Mostra de Cinema de Tiradentes retoma online na 25ª edição após cancelar presencial

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Estava tudo pronto, mas os números atuais da pandemia obrigaram a mudança. A 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes cancelou o presencial na cidade histórica mineira e, assim como foi em 2021, fará mais uma edição totalmente online, com programação gratuita entre 21 e 29 de janeiro, deixando para a próxima edição o formato híbrido.
Mais uma vez, o evento audiovisual da joia barroca encravada diante da Serra de São José abre o calendário cinematográfico brasileiro.
Tiradentes faz sua boda de prata com números robustos: 169 filmes de 21 estados brasileiros (64 longas, 3 médias e 102 curtas-metragens) em pré-estreias e mostras temáticas, além de 10 oficinas. Tudo de graça.
O evento ainda fará seminários para debater o audiovisual nacional — que vive uma das fases mais críticas de sua história, devido a perseguições do governo federal.

“A renovação é uma das marcas mais significativas que estampou o Brasil nas telas da Mostra de Cinema de Tiradentes e celebrar todas as conquistas revigora nossa alma.
RAQUEL HALLAK
Coordenadora da Mostra de Cinema de Tiradentes
Sob coordenação geral da produtora Raquel Hallak, da Universo Produção, a 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes tem como tema Cinema em Transição, discutindo a inevitável interatividade entre a antiga telona e as novas telas.

Epicentro de discussões sobre representatividade no audiovisual, o evento informa ter neste ano “forte presença de filmes dirigidos por pessoas negras, trans e indígenas”.

Homenageado
O homenageado em Tiradentes 2022 é o cineasta Aridley Queirós, de Ceilândia, no Distrito Federal, que faz pré-estreia de Fragmentos de 2016 em Dois Episódios, codirigido com Cássio Oliveira.
A cidade mineira tem a ver com sua história, já que A Cidade É Uma Só? venceu o Troféu Barroco em 2012 de melhor filme da Mostra Aurora.
Atuante no Ceicine (Coletivo de Cinema da Ceilândia), Queirós é realizador audiovisual há 16 anos.
Segundo a Mostra de Cinema de Tiradentes, “o cinema de Adirley permite traçar uma trajetória que reflete um processo político de um passado de violência traumática que determina o presente e influencia os rumos do futuro, em filmes como “Rap, o Canto da Ceilândia” (2005), “Dias de Greve” (2009), “Fora de Campo” (2010), o citado “A Cidade é Uma Só?” (2012) e os posteriores “Branco Sai, Preto Fica” (2014) e “Era Uma Vez Brasília” (2017)”.
Todos os títulos do diretor serão exibidos na Mostra Homenagem.
Confira a programação da Mostra de Cinema de Tiradentes
Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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