A Febre representa Brasil nos Prêmios Goya da Espanha

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
A comissão de seleção formada pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais escolheu o sofisticado filme A Febre, de Maya Da-Rin, para representar o Brasil na disputa por uma indicação a Mejor Película Iberoamericana (Melhor Filme Ibero-Americano) na 36ª edição dos Prêmios Goya — que será realizada no dia 12 de fevereiro de 2022 na Espanha. O filme venceu o Prêmio Arcanjo de Cultura em 2020 na categoria cinema.
Filme repleto de sensibilidade tanto na direção quanto nas atuações, A Febre mostra a vida de Justino (Regis Myrupu), um indígena que trabalha como guarda de segurança no porto de Manaus, no Amazonas. Enquanto sua filha se prepara para ingressar na faculdade de medicina, em Brasília, Justino é dominado por uma febre misteriosa. Paralelamente, uma série de estranhos ataques a animais ganha destaque nos noticiários locais.
Melhor de 15
Os Prêmios Goya são organizados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas da Espanha, e conhecida informalmente como “o Oscar espanhol”. A Febre foi escolhido a partir de uma lista com 15 longas-metragens: A Febre, A Mulher da Luz Própria, Abraço, Alice Júnior, Aos Olhos de Ernesto, Babenco – Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, Boca de Ouro, Cidade Pássaro, M8 – Quando a Morte Socorre a Vida, Mulher Oceano, O Auto da Boa Mentira, Pacarrete, Se Arrependimento Matasse, Todos os Mortos e Três Verões.
No Brasil, o filme pode ser visto no catálogo da Netflix. A Febre já abocanhou ainda os prêmios de melhor ator (Regis Myrupu) no Festival Internacional de Cinema de Locarno; melhor direção (Maya Da-Rin) no Festival Internacional de Cinema de Chicago; melhor direção e melhor som no Festival do Rio; e cinco prêmios no Festival de Brasília, nas categorias de melhor filme, direção, fotografia, ator e som.
A comissão foi composta por Flávio R. Tambellini, produtor, diretor e sócio-fundador da Tambellini Filmes; Carlos Heli de Almeida, repórter e crítico de cinema; Jom Tob Azulay, produtor e diretor; Sabrina Fidalgo, diretora e roteirista; e Virginia Cavendish, atriz, roteirista e produtora. Presidente da comissão, Flávio R. Tambellini disse que a votação aconteceu em dois turnos, na manhã desta segunda (23). “’A Febre’ é um filme sensível não apenas pela linguagem, como também pela temática indígena e amazônica, que tem hoje uma enorme relevância global”, afirma a comissão.

Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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