Drag Race Brasil perde ponto na diversidade: brancas e magras dominam, enquanto negras e gordas são só 16,6%

Brancas, magras e do Sudeste: Drag Race Brasil perde ponto no quesito diversidade © Paramount+ Divulgação Blog do Arcanjo 2023

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

Mal estreou e o Drag Race Brasil já escorregou em um quesito importante: a diversidade. O programa do Paramount+, MTV e World of Wonder, que nada mais é que a versão brasileira de RuPaul’s Drag Race sem o seu criador, não reflete a exuberância brasileira. O Blog do Arcanjo explica o porquê. Das 12 drags participantes, só duas são negras (16,67%) e apenas uma é indígena (8,33%). A falta de diversidade também é refletida quando o assunto é representação geográfica do Brasil na competição, com maioria esmagadora de participantes do Sudeste, a região mais rica, com nove representantes no total, ou seja, 75% das escolhidas. Apenas uma representa o Nordeste (8,33%), uma o Norte (8,33%) e uma o Centro-Oeste (8,33%), enquanto que o Sul é a única região brasileira sem representação no reality. No questito diversidade de corpos, apenas duas das 12 dragas são gordas, o que dá esquálidos 16,67% do total. Com cinco drags, o Rio de Janeiro é o Estado com maior representação, com 41,67%, quase a metade do total. As participantes de RuPaul’s Drag Race Brasil são: Aquarela (MG); Betina Polaroid (RJ); Dallas De Vil (SP); Diva More (RJ); Hellena Malditta (BA); Melusine Sparkle (SP); Miranda Lebrão (RJ); Naza (SP); Organzza (RJ); Rubi Ocean (DF); Shannon Skarllet (RJ) e Tristan Soledade (PA). Grag Queen, vencedora do reality show musical Queen of the Universe, que foi produzido por RuPaul Charles em 2021, apresenta a versão brasileira do concurso de drags mais famoso do mundo. A bancada de jurados é composta pelo estilista Dudu Bertholini, e pela humorista Bruna Braga.

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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