Risorama une veteranos e novatos em sessão de despedida lotada no Festival de Curitiba
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Enviado especial ao Festival de Curitiba*

Por BRENDA NIEWIOROWSKI E MARIA POHLER
Colaboração para o Blog do Arcanjo no Festival de Curitiba*
Depois de cinco dias de ingressos esgotados e diversos nomes ilustres, o Risorama chegou ao fim, na quarta-feira (6), com nomes consagrados e novatos. O público conferiu apresentações de artistas renomados da comédia, como Thiago Ventura e Renato Albani, e de nomes que fizeram sua primeira apresentação em Curitiba, como Niny Magalhães e Jhordan Matheus.
Segundo Diogo Portugal, curador do evento, é um desafio trazer essa mistura, buscando humoristas mais experientes, como Nany People, que participou pela primeira vez há 18 anos, e Jhordan Matheus, que está começando na profissão e fez sua estreia no festival. Ele também afirma que a mudança de local, com uma estrutura maior, e um elenco selecionado fizeram elevar as expectativas do público – que foram superadas, segundo Portugal.

Jhordan Matheus
Comediante de stand-up e ator, Jhordan Matheus divertiu o público, fez interações com a plateia e garantiu boas risadas de quem estava no evento. Ele, que é natural de Salvador e tem sete anos de carreira, comentou ser uma satisfação participar pela primeira vez do Risorama, afamado em todo os Brasil. “Para mim, poder estar representando a comédia preta em um festival como este, nesse momento, é uma mistura de sensações”, compartilha.
O humorista afirma que poder estar “colocando um pouco do novo” e, ao mesmo tempo, aprendendo com os outros comediantes é muito importante e também uma realização. Jhordan, que ganhou mais destaque após o vídeo “Rita, volta desgramada”, revela que foi a partir dele que conseguiu ter mais espaço para mostrar seu trabalho e assim se estruturar como comediante profissional. Para ele, a melhor parte do seu trabalho é ver crianças querendo ser comediantes, pois ele afirma que “muita gente foi salva pela comédia durante a pandemia.

Niny Magalhães
Niny Magalhães falou encantada sobre a experiência de participar de seu primeiro Risorama e comemorou a oportunidade de ver as pessoas rindo sem máscaras. A comediante revelou que, quando começou a escrever piadas, passou a contar histórias antigas, da época em que tinha algum tipo de relacionamento ou comportamento específico.
Niny busca trazer leveza, rindo de si mesma e do cotidiano. Ela contou foi sobre o parto do primeiro filho, quando sofreu um abuso médico. Muitas mulheres se identificaram, pois passaram pela situação ou conhecem alguém que já havia passado. Elas entendem a referência. “Existem vários aspectos: Somos mães. Uma mãe solteira. Uma mãe solteira periférica. Entre outras coisas. Sempre tem alguém que está passando por algo parecido, só que nem todas percebem. Elas só percebem quando a gente fala sobre. Mas é um processo”.
A comediante afirma que percebe quando mulheres iguais a ela na plateia. E, por isso, fala sobre temas e assuntos que possam lhes interessar. “Quando eu tiver a oportunidade de fazer um grande show solo, eu vou priorizar a presença de mulheres no teatro. Principalmente das que tenham acabado de ter um filho. Porque elas precisam rir.”
O último desafio de comédia do qual Niny fez parte foi o show Fritada, em que cada participante é ser “zoado” por humoristas. Quando chegou sua vez, Niny teve que caçoar de uma mulher. Segundo ela, sua única preocupação era tentar não soar machista. “Apesar de ela não ter pensado em mim na hora de fazer a piada reversa, eu pensei nela. Acho que é muito importante respeitar outra mulher. Eu sempre faço piada com respeito. Mas foi um desafio. É um desafio.”
*Reportagem por Brenda Niewiorowski e Maria Pohler estudantes de Jornalismo da Universidade Positivo, sob orientação da jornalista e professora Katia Brembatti, em parceria com o Blog do Arcanjo no Festival de Curitiba. Conheça o site UP no Festival.
O jornalista e crítico Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do Festival de Curitiba.
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Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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