Por Eloiza Marques
Especial para o Blog do Arcanjo
Estudante do 4º ano de Jornalismo da Universidade Positivo, sob supervisão da professora e jornalista Katia Brembatti
Espetáculo é inspirado em O Menino e a Borboleta Encantada e A Menina e o Pássaro Encantado, de Rubem Alves
Na sala escura, na Alfaiataria Espaço de Arte, um pássaro entra segurando uma luz. É o prenúncio do dia, que logo raia e chama pela “menina”. O convite, na verdade, faz o público, composto por crianças e adultos, começar a busca pela dita menina. A partir dessa perspectiva, a peça A Travessia da Borboleta promove constantes quebras de quarta parede e interação com a plateia. Para o ator Gilmar Magalhães, “é uma forma de fazer o público sentir e ter uma comunhão com a criança curiosa que vive, brinca e testa objetos”.
Na proposta de experimentação, a peça conta com algo único na composição do cenário, construído junto com a narrativa. Com o uso de um projetor, água, corante e flores, que proporcionam uma beleza singular, quase como um balé, que conquista ao parecer ensaiado e improvisado ao mesmo tempo. E por falar em dança, a apresentação é um convite para saborear belas coreografias também. Enquanto a borboleta aprende a criar asas, no sentido literal e figurado, os três personagens dançam, com músicas que mexem com o coração até dos durões.
A dramaturga e atriz Ana Villas Bôas, que interpreta a borboleta, compartilha que “o grupo, bem como a ideia da peça, surgiram na Faculdade de Artes do Paraná, durante a disciplina de escrita criativa”. Os atores que antes estudavam juntos hoje formam a Companhia Sangá de Teatro. A peça é inspirada nos contos “O menino e a Borboleta Encantada” e “A menina e o Pássaro encantado”, de Rubem Alves. O grupo conseguiu, com a filha do autor, a autorização para fazer a peça.
E se “caixas nunca são apenas caixas”, mas sim “guardadoras de memórias”, nas palavras da personagem pássaro (interpretada por Juliane Santos), “A travessia da Borboleta” ficará guardada muito bem na caixinha de momentos preciosos da plateia, que aplaudiu de pé ao final da primeira sessão. Com direção de Cadu Cinelli, que se diz emocionado com a estreia da companhia no Festival de Curitiba, o espetáculo foi apresentado apenas nesta quarta-feira (05), em duas sessões, na Alfaiataria Espaço de Arte.
A Travessia da Borboleta
FICHA TÉCNICA
Companhia: Sangá Cia. de Teatro / Elenco: Ana Villas Bôas, Gilmar Magalhães, Juliane Santos / Operação de luz: Ike Rocha / Operação de som: Cadu Cinelli.
*O jornalista e crítico Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do Festival de Curitiba.
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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