Allan Oliver e Pedro Bandeira constroem parceria de sucesso no teatro com O Mistério de Feiurinha, O Musical
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
O Mistério de Feiurinha, O Musical reúne nova geração dos palcos em texto clássico da literatura infanto-juvenil
O consagrado escritor Pedro Bandeira é só alegria ao encontrar-se com o jovem diretor Allan Oliver, eleito pela lista Forbes Under30 Brasil um dos nomes promissores do teatro musical brasileiro com sua Dagnus Produções. A recepção efusiva se repete com o elenco de O Mistério de Feiurinha, O Musical, sua obra clássica da literatura infanto-juvenil que ganha montagem nos palcos nas mãos de Allan.
No Teatro Viradalata, onde o espetáculo ganhou temporada de sucesso, o escritor de 81 anos parece satisfeito em ver seu livro escrito em 1986 adaptado aos palcos 37 anos depois por um diretor de 24 anos, em diálogo intenso com as novas gerações de 2023, no palco e na plateia.
Esta é a segunda sessão que o mestre assiste à sua obra. E o elenco faz questão de homenageá-lo com “cacos” – quando um ator sai do texto e improvisa – durante o espetáculo e ao fim solicita sua presença no palco, para ser ovacionado pela plateia que lota o espaço numa tarde de sábado de intenso sol primaveril.
Ao deixar o palco, ainda muito assediado por crianças e adultos, que foram seus ávidos leitores no passado, como este jornalista e o fotógrafo desta reportagem, o autor encontra um espaço para falar com exclusividade ao Blog do Arcanjo.
“É uma maravilha, ver o meu texto sair do livro e ser encarnado por aqueles que são meus leitores, ver esses meninos e meninas é emocionante! O Allan Oliver é um grande diretor, e essa é a segunda vez que eu venho ver, agora com um novo elenco, porque ele vai mudando o elenco. Eles foram fiéis à história, mas enriqueceram com os personagens, com as músicas, danças e coreografias. É um espetáculo que tem que ser visto. Gostaria que realmente toda a sessão lotasse como esta de hoje, porque a criança adora teatro, ela adora ver pessoas no palco, mais do que a figura numa tela”, afirma um amável Pedro Bandeira.
O Blog do Arcanjo pergunta ao autor como é ver os personagens escritos há tanto tempo ganharem vida no teatro. Ele responde de pronto: “É lindo! Na verdade, como essa peça é mais ou menos fácil, as escolas fazem, mas fazem com crianças, e é um exercício bom na escola. Mas, profissionalmente, como o Allan Oliver está fazendo com minha obra, é mais raro. Porque é caro, são muitos personagens, figurinos, como você faz? Custa dinheiro e esse é o tipo de problema do teatro. Uma montagem dessa tem um gasto muito grande e ele faz sem patrocínio. Só os compositores ficaram meses compondo. Os atores ficaram meses ensaiando. Eles merecem patrocínio, esse é o tipo de coisa que tem que ter incentivo do governo e de empresas”, pontua o consagrado escritor.
Pedro Bandeira conta que ficou feliz quando Allan Oliver se aproximou e propôs montar sua obra. Além de O Mistério de Feiurinha, Allan tem projetos de encenar A Droga da Obediência, clássico de Pedro Bandeira escrito em 1984 e até hoje é um dos mais lendários livros escritos para o público adolescente no Brasil.
“Tem algum tempo que eu conheci o Allan Oliver. Nós nos gostamos de cara. Eu fui do teatro, fui ator profissional, e eu sei o duro que é fazer teatro. Então, para o teatro eu libero mesmo os direitos autorais. Eu não quero um tostão, eu quero ver a peça, eu quero ver a cara dessas crianças, e tem alguns que são muito talentosos”, elogia.
Ele confirma o sucesso atemporal de O Mistério de Feiurinha, que já virou filme de Xuxa em 2009, Xuxa em O Mistério de Feiurinha, dirigido por Tizuka Yamazaki. “Quando você fala em contos de fadas, você fala em emoções, e isso não morre nunca. Isso no ano 2023 ou no ano 3023, vai estar vivo. Tudo isso eu sabia o que seria, porque em O Mistério de Feiurinha eu estou trabalhando com material clássico, e eu estou ficando clássico”, diz, bem humorado. “Essa peça é de 1986, ela tem quase 40 anos, tem 37 anos, e continua tão boa quanto antes, porque não trata de tecnologia e coisas atuais, mas se trata de uma coisa que é eterna, que é emoção humana, alegria”, fala o autor.
