Bel Kutner dirige peça sobre Lygia Clark no centenário da artista com Carolyna Aguiar

Se estivesse viva, Lygia Clark, pseudônimo de Lygia Pimentel Lins, estaria completando em 2022, 102 anos. A exímia pintora e escultora brasileira contemporânea, nos deixou em 25 de abril de 1988, aos 67 anos.
Natural de Belo Horizonte, a obra da saudosa personalidade das artes plásticas é extremamente complexa, carregada de significados subterrâneos nem sempre explícitos. Mesmo assim, sua estética é direta, quase simples.
E, para homenagear uma figura histórica tão relevante, que marcou seu nome de forma atemporal, Maria Clara Mattos, Bel Kutner e Carolyna Aguiar decidiram mergulhar no universo de Lygia Clark, por meio do monólogo Lygia.
Com dramaturgia desenvolvida por Maria Clara, foi a partir dos diários desta personalidade, hoje reconhecida uma mulher à frente de seu tempo, que o projeto começou.
O monólogo Lygia é um convite ao vasto mundo interior desta mulher. Seus sonhos, suas dores, suas alegrias. Não da artista plástica, não a terapeuta, mas da Lygia, pura e simplesmente. Alguém que fez dos próprios abismos o caminho de contato com o outro, alguém que acreditava que o potencial artístico humano estava no desvendamento dos próprios fantasmas.
Maria Clara Mattos
Bel Kutner — conhecida por suas inúmeras personagens seja na TV ou teatro — assina a direção desta encenação, sim, é desta forma mais despretensiosa que o projeto é intitulado. Sem o comprometimento do palco, nem a rigidez do teatro, tampouco o silêncio e a pura apreciação de uma exposição.
A ideia é mergulhar no universo interno desta artista, buscando usar as linhas retas, as curvas e os objetos terapêuticos criados por ela numa interação com o público. Ou seja, Lygia Clark na língua que ela buscou para suas manifestações artísticas: o corpo, a obra de arte e sua interação com o público. Mais do que um espetáculo, esta encenação é uma experiência estética, exatamente o que a artista emprestou à própria obra: vida.
Bel Kutner
Lygia
Quando: 07 de abril até 28 de maio de 2022. Quintas e Sextas-feiras, às 20h. sábados, às 18h.
Onde: Bolsa de Arte – Rua Rio Preto, 63, Jardins, São Paulo.
Quanto: R$ 120,00 – Retire seu ingresso!
Colaborou Michele Marreira

Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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