Secretário de Cultura e Economia Criativa de São Paulo foi único latino-americano a discursar no Edinburgh International Culture Summit 2022
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
ENVIADO ESPECIAL A EDIMBURGO*
Único representante oficial latino-americano e brasileiro no evento internacional, Sérgio Sá Leitão defendeu a força da cultura paulista e do Brasil durante seu discurso no encerramento do Edinburgh International Culture Summit 2022, a Cúpula Internacional da Cultura de Edimburgo, no Parlamento Escocês, no último domingo, 28 de agosto, no Reino Unido.
O secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo liderou a missão brasileira do Creative SP em parceria com a OEI – Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e Cultura, cujo diretor Raphael Callou esteve presente, InvestSP, representada pela gerente de Comunicação e Marketing Julia Saluh, Secretaria de Relações Internacionais do Estado de São Paulo, representada pela chefe de gabinete Jéssica Souza, e MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, representada por Rafael Steinhauser.
As dez empresas levadas pelo Creative SP a Edimburgo foram: Lusco-fusco, Iracema, Périplo, Parlapatões, Platô Produções, Sabre de Luz Produções Culturais, Corpo Rastreado, Gattu, Amigos da Arte e Cia Trilhas da Arte. O Blog do Arcanjo foi especialmente convidado a viajar para realizar a cobertura jornalística da participação brasileira no evento.
Sá Leitão foi convidado pelo evento para fazer um dos discursos do encerramento do evento que reuniu 30 representantes culturais de diversas nações de 26 a 28 de agosto na capital escocesa, em meio à 75ª edição do Festival Internacional de Edimburgo, na qual o Brasil apresentou presencialmente a peça Isto É Um Negro?, com Ivy Souza, Felipe Roseno, Mirella Façanha e Raoni Garcia sob direção de Tarina Quelho e codireção de Lucas Brandão, e digitalmente The Art of Facing Fear – The United Union, da companhia paulista Os Satyros de Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez em parceria com a companhia indiana The Red Curtain.
Participante pela segunda vez da Cúpula de Edimburgo, Sá Leitão afirmou em seu discurso representar o governador Rodrigo Garcia e o Governo do Estado de São Paulo. Ele lembrou o impacto negativo da pandemia no setor da economia criativa. “Agora, é a hora da ressurreição”, pontuou, lembrando que a Cúpula da Cultura de Edimburgo tem papel estratégico para estabelecimento de políticas públicas internacionais para o setor cultural.
“Em São Paulo, apoiamos, respeitamos e promovemos a cultura. E louvamos a liberdade, a democracia, a diversidade, a edução, a ciência, o estado de direito, a proteção ao meio ambiente e a tolerância”, destacou Sá Leitão, afirmando ainda que em São Paulo a cultura e o setor criativo são vistos “como nosso patrimônio cultural e ativos fundamentais para aumentar geração de empregos e riquezas e promover o desenvolvimento sustentável dos 46 milhões de paulistas, além de reduzir a desigualdade social”.
Em sua fala, o secretário destacou a criação de pontes e parcerias internacionais para atrair investimento ao setor cultural e promover intercâmbio com outros países. “São Paulo é um Estado-Nação, com forte cenário cultural, cheio de potencial e diversidade”, disse.
“O governador Rodrigo Garcia sempre diz que São Paulo se baseia na diversidade cultural. É a grande força por trás da nossa cultura e do nosso processo de desenvolvimento sustentável. Nós reconhecemos essa diversidade e a abraçamos”, explicou. E seguiu: “Há uma conexão forte e clara entre cultura, liberdade e desenvolvimento sustentável. Então, nossas políticas refletem essa visão e compromisso. É por isso que a cultura e o desenvolvimento sustentável são prioridades para o governador Rodrigo Garcia e nossa equipe. Em um ambiente social livre, encorajador e inclusivo ao meio ambiente”.
Sá Leitão ainda explicou no Parlamento Escocês a missão brasileira no Festival Internacional de Edimburgo. “Criamos um programa chamado Creative SP e trouxemos uma delegação de dez empresas do teatro paulista ao Fringe, na 75ª edição do festival, e apresentamos aqui, no Summerhall, uma peça poderosa chamada Is it a Black?, ou Isto é um Negro?”, convidando a todos os presentes a ver a última sessão do espetáculo.