Allan Oliver diz estar satisfeito com o sucesso da primeira temporada de O Mistério de Feiurinha. “Foi uma temporada de aprendizado, a primeira coisa que eu fiz foi público infantil. Eu já havia trabalhado com público adolescente, mas com crianças foi a primeira vez. O público infantil já tem tanta coisa, só que pegar um autor vivo, que tem projetos tão legais, que está aí ativo e em diálogo com o agora e colocar em cartaz é uma coisa que também não tinha. Então, foi um lugar interessante que a gente conseguiu”, define.
Allan Oliver diz que a convivência com Pedro Bandeira é puro ensinamento. E que aprende lições cruciais com o grande mestre. “Acho que essa disponibilidade dele é muito preciosa, de você estar o tempo todo querendo estar com as pessoas. Eu acho que essa vida corrida das artes, como a minha, que fico como roteirista, diretor e produtor, pode nos levar a não estar tanto com as pessoas. O Pedro é um cara que faz questão de estar com as pessoas o tempo inteiro, tanto com o elenco das crianças, a gelera da produção, quando vem algum veículo da imprensa como você ele está sempre receptivo. Ele tem isso, de querer estar com as pessoas, isso é uma verdadeira lição”, pontua.
Allan agora pretende levar O Mistério de Feiurinha para escolas e outros teatros.
E já se prepara para uma superprodução, Oliver Twist, O Musical, texto consagrado na Broadway que ganhará sua versão no Teatro Opus Frei Caneca nos meses de novembro e dezembro.
“Agora a gente faz o musical Oliver Twist em novembro e dezembro no Teatro Opus, com um elenco bem bacana, com Helga Nemetik e André Loddi, entre outros. A gente está bem animado, pois é o primeiro musical que a minha Dagnus Produções, vai colocar em cartaz em um teatro bem grande. Fazer um palco tão importante como o Teatro Opus Frei Caneca é um desafio, que é uma outra estrutura, é um outro ritmo. Não é um Oliver Twist réplica da Broadway, é um Oliver Twist novo, as canções são do André Cortada, a gente está bem empolgado, o elenco está bem de peso. Queremos todo mundo lá conosco entre 6 de novembro e 27 dezembro, com sessões segundas , terças e quartas, às 21h”, convida. Tem tudo para ser um grande sucesso.
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O Mistério de Feiurinha, O Musical faz sucesso nos palcos: Blog do Arcanjo mostra bastidores do espetáculo!
Oliver Twist, O Musical
Oliver Twist é um sucesso mundial de autoria de Charles Dickens que já ganhou versões através dos livros, filmes e na Broadway e West End. O musical da Dagnus Produções, idealizado, roteirizado e dirigido por Allan Oliver (indicado pela Revista Forbes como um dos jovens mais relevantes do Brasil e do mundo) e com canções, letras e direção musical de André Cortada traz uma nova versão da história de Oliver (Davi Augusto, Davi Gnann e Davi Sollis), um órfão entre as centenas que sofrem com a fome e o trabalho escravo na Inglaterra vitoriana. Ele sofre com a crueldade e acaba fugindo para Londres. Lá, ele é recolhido das ruas por Jack (Yudchi Taniguti) e levado a Fagin (Luiz Pacini), um velho que comanda um exército de pequenos marginais. Um dia, Oliver conhece Sr Brownlow (Guilherme Uzeda) um bondoso homem em quem finalmente enxerga um possível pai, e Fagin teme que ele denuncie seu esquema. Oliver é um menino doce que segue a voz do seu coração e de Deus (Letícia Soares). O elenco conta com nomes conhecidos dos palcos e das telas como Helga Nemetik, Thuany Parente, André Loddi, Gabriel Vicente, Paula Capovilla e Maria Clara Manesco. Além de Allan Oliver e André Cortada, a equipe criativa traz outros nomes já conhecidos de grandes musicais como Adenis Vieira, responsável pela direção Coreográfica, e Alessandra Regis que conduzirá a coordenação cênica e coreografias de sapateado e também novos e promissores como Letícia Catozi na direção residente e Eleonora Bronzolli como assistente de direção musical.
O Mistério de Feiurinha, O Musical: Veja imagens do espetáculo
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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