Funny Girl chega ao Teatro Porto com Giulia Nadruz e Eriberto Leão em clássico da Broadway
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
A temporada de musicais em São Paulo está repleta de ótimas opções neste 2023! E uma delas estreia nesta sexta, 18. Sucesso retumbante da Broadway, o clássico Funny Girl ganha versão nacional, assinada por Bianca Tadini e Luciano Andrey, dirigida por Gustavo Barchilon, sob direção musical de Carlos Bauzys e produzida pela Barho Produções em parceria com a 7.8 Produções Artísticas. O espetáculo fica em cartaz no Teatro Porto, nos Campos Elíseos, em São Paulo, até 8 de outubro, com apresentações às sextas-feiras, às 20h, aos sábados, às 16h30 e às 20h, e aos domingos, às 15h30 e às 19h. Em seguida, o musical viaja para o Rio de Janeiro, onde faz temporada no Teatro Casa Grande, no Leblon.
Protagonistas tarimbados
A atriz escolhida para viver o papel da protagonista Fanny Brice na versão brasileira é a jovem Giulia Nadruz, que, com apenas 31 anos, tem em seu currículo musicais como West Side Story, O Fantasma da Ópera, Barnum-o rei do show, Tick Tick Boom!, Ghost e Shrek. Já o seu par na trama, o jogador Nicky Arnstein, é vivido por Eriberto Leão, que encara pela primeira vez um musical da Broadway. Os dois foram escolhidos em um longo e concorrido processo de audições com mais de 500 candidatos em duas semanas.
Um clássico da Broadway
Estreado em 1964, Funny Girl tem trilha de Julie Styne, letras de Bob Merrill, texto de Isobel Lennart e foi originalmente estrelado pela grande cantora e atriz Barbra Streisand, que também deu vida à protagonista da história na adaptação para o cinema dirigida por William Wyler em 1968. Recentemente, o musical ganhou uma nova versão americana que acaba de virar um recorde de bilheteria na Broadway. A montagem é protagonizada por Lea Michelle (que vive papel dos sonhos da sua personagem no seriado Glee, pelo qual a atriz ficou conhecida).
Entre a guerra e o sonho
O espetáculo, que se passa na época da Primeira Guerra Mundial, acompanha a trajetória da jovem judia Fanny Brice, que morava no Lower East Side e sonhava em ser uma atriz famosa. Ela consegue seu primeiro emprego no Vaudeville, mas sua mãe, a Sra. Rose, tenta dissuadi-la da carreira no show business alegando que a filha não tem uma beleza padrão. Ajudada e encorajada pelo jovem dançarino Eddie Ryan, ela logo vê sua carreira decolar, começa a explorar o humor em suas apresentações e se torna a estrela de Ziegfeld Follies. Certo dia, ela conhece e se apaixona pelo jovem. Nicky Arnstein, um jogador compulsivo. Mas enquanto Fanny ascende em sua carreira, o relacionamento deles se deteriora.
‘Clássicos precisam ser revistos’, diz Gustavo Barchilon, diretor de Funny Girl
Para Gustavo Barchilon, que se lembra com carinho das músicas de Funny Girl interpretadas por Barbra Streisand desde a infância, pois sua família as reproduzia em casa, o musical transcende a questão do feminismo e fala sobre o poder da mulher.
Quando falamos que a Fanny Brice estava à margem dos padrões, estamos nos referindo a uma época em que a mulher não tinha voz e ela era aquela menina que, desde o começo, disse que seria uma estrela. Uma mulher que já se posicionava e que chegou aonde chegou, é completamente fora dos padrões daquela época. E até hoje estamos discutindo sobre feminismo. Trazer uma biografia feminina e mostrar como existem mulheres poderosas há muito tempo me interessou bastante”.
