A Tropa com Otavio Augusto marca 60 anos de carreira do grande ator no Teatro Vivo
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Aos 78 anos de vida e completando 60 anos de carreira, o grande ator Otavio Augusto está de volta aos palcos de São Paulo. Ele é o protagonista da peça A Tropa, que teve sete temporadas de sucesso no Rio de Janeiro desde 2016. Trata-se de uma espécie de volta do filho pródigo do ator radicado no Rio. Afinal, foi em terras paulistanas que o ator natural de São Manuel, no interior paulista, deu os primeiros passos na carreira. Na capital paulista desde os 14 anos de idade, Otavio Augusto estreou no rádio, como Jerônimo, de O Herói do Sertão. Nos palcos, estreou na década de 1960 no Teatro Oficina, dirigido por Zé Celso Martinez Corrêa, com quem trabalhou em peças lendárias como Pequenos Burgueses (1963), Os Inimigos (1966), O Rei da Vela (1967) — esta o marco no teatro do tropicalismo —, Galileu Galilei (1968) e Na Selva das Cidades (1969), obras que resistiram à ditadura militar. Na TV, esteve em novelas como Vamp, Tieta e Avenida Brasil. Já no cinema, atuou em Central do Brasil e Eduardo e Mônica, entre outros filmes. A Tropa faz sessões de 31 de agosto a 8 de outubro no Teatro Vivo, no Morumbi, com sessões às quintas, sextas e sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h. Na obra, o ator dá vida a um pai que recebe os quatro filhos em um quarto de hospital, para o que se torna um acerto de contas familiar. Em cena estão Alexandre Menezes, Daniel Marano, Alexandre Galindo e André Rosa, com direção de Cesar Augusto e texto premiado de Gustavo Pinheiro. A peça navega de forma inteligente por 50 anos da história da sociedade brasileira. Em junho de 2023, ele recebeu o Prêmio APTR pelo conjunto da sua carreira teatral, e coleciona importantes prêmios na carreira como Kikito, Prêmio Shell e nada menos do que cinco Prêmios APCA. Um grande artista.
Tenho três famílias teatrais fundamentais: a primeira foi no começo da minha carreira, no Teatro Oficina, ao lado de Zé Celso, Renato Borghi, Itala Nandi, Othon Bastos, Miriam Mehler, fazendo espetáculos fantásticos, como “Pequenos Burgueses” (1963), “Os Inimigos” (1966), “O Rei da Vela” (1967), “Galileu Galilei” (1968) e “Na Selva das Cidades” (1969). O segundo grande encontro teatral da minha vida foi com Fernanda (Montenegro) e Fernando (Torres), meus queridos amigos e parceiros de cena em grandes sucessos como “O Interrogatório” (1972), “O Amante de Madame Vidal” (1973) e “Suburbano Coração” (1989). E o terceiro encontro vivo desde 2016, com essa verdadeira família afetiva que se formou em torno de “A Tropa”. Sou muito feliz fazendo esse espetáculo com estes companheiros”.
Otavio Augusto
ator
“Num dia, apareceu na minha frente um sujeito que atuava com espontaneidade, humor, emoção. Um ator feito, que nasceu com a vocação. Era Otavio Augusto. É um ator verdadeiro, completo: é trágico, cômico, tesudo, antropofágico, e faz parte de uma linhagem rara de atuação brasileira”.
Zé Celso Martinez Corrêa
declaração no livro de A Tropa (Ed. Cobogó)
A Tropa
FICHA TÉCNICA
Texto: Gustavo Pinheiro | Direção: Cesar Augusto | Elenco: Otavio Augusto (pai), Alexandre Menezes (Humberto), Daniel Marano (João Baptista), Alexandre Galindo (Arthur) e André Rosa (Ernesto) | Stand-in: Daniel Villas / Gabriel Albuquerque | Cenografia: Bia Junqueira
Iluminação: Adriana Ortiz | Figurinos: Ticiana Passos | Operação de Luz: Clara Caramez I Operação de Som: May Manão I Assistente de Interpretação: Mariana Barioni I Cenotécnico: Jorge Luiz Alves I Fotos: Philipp Lavra e Isadora Relvas, Elisa Mendes, Pablo Henriques e Fernandovisky | Registro videográfico: Tiago Scorza | Assessoria de Comunicação: Adriana Balsanelli | Assessoria de Marketing Cultural e Gestão de Mídia: R+Marketing I Assistência de Produção: Ana Queiroz e Cristina Mullins I Produção Executiva: André Roman e Daniel Marano | Direção de Produção: Alexandre Galindo e João Bernardo Caldeira | Realização: AR Produções & Gênese Produções
Serviço
Teatro Vivo – Av. Chucri Zaidan, 2460 – Vila Cordeiro, São Paulo – SP
Temporada: De 31 de agosto a 8 de outubro – Quintas, sextas e sábados, às 20h. Domingos às 18h.
Novo telefone da Bilheteria: (11) 3430-1524
Ingressos: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia)
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 80 minutos
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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