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Daniela Mercury celebra 30 anos de Swing da Cor no Carnaval Virtual da Rainha

Por Miguel Arcanjo Prado

Quando, bem antes de Michael Jackson aportar na Bahia, foi visionária e convidou o Olodum a emprestar sua inconfundível batida do samba-reggae criado por Neguinho do Samba à música Swing da Cor, composição de Luciano Gomes, a cantora baiana Daniela Mercury fez história.

Ali era dado o importante passo de uma trajetória de sucesso que a consagraria como a Rainha do Axé, título que ostenta com orgulho até os dias de hoje. O Blog do Arcanjo lembra que a música que abre o primeiro disco de Daniela Mercury veio repleta da força do som ancestral negro do Pelourinho e propôs uma nova sonoridade não só a todo o país como ao mundo. O álbum com o hit Swing da Cor, intitulado Daniela Mercury, lançado em 1991, completa 30 anos neste 2021.

Sucesso internacional

Swing da Cor foi lançada em single internacionalmente, alcançando as paradas de sucesso em países como Argentina, França e Holanda. O vinil produzido por Wesley Rangel, grande mago da música baiana, foi lançado pela gravadora Eldorado e vendeu mais de 350 mil cópias.

Além do hit que o tornou mundialmente conhecido, o LP também trazia o tributo de Daniela à Tropicália com Geleia Geral, de Gilberto Gil e Torquato Neto, Menino do Pelô, de Saul Barbosa e Gerônimo, Vida É, de Daniela Mercury e Durval Lelys, Todo Canto Alegre, de Carlinhos Brown, e Milagres, de Hebert Vianna. O disco ainda conta com as canções Ninguém Atura, de Roberto Mendes, Todo Reggae, de Rey Zulu e Cabral, Tudo de Novo, de Daniela Mercury e Marinho Assis, Doce Esperança, de Roberto Mendes e J. Velloso, e Maravilhê, de Dito Régis.

Apesar da efeméride de 30 anos de seu primeiro disco, Daniela, 55, admite que tem mais tempo de carreira, já que desde os sete anos fazia aulas de canto em iorubá e dança afro. “Difícil contar os anos de profissão, pois aos 12 já fazia espetáculos de dança”, diz a baiana que, antes da carreira solo, cantou em bares de Salvador e foi vocalista das bandas de Gerônimo, Gilberto Gil e Djavan.

Quando o Carnaval Chegar

Durante a pandemia, a cantora que coleciona mais de 3.000 horas em cima do trio elétrico trabalhou muito e exercitou seu lado compositora. Fez o frevo Quando o Carnaval Chegar, uma homenagem a Moraes Moreira com participação de Gal Costa. Para a revista Vogue de fevereiro ela declarou: “Tenho prazer em não seguir as regras, quebrar tabus, desafiar a vida, sair da caixinha. E, com minha arte, trazer autoestima e alegria”.

Se este fevereiro não tem Carnaval, Daniela não se faz de rogada, e planejou seu Carnaval Virtual da Rainha para esta sexta, 12/2, às 20h30, em seu canal no Youtube. “Em 2022 todos da avenida, vacinados e crocodilos”, avisa.

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Miguel Arcanjo Prado é jornalista, mestre em Artes pela UNESP, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura pela ECA-USP e bacharel em Comunicação Social pela UFMG. Eleito três vezes pelo Prêmio Comunique-se um dos melhores jornalistas de Cultura do Brasil. Nascido em Belo Horizonte, vive em São Paulo desde 2007. É crítico da APCA, da qual foi vice-presidente. Passou por Globo, Record, Folha, Contigo, Editora Abril, Gazeta, Band, Rede TV e UOL, entre outros. Desde 2012, faz o Blog do Arcanjo, referência no jornalismo cultural. Em 2019 criou o Prêmio Arcanjo de Cultura no Theatro Municipal de SP. Em 2020, passou a ser Coordenador de Extensão Cultural e Projetos Especiais da SP Escola de Teatro e começou o Podcast do Arcanjo em parceria com a OLA Podcasts. Foto: Edson Lopes Jr.

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