Tom Zé é o entrevistado da semana no Podcast do Arcanjo. Ele fala sobre sua biografia: Tom Zé – O Último Tropicalista, escrita pelo italiano Pietro Scaramuzzo e lançada pelas Edições Sesc.
O artista de 84 anos ainda lembra o começo da carreira ao lado de Caetano Veloso e Gilberto Gil, com quem criou a Tropicália, neste episódio especial de número 30 do Podcast do Arcanjo!
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Entre outras coisas, ele lembra sua chegada à capital baiana. “No dia em que cheguei a Salvador estava o desfile da comemoração do quarto centenário da cidade […] foi como se tivesse visto um desfile de escola de samba […] era muito parecido, só não tinha batucada”, recorda.
“Em vim a conhecer Gil, Caetano, Gal e Bethânia e Capinan nos anos 1960, dez anos depois [de chegar em Salvador]. Orlando Senna viu a folia que deu quando cantei no programa de televisão Escada para o Sucesso e fiz a música Rampa para o Fracasso, no outro dia a cidade toda só falava desse rapaz na televisão”, conta.
“Orlando Senna, que viria a cuidar do Cinema no Ministério da Cultura do Gil, trabalhava no Diário de Notícias, do Chateaubriand, e ele mandou me chamar e falou que eu precisava conhecer Caetano e Gil, que já era uma turma que todo mundo conhecia lá. Eu fui no Teatro Vila Velha ver uma peça que era da escola de teatro com música do Caetano e fiquei muito admirado com aquelas músicas. Achei de uma fineza. Eu fazia músicas brutas, um carro de boi, o tal do jornalismo cantado que eu fazia”, lembra.
“Saí da Bahia graças à rouquidão de Nara Leão”, falou, contando quando Nara Leão convidou Maria Bethânia para substituí-la no espetáculo Opinião, mas Bethânia era de menor. “Caetano veio para São Paulo como tutor de Maria Bethânia”, recorda.
Sobre a chegada a São Paulo, conta: “Vim em 11 de agosto de 1965, mas era uma calor de não se acreditar. A praça Roosevelt subia uma fumaça. Eu falava: cadê o frio? No dia seguinte voltou a geladeira. São Paulo era frio oito meses por ano, era gelado, agora não tem mais frio aqui”.
Sobre a boa forma, revela: “Faço ginástica todo dia desde que nasci. Fazia ioga e tai chi”.
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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