Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Prestar a devida reverência a quem construiu o samba na cidade de São Paulo. Este é o objetivo do musical O Samba da Pauliceia e Sua Gente, o novo trabalho da Cia. Coisas Nossas de Teatro. A obra navega pela história do samba paulistano e nas transformações urbanas que afetaram os locais emblemáticos dessa manifestação artística na cidade. O espetáculo tem apresentações nos teatros Cacilda Becker (de 10 a 13 de agosto), Arthur Azevedo (de 17 a 20 de agosto) e Teatro Paulo Eiró (de 24 e 27 de agosto); e, depois disso, cumpre uma curta temporada no Centro Cultural São Paulo (CCSP), de 14 de setembro a 1º de outubro.
O trabalho tem direção geral de Cristiano Tomiossi, que está no elenco ao lado dos artistas-criadores Carlota Joaquina, Aldo Bueno, Tiganá Macedo, José Eduardo Rennó, Tayrone Porto, Lívia Camargo, Joaz Campos, Beatriz Amado, Roquildes Junior, Miró Parma, Alexandre Moura, Ildo Silva, Débora Veneziani e Zuba Janaína. A dramaturgia foi criada por Paulo Rogério Lopes e conta com a colaboração dos artistas da companhia.
Comunidade do samba
A trama se desenrola durante os momentos finais da Vila Primavera, uma fictícia comunidade paulistana do samba que está prestes a ser despejada para dar lugar ao suposto progresso da cidade. Os moradores se reúnem para uma emocionante despedida, decidindo celebrar sua cultura e identidade por meio de uma última noite de samba.
Para isso, eles pedem ajuda a Madrinha, a moradora mais antiga e guardiã das memórias da comunidade. Ao longo da peça, ela compartilha suas experiências e memórias, transportando os personagens e o público para o passado e “pincelando” fatos que fazem parte da história do samba em São Paulo.
A partir das vivências dos moradores da Vila Primavera, o espetáculo revisita das raízes do samba até a sua consolidação como uma expressão cultural de resistência. Ao mesmo tempo, propõe uma reflexão sobre as mudanças urbanas que impactaram os territórios pretos, bairros históricos do samba, e as consequências dessas transformações para a comunidade.
A montagem transmite a força e a resiliência de uma comunidade que luta para manter sua identidade. E convida os espectadores para refletir sobre a importância de preservar as raízes culturais mais autênticas e valorizar a memória coletiva, além de destacar o samba como bandeira de resistência e como uma manifestação que carrega consigo a história e a voz do povo.
O Samba da Pauliceia e Sua Gente
Ficha Técnica
Artistas Criadores: Carlota Joaquina, Aldo Bueno, Tiganá Macedo, José Eduardo Rennó, Tayrone Porto, Lívia Camargo, Joaz Campos, Beatriz Amado, Roquildes Junior, Miró Parma, Alexandre Moura, Ildo Silva, Débora Veneziani, Zuba Janaína e Cristiano Tomiossi
Produção: Cia Coisas Nossas de Teatro
Direção Geral: Cristiano Tomiossi
Co-Direção: José Eduardo Rennó
Direção de Movimento: Zuba Janaína e Beto Alencar
Direção Musical: José Eduardo Rennó
Arranjos Musicais: Alexandre Moura, Roquildes Júnior, Beatriz Amado, Miró Parma, Ildo Silva, Marco França e Tiganá Macedo
Arranjos Vocais: Roquildes Júnior e Alexandre Moura
Preparação Vocal: Roquildes Júnior, Alexandre Moura e Dani Nega
Dramaturgia: Paulo Rogério Lopes
Figurinos: Maiwsi Ayana
Cenário: Kleber Montanheiro
Projeção: Denis Kageyama
Iluminação: Karen Mezza
Desenho e operação de som: JP Hecht e Thiago Aparecido de Moraes Alves
Diretor de Palco: Nilton Araújo
Sinopse
Os moradores da Vila Primavera, uma comunidade fictícia do samba paulistano, estão prestes a serem despejados para darem lugar ao “progresso da cidade”. Durante os momentos finais, eles resolvem fazer uma despedida regada a muito samba. Para isso, buscam Madrinha, a líder comunitária e mais antiga moradora da Vila Primavera, e, a partir das memórias dela, fazem um percurso pela história do samba de São Paulo e das transformações urbanas na cidade, reflexo de diversos despejos impostos ao povo.
Serviço
O Samba da Pauliceia e Sua Gente, da Cia. Coisas Nossas de Teatro
Classificação: Não Recomendado para menores de 14 anos
Duração: 110 minutos
Teatro Cacilda Becker – Rua Tito, 295, Lapa
Quando: 10 a 13 de agosto de 2023, de quinta a sábado, às 21h, e no domingo, às 19h
Ingressos: Gratuitos, distribuídos na bilheteria uma hora antes da sessão
Teatro Arthur Azevedo – Avenida Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca
Quando: 17 a 20 de agosto de 2023, de quinta a sábado, às 21h, e no domingo, às 19h
Ingressos: Gratuitos, distribuídos na bilheteria uma hora antes da sessão
Teatro Paulo Eiró – Avenida Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro
Quando: 24 a 27 de agosto de 2023, de quinta a sábado, às 21h, e no domingo, às 19h
Ingressos: Gratuitos, distribuídos na bilheteria uma hora antes da sessão
Centro Cultural São Paulo – Sala Jardel Filho- Rua Vergueiro, 1000, Paraíso
Quando: 14 de setembro a 1º de outubro de 2023. Quinta a sábado, às 20h e domingos às 19h
Ingressos: Gratuitos, distribuídos na bilheteria uma hora antes da sessão
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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