Alê Youssef volta à Secretaria de Cultura de SP e promete furar bolhas: ‘Arte é ocupar’

Por Miguel Arcanjo Prado

Alê Youssef está de volta ao comando da Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo, neste novo mandato do prefeito Bruno Covas. Ele já havia estado à frente da pasta e foi substituído após o Carnaval de 2020 por Hugo Possolo, para tornar-se braço-direito de Covas em seu gabinete, quando seu nome chegou a ser ventilado para o cargo de vice-prefeito.

Após fazer importante trabalho social durante a quarentena no SP Cidade Solidária, com distribuição de mais de 2,3 milhões de cestas básicas às comunidades vulneráveis durante a pandemia, Youssef volta à sua praia, a Cultura, já que é um dos fundadores do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta e um dos responsáveis pela retomada do Carnaval de Rua em São Paulo, além de estar à frente do movimento Bloco da Cultura, que busca soluções para o setor, unindo poder público e sociedade.

“Honrado, assumi novamente a Secretaria de Cultura de São Paulo. Com o centenário da Semana de Arte Moderna de 22 se aproximando, é tempo do espírito modernista de Mário de Andrade – nosso primeiro secretário de cultura – ocupar a centralidade do desenvolvimento econômico e social da cidade”, afirmou Youssef nas redes sociais, onde postou uma imagem diante do busto de Mário de Andrade, organizador da Semana de Arte Moderna de 1922 e diretor do Departamento de Cultura de São Paulo em 1935.

Durante sua primeira gestão na Secretaria de Cultura, Alê Yossef implementou o projeto Novos Modernistas, que abriu o emblemático palco do Theatro Municipal de São Paulo a artistas que não costumavam constar em sua programação.

Foi durante sua gestão que o Municipal, então dirigido por Hugo Possolo, recebeu Fernanda Montenegro em defesa da arte democrática, Emicida com seu show histórico que deu origem ao documentário AmarELO na Netflix, o espetáculo Pro{AGÔ}nistas com artistas circenses negros, o musical Divinas Divas com as travestis e transformistas pioneiras nas artes e a primeira edição do Prêmio Arcanjo de Cultura, marcado pela diversidade entre os vencedores, entre os quais Teca Pereira, Zé Celso e Oficina, Satyros, Grupo dos Dez, Ana Cañas, Danilo Santos de Miranda, Eduardo Saron, Larissa Luz, Regina Boni, Ricardo e Ruy Ohtake, Nany People, Glamour Garcia, Maria Bonomi, Linn da Quebrada, Sérgio Sá Leitão e Bacurau, entre outros.

Alê Youssef retratado no gabinete do Secretário de Cultura da Cidade de São Paulo por Bob Sousa para o blogdoarcanjo.com

Alê Youssef: ‘Arte é ocupar’

Alê Youssef, gestor cultural formado em Direito com mestrado em Filosofia Política, afirma: “Ser modernista hoje é furar bolhas, construir pontes e abrir o diálogo. É buscar a inclusão social e celebrar a diversidade. É lutar contra o racismo estrutural. É enxergar a cultura como uma alternativa próspera, democrática e contemporânea para o período pós pandemia e para o combate das nossas imensas desigualdades sociais, raciais e de gênero. As novas e novos modernistas de São Paulo, recriam e renovam nossa cultura, principalmente a partir das periferias da cidade. A cultura periférica é a base do novo modernismo”.

Além de agradecer ao convite de Bruno Covas e afirmar que o prefeito reeleito apoia a Cultura, Youssef prometeu: “Seguiremos na resistência proativa em defesa da cultura que vem sendo tão violentamente atacada, a partir da maior cidade do país. A todas e todos profissionais do setor, reafirmo minha solidariedade e meu compromisso de luta pelo amparo e plena retomada nesse momento tão difícil. Nada acontece por acaso. Arte é ocupar. Feliz 2021”, desejou o secretário.

União SP e Rio pela Cultura

Uma das primeiras ações de Alê Youssef de volta à Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo foi telefonar para o novo secretário de Cultura da Cidade do Rio de Janeiro, o diretor teatral, documentarista e gestor cultural Marcus Faustini, e propor uma parceria entre os dois principais polos da economia criativa no país, unindo forças em prol da Cultura e de seus trabalhadores.

O Blog do Arcanjo lembra que Youssef e Faustini se conhecem há muitos anos e sempre estiveram atentos às novas gerações e suas relações com as artes, a cidade e as novas tecnologias. Em 2013, por exemplo, ambos participaram do seminário Juventudes: Novas Conexões, realizado pelo projeto Globo Universidades em parceria com a UniRio, que justamente propôs pensar o jovem dentro de um contexto social imerso em tecnologia, como são os dias atuais.

Leia também:
Alê Youssef retorna à Secretaria Municipal de Cultura de SP
Hugo Possolo vira diretor geral do Theatro Municipal
Pedro Granato é novo Coordenador de Formação Cultural
Eliana Monteiro coordena Centro Culturais e Teatros de SP

+ Artes, Cultura e Entretenimento

Miguel Arcanjo Prado é jornalista, mestre em Artes pela UNESP, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura pela ECA-USP e bacharel em Comunicação Social pela UFMG. Eleito três vezes pelo Prêmio Comunique-se um dos melhores jornalistas de Cultura do Brasil. Nascido em Belo Horizonte, vive em São Paulo desde 2007. É crítico da APCA, da qual foi vice-presidente. Passou por Globo, Record, Folha, Contigo, Editora Abril, Gazeta, Band, Rede TV e UOL, entre outros. Desde 2012, faz o Blog do Arcanjo, referência no jornalismo cultural. Em 2019 criou o Prêmio Arcanjo de Cultura no Theatro Municipal de SP. Em 2020, passou a ser Coordenador de Extensão Cultural e Projetos Especiais da SP Escola de Teatro e começou o Podcast do Arcanjo em parceria com a OLA Podcasts. Foto: Bob Sousa.

Siga @miguel.arcanjo

Ouça o Podcast do Arcanjo

Please follow and like us:

2 Resultados

  1. 15/01/2021

    […] Integrante do Núcleo do Teatro da Vertigem desde 1998, Eliana Monteiro, também conhecida como Lili Monteiro, é formada em Artes Cênicas pela Universidade São Judas, em Interpretação pelo Teatro Escola Célia Helena e em Direção Teatral pela Escola Livre de Teatro de Santo André, o ABC Paulista. Monteiro já dirigiu espetáculos clássicos como Jardim das Cerejeiras, Beijo no Asfalto, Crime e Castigo. Ela ainda foi responsável, como diretora no núcleo do Teatro da Vertigem, pela intervenção pública A Última Palavra é a Penúltima, na passagem Xavier de Toledo, no centro histórico paulistano. Ainda com o Vertigem, co-dirigiu com Antonio Araújo a peça Bom Retiro 958 metros, ambientada no bairro paulistano. Ela já atuou como artista convidadas em instituições como SP Escola de Teatro, Teatro do Sesi e MT Escola de Teatro.Eliana Monteiro agora comanda os centros culturais e teatros públicos ligados à Prefeitura de São Paulo.Leia também:Hugo Possolo vira diretor geral do Theatro MunicipalPedro Granato é novo Coordenador de Formação CulturalAlê Youssef retorna à Secretaria Municipal de Cultura de SP […]

  2. 15/01/2021

    […] também:Alê Youssef retorna à Secretaria Municipal de Cultura de SPHugo Possolo vira diretor geral do Theatro MunicipalPedro Granato é novo Coordenador de Formação […]

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *