Festival de Curitiba: Abertura lava a alma do teatro e celebra 30 anos do evento com festa no MON

Abertura do Festival de Curitiba contou com performances artísticas no MON celebrando os 30 anos do evento - Foto: Annelize Tozetto - Blog do Arcanjo
Abertura do Festival de Curitiba contou com performances artísticas no MON celebrando os 30 anos do evento – Foto: Annelize Tozetto – Blog do Arcanjo

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

A cultura lavou a alma em uma festa de abertura que entrou para a história do Festival de Curitiba, após dois anos de distanciamento, medo e crise.

Com mais de 200 apresentações, o Festival de Curitiba, maior evento das artes cênicas na América Latina, comemora sua 30° edição com a volta do público aos espetáculos.

São praticamente mil artistas na programação que gera 4.000 empregos que aliviam a crise que o setor vive.

Ver de perto a realização do Festival de Curitiba é comprovar a força do setor cultural e da economia criativa, tão importantes para o desenvolvimento do nosso país.

A seguir, confira como foi a festa de abertura em reportagem realizada por estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Positivo em parceria do Blog do Arcanjo com UP no Festival.

+ Blog do Arcanjo no Festival de Curitiba!

Público no MON na abertura do 30º Festival de Curitiba – Foto: Annelize Tozetto – Blog do Arcanjo

Festa de abertura do Festival de Curitiba tem 2.500 convidados e clima de retomada

A cerimônia oficial de abertura do Festival de Curitiba foi realizada nesta segunda-feira (28), no Museu Oscar Niemeyer (MON), com uma festa para 2.500 convidados.

O evento marcou o início da 30° edição do maior evento de teatro do país. A data festiva ainda celebrou a retomada dos espetáculos com plateia presencial — depois de dois anos de pandemia.

Leandro Knopfholz, idealizador e diretor do Festival de Curitiba, na abertura da 30ª edição no Museu Oscar Niemeyer MON – Foto: Annelize Tozetto – Blog do Arcanjo

No discurso de abertura, o diretor e idealizador do Festival, Leandro Knopfholz, destacou que o retorno do evento é também um presente de aniversário para a cidade, que comemorou 329 anos nesta terça (29).

Knopfholz falou ainda que a curadoria das peças desta edição traz a combinação de variedade, ineditismo e montagens já consagradas.

Show da banda Denorex 80 agitou 2.500 convidados no MON na abertura do 30º Festival de Curitiba – Foto: Annelize Tozetto – Blog do Arcanjo

Artistas com todo o gás

Em uma tenda montada nos fundos do MON, a festa teve apresentações de ilusionismo e da banda Denorex 80.

A decoração do entorno do Museu contou com publicidades lúdicas e ações interativas de diversas marcas, como mãos dançantes e coloridas que saiam das paredes e entregavam bebidas.

Dançarinos circenses ofereciam doces e alguns espaços foram preparados especialmente para registros fotográficos.

Ricardo Nolasco, Stéfano Belo e Gabriel Machado, artistas da Selvática, marcaram presença na festa de abertura do 30º Festival de Curitiba no MON – Foto: Annelize Tozetto – Blog do Arcanjo

Importância histórica do Festival de Curitiba

“O Festival de Curitiba tem uma importância enorme para a cidade e o país”, define Ricardo Nolasco, da Selvática Ações Artísticas. “O anúncio da pandemia, de fechar tudo, foi bem antes do Festival. E isso foi muito marcante para a classe artística curitibana e paranaense. Então, voltar nesta festa, neste espaço aberto tão bonito como é o MON, é algo importante para todos nós”, pontua.

“Eu acho que a trajetória de dez anos da Selvática tem tudo a ver com o Festival de Curitiba, fizemos Fringe, Mostra Oficial, Cabaré e nos sentimos parte dessa história. Até porque muitos dos artistas que da Selvática atuaram tanto nos palcos quanto nos bastidores do Festival de Curitiba”, recorda Nolasco.

As artistas Amira Massabki e Patricia Cipriano na abertura do 30º Festival de Curitiba no MON – Foto: Rodrigo Leal – Blog do Arcanjo

O produtor cultural Tiago Inácio, outro que tem muitas histórias para contar do evento, segue o mesmo tom e também vive o clima de comemoração. “Não somente das artes, mas da vida. De celebrar e estar vivo. De poder fazer isso neste momento no qual o país necessita para poder seguir com o brilho, leveza, reflexão e crítica”, diz.

Criador e curador do Risorama, a mostra de stand-up dentro do Festival de Curitiba, o humorista Diogo Portugal celebra a volta do evento. “Este ano vai ser muito especial. Depois de dois anos de pandemia, agora estamos com todo o gás para que 2022 seja o melhor de todos. A programação está excelente”, elogia.

Artistas circenses recebem o público na abertura do 30º Festival de Curitiba no MON – Foto: Annelize Tozetto – Blog do Arcanjo

Além dos organizadores e dos profissionais da cultura, o público também estava no aguardo da volta deste que é o maior festival de teatro do Brasil e da América Latina.

“Fui em 2018 e 2019 em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas o de Curitiba é o melhor que tem”, diz o advogado Pablo Figueiredo, que acompanha vários festivais pelo país.

Público chega à festa de abertura do 30º Festival de Curitiba – Foto: Annelize Tozetto – Blog do Arcanjo

Clima de festa em Curitiba

A abertura do Festival de Curitiba foi marcada por beleza, novidades e grandes apresentações. Como as máscaras deixaram de ser obrigatórias no Paraná, muitos artistas estavam mais à vontade pelo local, posicionado ao ar livre.

Logo na entrada, as surpresas começaram a atrair seus visitantes: na passarela, uma recepção calorosa por duas cantoras de ópera, com vestimentas chamativas a quase 4 metros do chão.

Perto do mais tradicional Olho, o painel de propaganda do Risorama foi algo um tanto quanto alucinante: mãos que saíam por todos os lados dos intérpretes que estavam por trás. As mãos entregavam bebidas para os convidados e ainda faziam seus charmes na missão de atrair o público.

Foi preparado um grande tapete vermelho. Fotógrafos em posição de ataque para fisgar cada clique. Mas saindo do ambiente externo e aprofundando um pouco mais, a distribuição de comidas e bebidas era abundante, e, enquanto as pessoas se saboreavam, tinham a opção de assistir a seleção de fotos de todas as apresentações ao longo dos anos, com a sua fundação em 1992.

A diretora do evento Fabíula Passini entra no clima de festa da retomada no discurso de abertura 30º Festival de Curitiba – Foto: Annelize Tozetto – Blog do Arcanjo

No gramado, estavam presentes na cerimônia: o diretor-coreógrafo e ilusionista Maicon Clenk; o diretor e um dos fundadores do festival, Leandro Knopfholz; a coreógrafa, Deborah Colker; a diretora do festival, Fabiula Passini; e a fotógrafa, Lenise Pinheiro, que faz uma mostra de imagens que contam os 30 anos do evento no MON e pelas ruas de Curitiba.

A fotógrafa do teatro Lenise Pinheiro se emocionou durante o discurso de abertura de sua exposição sobre os 30 anos do Festival de Curitiba no MON durante a festa de abertura da 30ª edição do evento – Foto: Annelize Tozetto – Blog do Arcanjo

Durante os discursos, ilusionistas e apresentadores estavam à disposição no atendimento.

E para fechar com chave de ouro, o evento propôs algo de muita relevância no mundo inclusivo: o direito a intérprete de libras, para facilitar o entendimento de deficientes auditivos e surdos. Além de toda a beleza do evento, a inclusão estava presente. E tudo aconteceu perfeitamente no clima da retomada da cultura brasileira. Aplausos.

Reportagem por Brenda Niewiorowski, Vanessa Nogueira e Valeska Macedo, estudantes de Jornalismo da Universidade Positivo, sob orientação da jornalista e professora Katia Brembatti, em parceria com o Blog do Arcanjo no Festival de Curitiba. Conheça o site UP no Festival.

O jornalista e crítico Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do Festival de Curitiba.

+ Blog do Arcanjo no Festival de Curitiba!

Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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