Gustavo Barchilon
diretor de Funny Girl
O diretor conta que a versão brasileira busca adaptar a obra para a nossa realidade atual. “Acho que os clássicos precisam ser revistos, porque tem muitos espetáculos que hoje em dia são politicamente incorretos. E o Funny Girl também tinha alguns pontos assim. Eu me mudei para Nova York e sugeri algumas adaptações, expliquei para os detentores dos direitos do espetáculo o porquê estava fazendo isso e eles aceitaram e ficaram curiosos para ver as mudanças. Quem me conhece também sabe que, por mais que a peça se passe em outro lugar ou outra época, busco sempre trazer alguma coisa brasileira”, diz.
Ele ainda explica que nessa adaptação procurou mesclar aspectos da versão original do musical com o filme e outras referências. “Nossa versão é completamente original. Nós acrescentamos e cortamos o texto, inserimos músicas do filme, colocamos músicas que estão na montagem atual em cartaz na Broadway. Além disso, a nossa é a primeira montagem que se passa em um só ato. E toda essa mistura ainda tem um toque brasileiro, né?”, acrescenta.
A montagem tem alguns números grandiosos: são mais de 400 peças de figurino, 35 perucas e uma orquestra com 14 músicos. “Eu não teria como trazer um espetáculo de Julie Styne pro Brasil sem uma orquestra primorosa – o que já fiz em Gipsy. E o legal é que conseguimos com tudo isso montar um espetáculo clássico que se comunica com os dias de hoje”, comenta o encenador.
Funny Girl – A Garota Genial
Funny Girl – A Garota Genial conta a história de Fanny Brice uma jovem judia tratada como patinho feio pelos demais. Sonhando com o estrelato e a fama, ela rouba a cena num show local e é contratada por um famoso produtor que resolve investir em sua carreira. Já reconhecida por seu talento nos palcos, Fanny se apaixona pelo jogador compulsivo Nicky. Logo se casam, mas enquanto a carreira da atriz e cantora prospera, o relacionamento dos dois se deteriora.
Ficha Técnica
Direção Artística: Gustavo Barchilon
Direção Produção: Thiago Hofman
Produtora Associada: Cecilia Simoes
Versão Brasileira: Bianca Tadini e Luciano Andrey
Coreografia / Direção de Movimento: Alonso Barros
Direção Musical: Carlos Bauzys
Figurino: Fábio Namatame
Cenário: Natália Lana
Design de Peruca e Maquiagem: Feliciano San Roman
Design de Som: Tocko Michelazzo
Design de Som Associado: Gabriel Bocutti
Desenho de Luz: Maneco Quinderé
Direção de Arte: Gus Perrella
Serviço
TEATRO PORTO
Alameda Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos
Capacidade: 484 lugares
Acessibilidade
Bilheteria: Horário de funcionamento:
Somente nos dias de sessão 2h antes da apresentação
Telefone: (11) 3366-8700
Estacionamento próprio: Gratuito para clientes do Teatro Porto.
Site: www.teatroporseguro.com.br
Facebook: https://www.facebook.com/teatroporto
Instagram: @teatroporto
Instagram Musical: @funnygirlbrasil
Classificação: 12 anos
Quando? De 18 de agosto a 8 de outubro de 2023
Sexta às 20h
Sábado às 16h30 e 20h
Domingo às 15h30 e 19h
Valores: Ingressos a partir de R$ 25,00 (meia entrada)
– Plateia: R$ 250,00 (inteira) / R$ 125,00 (meia)
– Balcão: R$ 150,00 (inteira) / R$ 75,00 (meia)
– Balcão (Preço Popular): R$ 50,00 (inteira) / R$ 25,00 (meia) – Clientes Porto têm desconto de 30% na compra de até 2 ingressos – Clientes Cartão de Crédito Porto Seguro Bank têm desconto de 50% na compra de até 2 ingressos
Compras via internet: www.sympla.com.br
Duração: 110 min
Segundo a produção, o elenco pode ser alterado sem aviso prévio.
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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