O secretário ressaltou que o Governo de São Paulo ampliou em 55% o orçamento da pasta da Cultura nos últimos quatro anos, além da criação de programas de incentivo em larga escala, apoiando mais de 11 mil projetos.
“Por isso criamos recentemente o Museu das Culturas Indígenas, o primeiro museu do Brasil gerido e com curadoria dos povos indígenas. É realmente uma iniciativa de mudança de jogo. Os indígenas chamam o novo museu de Tava, a palavra em tupi-guarani que significa Casa de Transformação. Os povos indígenas são menos de 5% da população mundial, mas protegem 80% da biodiversidade do planeta”, lembrou o secretário ao afirmar que “aproveitar o conhecimento ancestral é vital para a proteção do nosso planeta e da humanidade”, afirmando que com os indígenas estão a “chave para as questões da diversidade cultural e do desenvolvimento sustentável”.
Em seu discurso, Sá Leitão ainda destacou a criação e expansão do Museu da Diversidade Sexual, do Museu das Favelas, do Museu da Língua Portuguesa e do Museu da Imigração.
“O setor cultural e criativo também é muito importante para São Paulo em termos econômicos. Ele representa 4% do PIB do nosso estado e gera mais de 1,5 milhão de empregos localmente. São Paulo responde por 47% do PIB brasileiro gerado pelo setor cultural e criativo. É o maior mercado de mídia de arte e entretenimento da América Latina, com muitos ativos e Oportunidades: festivais fantásticos, uma poderosa indústria audiovisual, uma cultura patrimônio, uma indústria de design e um mercado de artes muito criativos, um incrível setor de artes cênicas e museus e locais incríveis”, informou aos líderes mundiais do setor cultural.
Ele ainda ressaltou o compromisso do Governo de São Paulo em tornar 100% sustentável e acessível até 2026 todas as ações das 70 instituições culturais públicas e 30 festivais no Estado.
“Estamos alinhados com os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecidos pelas Nações Unidas. Aliás, nossa floresta a cobertura aumentou desde 2019 de 22 para 25 por cento do nosso território. É uma abordagem totalmente diferente em comparação com o que o Brasil infelizmente tem no nível federal nível. Mas tenho certeza que isso vai mudar no nível federal este ano, pois teremos eleições em outubro”, disse Sá Leitão.
Ele ainda lembrou que o Brasil celebra 200 anos de Independência em 7 de setembro de 2022. E denunciou as arbitrariedades do Governo Bolsonaro. “Enquanto o governo federal está matando ou permitindo a matança de nossos povos indígenas, é permitindo a destruição de nossas florestas e criminalizando a cultura e os artistas, entre outras medidas, em São Paulo, sob a liderança de Rodrigo Garcia, estamos caminhando para um ambiente limpo, processo de desenvolvimento sustentável brilhante e inclusivo; e destacando o poder da cultura para mudar a vida das pessoas de forma positiva”, declarou.
“Reabrimos em setembro o Museu da Ipiranga, nosso Museu da Independência, após uma grande reforma de 50 milhões de libras. Ele abriga uma coleção de mais de 400.000 peças e obras de arte. É o maior museu do Brasil e estava fechado desde 2013. O governador Rodrigo Garcia e o Governo do Estado fizeram um grande esforço desde 2019 para inaugurar na hora certa, em uma instituição 100% sustentável e acessível que receberá 1 milhão de visitantes por ano”.
Sérgio Sá Leitão encerrou seu discurso com a seguinte fala: “Estou bastante confiante de que o Brasil estará de volta como país no cenário internacional no ano que vem, elogiando a liberdade, cultura, ciência, educação, proteção ao meio ambiente, diversidade, tolerância, democracia, Estado de direito e paz. E enaltecer as políticas públicas integradas e sistêmicas para aqueles questões. Como fazemos em São Paulo em nível estadual. Ou seja… o Brasil como país vai se reerguer”, concluiu, sendo fortemente aplaudido pelos líderes mundiais na Cúpula da Cultura de Edimburgo no Parlamento Escocês.
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*O jornalista e crítico Miguel Arcanjo Prado viaja ao Festival Fringe no 75º Festival Internacional de Edimburgo, na Escócia, Reino Unido, a convite de Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI) e Invest SP.
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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