Gênio da música negra, Cassiano morre de Covid aos 77 anos sem reconhecimento em vida

Ícone da música negra no Brasil, Cassiano morre de Covid aos 77 anos - Foto: Divulgação - Blog do Arcanjo 2021
Ícone da música negra no Brasil, Cassiano morre de Covid aos 77 anos – Foto: Divulgação – Blog do Arcanjo 2021

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

Morreu nesta sexta (7) no Rio de Janeiro um dos maiores gênios da música negra brasileira e que não teve em vida reconhecimento à altura. O cantor e compositor Cassiano é mais uma vítima da Covid, aos 77 anos, e também do tratamento sem memória que o Brasil costuma dispensar aos artistas que construíram a cultura.

Cassiano foi o autor de hits cantados pelo país inteiro de Norte a Sul até os dias de hoje, como Primavera e Eu Amo Você, na voz de Tim Maia em 1970, e também Coleção e A Lua e Eu, lançados por ele já na carreira solo em 1976 e regravados por várias novas estrelas da música, como Marisa Monte e Ivete Sangalo.

Genival Cassiano dos Santos nasceu em Campina Grande, na Paraíba, em 16 de setembro de 1943. Na década de 1960, fã de João Gilberto, mudou-se para o Rio para tornar-se músico. Logo, passou a tocar com Tim Maia, recém retornado dos Estados Unidos, e emplacou duas músicas que logo tornaram-se hits: Eu Amor Você e Primavera, em 1970.

https://www.youtube.com/watch?v=RrsP5DUuBRw

No ano seguinte, em 1971, gravou seu primeiro disco, Imagem e Som, tornando-se rapidamente um dos principais nomes da soul music no Brasil. Com Tim Maia e Hyldon lançou grandes sucessos ao longo da carreira dos três.

Em 1976 emplacou mais dois hits nas paradas de sucesso, Coleção e Amor e A Lua e Eu. A partir de então, sua música embalou bailes black por todo país, em especial no Rio e em São Paulo.

O cantor sofria de problemas respiratórios e precisou retirar um de seus pulmões, o que enfraqueceu sua voz e acabou afastando-o dos palcos. Nos últimos anos, vivia fora dos holofotes da mídia, mas nunca deixou de ser reverenciado pelos verdadeiros apreciadores da boa música. O Brasil deve muito a Cassiano. Que descanse em paz.

Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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