Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Parece que foi ontem, mas já faz 15 anos que o humorista Cláudio Besserman Vianna, o Bussunda, morreu, deixando o Brasil mais sem graça. Em sua homenagem, o Globoplay lança, no dia 17 de junho, a série documental original Meu Amigo Bussunda, que presta tributo ao integrante do Casseta & Planeta.
A direção geral dos quatro episódios é de Claudio Manoel, amigo e parceiro de ofício do humorista. Claudio divide a direção e o roteiro dos três primeiros capítulos com Micael Langer, com quem codirigiu Simonal — Ninguém Sabe o Duro Que Dei, outro documentário de sucesso. Já o último, tem direção de Júlia Besserman, filha de Bussunda, que perdeu o pai quando tinha 12 anos. A produção é assinada por Emoções Baratas e Kromaki.
Vida de Bussunda é contada em série no Globoplay
A obra narra, ao longo dos três primeiros capítulos, a trajetória de Bussunda em ordem cronológica, usando imagens inéditas e de arquivo, entrevistas com parentes, amigos, colegas e integrantes da equipe do Casseta & Planeta.
Claudio Manoel, diretor e entrevistador, é também personagem e testemunha. O primeiro episódio, que compreende o período entre 1962 e 1989 mostra a infância, adolescência e juventude de Cláudio Besserman e a origem do famoso apelido.
No segundo capítulo, acompanhamos de 1989 até 1998, desde sua entrada na Globo até o sucesso do Casseta & Planeta Urgente.
O terceiro episódio, compreende de 1998 até 2006, na cobertura da Copa do Mundo na Alemanha.
No quarto episódio da série, que tem direção geral de Claudio Manoel, direção de Júlia Besserman e roteiro de Júlia e Micael Langer, é feita uma análise sobre a filosofia de vida seguida por Bussunda.
Série traz depoimentos de famosos sobre Bussunda
Humoristas da nova geração são convidados a debater a influência do Casseta na comédia atual e refletir sobre o politicamente incorreto. Entre os entrevistados da série estão Vera Fischer, Maria Paula, Zico e Débora Bloch.
“Revisitar a vida e a obra do Bussunda foi um processo intenso, visceral, mas também necessário e revigorante. A dor de sua morte foi esmagadora, lidar com isso exigiu muito esforço e consumiu tempo. Fazer essa série foi um jeito de voltar a estar perto, viajar e ‘conversar’ de novo com ele. E também revisitar a falta que ele faz”, lembra o diretor Claudio Manoel.
“Acho que quem assistir à série vai se apaixonar pelo ser humano que ele era, um cara encantador mesmo, justo, equilibrado, sarcástico, companheiro. Aquele tipo de pessoa que só desperta lembranças boas em quem teve o privilégio de ter convivido ao seu lado e que deixa muita saudade”, destaca o diretor Micael Langer.
Filha de Bussunda se emociona ao fazer série sobre o pai
A filha de Bussunda ficou sensibilizada no processo de feitura da série. “Foi muito emocionante e catártico revisitar lembranças, separar fotos e vídeos. Eu não assistia ao programa desde sua morte. Relembrei personagens, piadas. A discussão sobre o humor dele era um debate que eu precisava ter comigo mesma para tentar entender um pouco melhor o trabalho do meu pai. Por isso coloquei no quarto episódio”, explica a diretora Júlia Besserman.
Bussunda teve carreira de sucesso no humor
Com os companheiros do Casseta & Planeta, Bussunda escreveu onze livros, fez diversos shows e protagonizou os filmes “A Taça do Mundo é Nossa” (2003) e “Casseta & Planeta: Seus Problemas Acabaram!” (2006), lançado postumamente. Ainda no cinema, participou dos longas “Como Ser Solteiro” (1998) e “Zoando na TV” (1999), e dublou o personagem principal nos dois primeiros filmes da animação “Shrek”. Bussunda morreu no dia 17 de junho de 2006 quando realizava a cobertura da Copa do Mundo na Alemanha para o Casseta & Planeta Urgente. No dia 25 de junho de 2021 o humorista faria 59 anos.
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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