais para os hospitais
O ator Luiz Araújo, que teve a estreia do musical Lilás, com músicas de Djavan e no qual contracena com Ligia Paula Machado, adiada por conta da pandemia, conta que se apaixonou imediatamente pela ideia apresentada por Karina. O ator abraçou o projeto e vem tentando encorajar outros artistas a participar também.
“Sei que vivemos um momento delicado, mas é por isso mesmo que este tipo de ação se torna tão necessária”, afirma.
Com todos os cuidados e protocolos, as apresentações musicais são feitas tanto para pacientes assintomáticos que estão em isolamento social como para aqueles que estão em estado grave, sedados.
No primeiro caso, a música e a arte vêm como uma forma de entreter e prevenir transtornos ansiosos e depressivos.
Já no caso de pacientes em UTI, a ideia é estimular através da audição respostas e emoções positivas.
“As performances também atingem os profissionais da saúde, propiciando momentos de ‘ventilação emocional’ e expressão das emoções. Com a música, eles são capazes de oxigenar a mente e trabalhar com motivação”, diz Luiz Araújo.
As primeiras apresentações foram realizadas em Julho no Hospital Anhembi e no Instituto de Infectologia Emilio Ribas e teve como colaboradores as cantoras Biah Carfig e Alessandra Pedreiro Saad e o cenógrafo/figurinista Márcio Vinicius, além de Luiz Araújo, mentor e coordenador.
Todas as músicas foram selecionadas pela psicóloga para incitar positivismo e estimular coragem e esperança.
Projeto precisa de ajuda
Neste momento, o projeto Música da Alegria busca empresas que apoiem esse movimento filantrópico para que possa se perpetuar e se expandir, como também sensibilizar demais artistas para a importância de seu trabalho frente à recuperação da saúde física e mental.
“A ideia é criarmos uma ONG por iniciativa privada, sem fins lucrativos, e levar, além da canção, outros tipos de arte para os hospitais, como dança, teatro, desenho e literatura“, conta Karina.
Quem quiser colaborar com o projeto Música da Alegria pode fazer doação em uma vaquinha virtual ou procurar @karinasauma.psicologa e @luizaraujo_arte no Instagram e pelo telefone 11 98162-2454.