Mulheres de Areia: Paulo Betti relembra Wanderlei: ‘Que eu não tenha um ataque cardíaco ao ver a passagem do tempo’ | Entrevista do Arcanjo
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
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O insinuante Wanderlei, interpretado por Paulo Betti, é amante da ácida Raquel (Gloria Pires), a gêmea má de Mulheres de Areia. A novela, que volta ao ar dia 26 de junho, no Edição Especial, na Globo, tem lugar importante na carreira do ator, que também está no folhetim das seis, Amor Perfeito, como o prefeito Ancelmo Evaristo.
Na trama, Raquel, interessada somente no dinheiro do jovem empresário Marcos Assunção (Guilherme Fontes), consegue seduzir o rapaz e levá-lo ao altar, no lugar de Ruth (Gloria Pires), sua irmã gêmea, que verdadeiramente o ama.
Enquanto isso, ela mantém encontros às escondidas com Wanderlei, mas é descoberta pelo escultor Tonho da Lua (Marcos Frota). Após desaparecer num acidente no mar, e ser dada como morta, Raquel descobre que sua irmã está se passando por ela e planeja se vingar. Ela se une a Wanderlei para dar um golpe na família Assunção, além de se fantasiar de assombração para assustar da Lua.
O final de Wanderlei é trágico e envolve um assassinato. Em 1993, a morte de Wanderlei se tornou um dos principais assuntos do público, que estava ávido por saber quem teria sido o autor do crime.
Confira a entrevista de Miguel Arcanjo Prado com Paulo Betti a seguir.
Miguel Arcanjo Prado – Quais são as suas principais lembranças de seu personagem em Mulheres de Areia?
Paulo Betti – Lembro de conversas que a gente tinha, de ficar jogando sinuca. Lembro de gravações com o Guilherme Fontes, com a Gloria Pires. Lembro que eu falava muito que eu era o namorado mau da gémea má, porque tinha o namorado bom da gêmea boa (risos). Mas eu me lembro muito do clima. Lembro também do Marcos Frota fazendo o papel que tinha sido do Gianfrancesco Guarnieri na primeira versão dessa novela. Foi tudo muito agradável. Até hoje, em muitos lugares, as pessoas falam ‘Guanderlei’, porque a novela passou em vários países de língua espanhola, então eu fiquei muito conhecido como ‘Guanderlei’.
Miguel Arcanjo Prado – Como foi contracenar com nomes como Gloria Pires?
Paulo Betti – A Gloria Pires fazia o papel da gêmea boa e da gêmea má, e ela estava sempre às voltas com essa dualidade. Gloria Pires foi uma parceira incrível, a gente se relacionava muito bem e tinha altas conversas, sempre fui muito feliz trabalhando com ela.
Miguel Arcanjo Prado – Wanderlei teve um final trágico, ao ser misteriosamente assassinado. O que você acha do desfecho desse personagem?
Paulo Betti – Eu fiquei muito preocupado quando soube desse destino do personagem porque, naquela época, as revistas às vezes publicavam as matérias como se fosse sobre a gente. Eles não iam dizer ‘Wanderlei foi assassinado’, podia sair em uma revista ‘Paulo Betti foi assassinado’. Então eu tinha sempre essa preocupação em relação a minha mãe e aos meus familiares, para que eles não tomassem um susto vendo isso na imprensa. Era uma confusão danada.
Miguel Arcanjo Prado – Qual é a expectativa para estar no ar com dois papéis ao mesmo tempo, em novelas e épocas diferentes?
Paulo Betti – Que eu não tenha um ataque cardíaco ao ver a passagem do tempo (risos). A expectativa é de que o trabalho esteja bem-feito, que eu tenha feito bem o personagem naquela época, a passagem do tempo, inevitavelmente, será visível.
Mulheres de Areia – Edição Especial’ estreia dia 26 de junho, logo após o Jornal Hoje. A obra tem autoria de Ivani Ribeiro com colaboração de Solange Castro Neves. A direção é de Carlos Magalhães com Ignácio Coqueiro e direção geral de Wolf Maya. A novela ainda conta com Daniel Dantas, Vivianne Pasmanter, Eloísa Mafalda, Paulo Goulart, Evandro Mesquita, Oscar Magrini e grande elenco.
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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