Zezé Motta promete emoção no especial Mulher Negra: ‘Venho tentando virar esse jogo há mais de 50 anos’
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Não poderia haver artista mais emblemática para celebrar com a potência de seu canto o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha neste domingo, 25 de julho. É quando a grande artista Zezé Motta faz o show Zezé Motta – Mulher Negra às 17h, no canal L!Ke (530 da Claro e 500 da Claro NET) e no canal oficial do Teatro Bradesco no YouTube.
Em conversa com o Blog do Arcanjo, a atriz e cantora de 77 anos avalia que o reconhecimento da trajetória construída na cultura brasileira é algo que toca de forma profunda.
“É difícil fazer arte no Brasil, de um modo geral, mas para a mulher negra é mais difícil ainda. A minha questão sempre foi com a justiça. Vejo este especial como uma grande homenagem, elas são importantes porque significam o reconhecimento de uma batalha para construir uma carreira. Iniciar uma carreira em qualquer segmento é difícil e mantê-la é mais complicado, ainda mais com os conflitos que temos, sejam eles de gênero ou de cor”, pontua Zezé, a eterna Tigresa cantada por Caetano Veloso.
Venho tentando virar esse jogo há mais de 50 anos.”
ZEZÉ MOTTA, atriz e cantora
E a artista não estará só. No especial, recebe convidadas especiais de variados campos das artes, que dão depoimentos sobre como é ser mulher negra. Participam nomes do quilate de Conceição Evaristo, Djamila Ribeiro, Iza, Elisa Lucinda, Cacau Protásio, Cris Vianna e Camilla de Lucas. Todas refletem sobre a construção de suas trajetórias vitoriosas, mesmo diante das inúmeras adversidades que a mulher negra enfrenta em seu percurso. Como ocorreu com a própria Zezé, que recorda uma grande mentora.
“Quando as coisas começaram a dar certo pra mim, eu sempre me questionava, só que não possuía um discurso articulado, foi então que conheci Lélia Gonzalez, a partir daí ela virou minha guru, logo no primeiro dia que a conheci ela me disse: ‘Nós não temos tempo para lamúrias. Temos que arregaçar as mangas e virar esse jogo’. E essa frase ficou definitiva na minha vida. Hoje não sofro com a discriminação racial, mas aproveito o espaço da mídia para denunciar, combater. E vejo isso como uma missão. Venho tentando virar esse jogo há mais de 50 anos”, conclui Zezé Motta.
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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