Rock Brasil 40 Anos incendeia Memorial com Capital Inicial, Paralamas do Sucesso, Biquíni Cavadão e Plebe Rude
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Já se vão 40 anos, mas a energia continua a de adolescente. Isso ficou evidente para o público que lotou o Memorial da América Latina neste domingo (27), no primeiro de uma série de shows em São Paulo que reúnem nomes icônicos de nossa música no festival Rock Brasil 40 Anos.
No mesmo dia de encerramento do Lollapalooza no Autódromo de Interlagos, o rock nacional demonstrou que tem fiéis fãs que sabem que ninguém constrói nada sem respeitar quem veio antes.
A Plebe Rude abriu os trabalhos, com o domingo ainda ensolarado. Com a energia de um punk revigorado, os rapazes bradaram palavras de ordem em prol da liberdade e da democracia. Afinal, o rock e o punk sempre foram anti-sistema.
Depois, foi a fez de o Biquíni Cavadão lavar a alma durante a forte chuva que caiu no fim da tarde, com direito a “Chove Chuve”, de Jorge Ben Jor, e “O Bêbado e a Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc, cantada à capela com o público em um dos momentos mais emocionantes da noite.
Na sequência, os Paralamas do Sucesso inundaram o Memorial com seus hits eternos e levaram o público ao delírio quando Herbert Vianna bradou: “Abaixo Bolsonaro”.
Por fim, Dinho Ouro Preto, com seu pinta de astro do rock, incendiou o público com os sucessos do Capital Inicial, realizando importantes pontes com o rock latino-americano, como ao cantar sua versão Música Ligeira, do argentino Gustavo Ceratti; aliás, os Paralamas também cantaram Lourinha Bombril, versão de Parate y Mira, da banda argentina Los Pericos.
Ele também dançou enquanto o público gritava “ei, Bolsonaro, vai tomar no c…”. E lembrou que Veraneio Vascaína sofreu censura da ditadura militar quatro décadas atrás. A chuva fina que caiu ao fim do show lavou a alma de todos os presentes, ao som do bis: Mulher de Fases, em uma homenagem do Capital aos Raimundos. Viva o rock nacional, que, aliás, o Lollapalooza precisa aprender a valorizar.
Quem curtiu o Festival Rock Brasil 40 Anos no Memorial da América Latina
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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