1 ano sem Aldir Blanc: SP Escola de Teatro faz mostra com 12 peças das 5 regiões do Brasil
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Nesta terça, 4 de maio, se completa um ano da morte do compositor Aldir Blanc (1946-2020), vítima da Covid-19 em 4 de maio de 2020. Ele dá nome à lei que foi criada para ajudar a cultura e a classe artística neste período de pandemia, a Lei Aldir Blanc. Para homenageá-lo, com atrações gratuitas e digitais, acontece a primeira Mostra Aldir Blanc na SP Escola de Teatro.
O projeto conta com 12 espetáculos das 5 regiões brasileiras. Estes são feitos por artistas e coletivos contemplados ou beneficiados pela Lei Aldir Blanc, criada para socorrer o setor cultural durante a pandemia de Covid-19. O evento acontece de 4 a 28 de maio, de terça a sexta, sempre às 20h, na SP Escola de Teatro Digital, na plataforma Sympla (https://www.sympla.com.br/spescoladeteatrodigital).
Os 12 espetáculos trazem representantes do Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. A programação apresenta ainda duas mesas de discussões, com participação de comunicadores digitais, abordando temas como impactos da Lei Aldir Blanc e o panorama estético e discursivo das peças.
Espetáculos convidados: Elas – Coletivo Caracóis (SP); Turmalina 18-50 – Cia Cerne (RJ); Afluentes Acreanas – Associação Teatro Candeeiro (AC); Disque Q para Queer – Teatro da Margem (RN); Exóticos – de Túlio Paniago (MT); Diálogos – de Bruno Narchi (SP); Pink Star – Cia de Teatro Os Satyros (SP); O Inferno É um Espelho da Borda Laranja – de Wander B. (SP); Pânico Vaginal – Romã Atômica (SP); Tormento – Clotilde Produções (SP); Sinhá Não Dorme – de Roberta Valente (RJ); e Psicose 4:48 – Cia Stavis-Damaceno (PR).
“A pandemia trouxe um forte impacto para o setor cultural. A Lei Aldir Blanc foi e é primordial para a manutenção dos artistas brasileiros, neste período tão difícil. A Mostra traz uma diversidade regional e temática. Isso evidencia a importância do teatro digital para a sobrevivência das artes cênicas”, afirma Ivam Cabral, diretor executivo da SP Escola de Teatro.
Para além da pluralidade geográfica, a Mostra apresenta espetáculos que abordam temas como identidade de gênero, sexualidade e racismo, passeando por estilos como musical, comédia, monólogo e drama. Todos em diálogo com o Teatro Digital.
“A Lei é um respiro para a Cultura. A Mostra Aldir Blanc na SP mostra nas telas uma exuberante produção cênica contemporânea, que pode ser vista por espectadores de todo o mundo”, declara Miguel Arcanjo Prado, Coordenador de Extensão Cultural e Projetos Especiais da SP Escola de Teatro e curador da Mostra, com assistência de Rodrigo Barros e Marcio Tito.
Diálogos com comunicadores
As peças da Mostra Aldir Blanc na SP estarão em diálogo com 12 profissionais da comunicação: 9 convidados e 3 colaboradores da SP Escola de Teatro. Todos escreverão sobre os espetáculos, além de participarem de mesas de discussão. A iniciativa busca aproximar artistas e profissionais que cobrem as artes cênicas em meios digitais como blogs e redes. Os convidados são: Cíntia Duque (@eunoteatro), Fernando Pivotto (@tudomenosumacritica), Celso Faria (@blogeurbanidade), Cláudio Martins (@abroadwayeaqui), Natália Beukers (@infoteatro), Marcio Tito (@deus.ateu), Leandro Fazolla (@leofazolla), Luiz Vieira (@responderfazendo), Miguel Arcanjo Prado (@miguel.arcanjo), Viviane Pistache (@vivirilpistache), Luiza Camargo (@escoladeteatro) e Rodrigo Barros (@eu.rodrigobarros).
SP Escola de Teatro
Inaugurada na cidade de São Paulo, em 2010, a SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco propõe novos desafios para o ensino das Artes Cênicas no Brasil. Com um modelo pedagógico ousado, o espaço toma como prismas da formação as sensibilidades e as potencialidades artísticas, humanas, críticas e cidadãs. A instituição é ligada à Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo e gerida pela Adaap – Associação dos Artistas Amigos da Praça, uma Organização Social de Cultura, sem fins lucrativos, formada por integrantes dos principais grupos de teatro da cidade de São Paulo.
Serviço
Mostra Aldir Blanc na SP Escola de Teatro
Onde: Sympla – SP Escola de Teatro Digital https://www.sympla.com.br/produtor/spescoladeteatrodigital
Quando: 4 a 28 de maio, de terça a sexta, sempre às 20h (horário de Brasília) – Exceção da peça ELAS, apresentada às 21h.
Mostra Aldir Blanc na SP Escola de Teatro
Programação Maio 2021
04 – Terça-feira
ELAS (SP)
Conflitos de um relacionamento amoroso entre duas mulheres durante a pandemia.
05 – Quarta-feira
ELAS (SP)
Conflitos de um relacionamento amoroso entre duas mulheres durante a pandemia.
06 – Quinta-feira
ELAS (SP)
Conflitos de um relacionamento amoroso entre duas mulheres durante a pandemia.
07 – Sexta-feira
Mesa de discussão
A importância da Lei Aldir Blanc para a Arte na Pandemia.
11 – Terça-feira
Turmalina 18-50 – Cia Cerne (RJ)
A vida de João Cândido, o almirante negro da canção de Aldir Blanc cantada por Elis Regina.
12 – Quarta-feira
Afluentes Acreanas – Associação Teatro Candeeiro (AC)
Um embarque fluvial pelas curvas do rio Acre, passando pelos afluentes da história acreana.
13 – Quinta-feira
Disque Q para Queer – Teatro da Margem (RN)
Central de atendimento interativa para pessoas LGBTQIA+ no isolamento da pandemia.
14 – Sexta-feira
Exóticos – Túlio Paniago (MT)
Uma desconstrução de ideias preconcebidas sobre a produção artística fora do eixo..
18 – Terça-feira
Diálogos – Bruno Narchi (SP)
Histórias cotidianas em torno de relacionamentos familiares e pessoais neste drama musical.
19 – Quarta-feira
Pink Star – Cia de Teatro Os Satyros (SP)
Comédia musicada sobre o poder de decisão do indivíduo sobre a sua sexualidade e gênero.
20 – Quinta-feira
O Inferno É Um Espelho de Borda Laranja – Wander B. (SP)
Reflexões de um homem em torno de sua vida durante suas crises de insônia.
21 – Sexta-feira
Pânico Vaginal – Romã Atômica (SP)
Uma super-heroína opta pelo Armamento Íntimo, guardando armas em seus órgãos.
25 – Terça-feira
Tormento – Clotilde Produções (SP)
Duas mulheres e um homem estão trancados forçosamente em uma reunião on-line.
26 – Quarta-feira
Sinhá Não Dorme – Roberta Valente (RJ)
Duas mulheres negras apresentam questões do racismo estrutural e da lesbofobia.
27 – Quinta-feira
Psicose 4:48 – Cia Stavis- Damaceno (PR)
Questões de loucura, baseadas na vida da autora britânica Sarah Kane.
28 – Sexta-feira
Mesa de Discussão
Lei Aldir Blanc como fomento à diversidade nas artes cênicas brasileiras.
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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