Ivam Cabral abre criação de seu novo solo, Ruínas e Construções
Por Miguel Arcanjo Prado
Ivam Cabral, do Satyros, não para. Assim como seu grupo, que manteve a costumeira efervescência neste tão louco 2020 e abriu as portas do teatro digital, onde está devidamente instalado no Espaço Digital dos Satyros na Sympla. Nesta quinta (26), às 21h, ele faz a abertura de processo do espetáculo Ruínas e Construções, segundo da Trilogia das Revelações e no qual falará mais uma vez diretamente com o público, como em Todos os Sonhos do Mundo, a primeira peça do teatro digital e que abriu a série. “Vou contar a história da minha mãe, Eunice, cuja vida foi atravessada pela obra de Virgínia Wolf de forma inesperada”, revela o artista. A costureira simples amava os livros e gostava de reunir os filhos após o jantar para praticarem leitura conjunta. Entretanto, tudo muda, de forma inesperada, quando aparece na casa, trazido por Ivam, um conto de Virginia Wolf em tradução manuscrita, feita por uma misteriosa baronesa que habitou a pequena Ribeirão Claro, no interior do Paraná. “A partir daí, vidas e enredos distintos se entrelaçam enigmaticamente ao ano de 1991, numa história de improváveis – e verídicas – coincidências e segredos revelados”, adianta. Mais uma vez, Ivam Cabral trabalha sob direção de Rodolfo García Vázquez, com quem escreveu o texto e ao lado de quem fundou a Cia. de Teatro Os Satyros em 1989 em uma mesa de bar no Largo do Arouche. Ruínas e Construções, cujo nome ainda é provisório, conta com vídeos de Henrique Mello, que presta assessoria digital ao espetáculo ao lado de Diego Ribeiro e Silvio Eduardo, trio de craques do teatro digital brasileiro. A sessão especial integra o projeto Viradinha Satyros. Ah, na próxima semana, de 3 a 6 de dezembro, acontece o Festival Satyrianas, com 78 horas de arte digital, mas isso é assunto para outra matéria mais adiante, combinado? (Foto: Bob Sousa)
Miguel Arcanjo Prado é jornalista, mestre em Artes pela UNESP, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura pela ECA-USP e bacharel em Comunicação Social pela UFMG. Eleito três vezes pelo Prêmio Comunique-se um dos melhores jornalistas de Cultura do Brasil. Nascido em Belo Horizonte, vive em São Paulo desde 2007. É crítico da APCA, da qual foi vice-presidente. Passou por Globo, Record, Folha, Contigo, Editora Abril, Gazeta, Band, Rede TV e UOL, entre outros. Desde 2012, faz o Blog do Arcanjo, referência no jornalismo cultural. Em 2019 criou o Prêmio Arcanjo de Cultura no Theatro Municipal de SP. Em 2020, passou a ser Coordenador de Extensão Cultural e Projetos Especiais da SP Escola de Teatro e começou o Podcast do Arcanjo em parceria com a OLA Podcasts. Foto: Bob Sousa.
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