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Balé da Cidade de São Paulo estreia A Casa e Transe no Theatro Municipal

Por Zirlene Lemos

Depois de um longo período longe dos palcos, devido à pandemia de coronavírus, o Balé da Cidade de São Paulo estreia com temporada mundial nesta semana, um espetáculo com duas coreografias inéditas:  A Casa e em seguida Transe.

A montagem foi construída em condições igualmente inéditas, onde os participantes estarão divididos em dois grupos de bailarinos fixos entre as duas coreografias.

Entre 25 e 28 de fevereiro o público poderá assistir ao primeiro espetáculo de dança com plateia, neste ano, na Sala de Espetáculos do Theatro Municipal de São Paulo, respeitando todos os protocolos de segurança sanitária. O público terá ainda a opção de assistir ao vivo pela internet no YouTube do Theatro Municipal. Os ingressos custam R$ 80 e R$ 40 (meia).

Com 53 anos de trajetória, o Balé da Cidade apresenta primeiro a coreografia de A Casa, de Marisa Bucoff, cujo cenário foi inspirado no filme Dogville, do dinamarquês Lars von Trier, justamente pela ausência e amplitude de cenário e elementos.

Logo em seguida é a vez de Transe, de Clébio Oliveira. Por meio da dança, ele propõe: “O que seria o ideal de um mundo perfeito? Seria possível um mundo onde pudéssemos apenas celebrar a vida através da dança e da música?”

Dança profética

Com participação de 16 intérpretes e duração de 28 minutos, segundo Marisa Bucoff, A Casa espelha a nossa própria existência.  “Os movimentos insurgem ocupando o território simbólico e sincronicamente aberto. A pele, a moradia e a proteção básica são espectros do retrato da Casa “, explica.

Já a coreografia de Transe vem sendo acalentada para a companhia desde 2006, inspirado no festival Burning Man, realizado no deserto de Nevada, EUA.

O mais interessante e — por que não dizer? — profético é que, desde aquela época, Clébio Oliveira já trabalhava em uma montagem na qual os bailarinos dançassem de máscara e óculos, por conta das tempestades de areia no deserto.

A coreografia dura 30 minutos e traduz uma minuciosa pesquisa sobre os diversos tipos de transe. No palco, 17 bailarinos dançam em um tipo de catarse coletiva e ao mesmo tempo individual.

Clébio Oliveira explica que “transe trata o estado entre a vigília e o sono,  é uma festa sem fim, uma utopia metaforizada em uma fábula inventada. Um ritual futurístico de êxtase coletivo”.

No dia 25 de fevereiro, a sessão será às 20h. As apresentações seguem nos dias 26 e 27, no mesmo horário, e no dia 28 (domingo), mais cedo, às 17h.

O Theatro Municipal de São Paulo fica na Praça Ramos de Azevedo, s/nº, Sé – próximo à estação do metrô Anhangabaú, no centro de São Paulo.

Transmissões gratuitas

Quem não puder pagar o valor do ingresso não ficará de fora, pois terá a oportunidade de acompanhar gratuitamente ao vivo as duas coreografias pelo canal de YouTube do Theatro Municipal.

A Casa será transmitida 100% aberta ao público no dia 27, sábado, às 20h. Já Transe terá transmissão ao vivo no dia 28, domingo. A classificação etária do espetáculo é livre.

Balé da Cidade de São Paulo
Quando: 25 a 28 de fevereiro (quinta à domingo)
Onde: Theatro Municipal de São Paulo – Praça Ramos de Azevedo, s/nº, Centro, SP. Concerto presencial aberto ao público e também transmitido ao vivo
Quanto: R$ 80 e R$ 40 (meia) ingressos à venda exclusivamente pelo site do Theatro Municipal de São Paulo.

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Miguel Arcanjo Prado é jornalista, mestre em Artes pela UNESP, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura pela ECA-USP e bacharel em Comunicação Social pela UFMG. Eleito três vezes pelo Prêmio Comunique-se um dos melhores jornalistas de Cultura do Brasil. Nascido em Belo Horizonte, vive em São Paulo desde 2007. É crítico da APCA, da qual foi vice-presidente. Passou por Globo, Record, Folha, Contigo, Editora Abril, Gazeta, Band, Rede TV e UOL, entre outros. Desde 2012, faz o Blog do Arcanjo, referência no jornalismo cultural. Em 2019 criou o Prêmio Arcanjo de Cultura no Theatro Municipal de SP. É coordenador de Extensão Cultural e Projetos Especiais da SP Escola de Teatro, colunista do Notícias da TV e faz o Podcast do Arcanjo em parceria com a OLA Podcasts. Foto: Edson Lopes Jr.

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