Morre Contardo Calligaris, psicanalista e escritor que analisou o Brasil

Morreu Contardo Calligaris, 72 anos, psicanalista, escritor e dramaturgo italiano radicado em São Paulo. A notícia foi confirmada por seu filho, Max Calligaris, em postagem nas redes nesta terça (30). A família não divulgou a causa da morte.
Ele atuava como colunista do jornal Folha de S.Paulo, onde escrevia semanalmente desde 1999, sendo considerado um dos grandes pensadores sobre o Brasil.
Calligaris é autor dos livros Hello Brasil!, pela Editora Três Estrelas, Cartas a um Jovem Terapeuta, pela Editora Planeta, e Coisa de Menina?, com Maria Homem, pela Editora Papirus, entre outros.
Também foi presidente do Conselho de Administração da Associação dos Artistas Amigos da Praça (Adaap), instituição que gere a SP Escola de Teatro.

Nascido em Milão, na Itália do pós-Segunda Guerra, em 2 de junho de 1948, Calligaris estudou Epistemologia Genética na Suíca, e também Ciências Sociais e Letras.
Depois, transferiu-se para Paris, onde fez doutorado em Semiologia com o grande intelectual Roland Barthes (1915-1980).
Nesta época, começou a fazer análise como paciente e se interessou pela Psicanálise.
Em 1975, entrou para a Escola Freudiana de Paris, na qual ouvia o psicanalista Jacques Lacan (1901-1981) apresentar casos de seus pacientes. Tornou-se doutor em Psicologia Clínica pela Universidade de Provença, na França.
Depois, transferiu-se para os Estados Unidos, onde lecionou Antropologia na Universidade da Califórnia em Berkeley e ainda Estudos Culturais na The New School de Nova York.
Contardo Calligaris esteve no Brasil pela primeira vez em 1986, para dar palestras sobre seu livro Hipótese sobre o Fantasma. Aí se apaixonou e resolveu ficar no país. Era casado com a atriz Mônica Torres desde 2011 e inspirou o protagonista da série Psi, da HBO Brasil, em 2014, criada por ele e dirigida pelo filho Max Calligaris e Marcus Baldini.
Repercussão
Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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