★★★★★ Crítica: Intimidade Indecente tem show de atuação de Eliane Giardini e Marcos Caruso no Guairão no Festival de Curitiba
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
ENVIADO ESPECIAL AO FESTIVAL DE CURITIBA*
★★★★★
Intimidade Indecente
Avaliação: Ótimo
O teatro calcado na força de um ótimo texto defendido por dois excelentes atores em uma encenação altamente potente em sua simplicidade. Assim é Intimidade Indecente, peça de Leilah Assumpção dirigida por Guilherme Leme Garcia com Eliane Giardini e Marcos Caruso. A obra foi ovacionada em sessão dupla no Teatro Guaíra, o Guairão, para público de mais de 2.000 pessoas em cada uma, no 31º Festival de Curitiba.
A montagem narra os anos na vida de um casal, da meia idade até o fim da velhice, mostrando as frustrações e conflitos típicos do casamento. Em sua inteligente e perspicaz abordagem de um drama burguês de classe média, a obra consegue ultrapassar a forma e atingir o coração do público, que se identifica com as situações vividas pelos personagens e se emociona diversas vezes ao longo da montagem.
Minimalista, a montagem tem o sofá branco da cenografia proposta por Aurora dos Campos e a luz sutil de Tomás Ribas, além de excelente direção de movimento de Toni Rodrigues, que fez dois atores encherem o gigante palco do Guairão. A direção musical de Aline Meyer também colabora para manter o ritmo do espetáculo.
Os espectadores do Guairão respiraram junto dos atores em cada cena. Foi impressionante como Eliane Giardini e Marcos Caruso seguraram o público junto de si o tempo todo, nesta magia que só o teatro é capaz de fazer. Dois gigantes atores em cena (com impressionante trabalho de corpo e voz), eles conseguem dar todas as matizes necessárias aos seus personagens, atingindo direto o coração do público que sofre, ri, chora e vive.
Intimidade Indecente é a prova que o teatro brasileiro sabe realizar com louvor o bom e velho drama e atesta que, no teatro, nada pode ser maior do que o talento dos atores em cima do palco.
★★★★★
Intimidade Indecente
Avaliação: Ótimo
Crítica por Miguel Arcanjo Prado