47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo vai de 19 de outubro a 1º de novembro: saiba todos os detalhes!

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

Chegou a hora de São Paulo mergulhar na Sétima Arte! A 47ª Mostra Internacional de Cinema acontece de 19 de outubro a 1º de novembro em 24 salas de cinemas, espaços culturais e CEUS espalhados pela capital paulista. Dez cinemas de São Paulo exibem filmes selecionados pela Mostra com ingressos que custam de R$ 12 a R$ 30. O festival também conta com exibições gratuitas em cinco locais, além de sessões a preços populares (R$ 2 a R$ 10). Conheça a programação.

As informações sobre ingressos e locais de exibição estão disponíveis no aplicativo exclusivo da Mostra, que também conta com toda a programação do evento e notícias. A versão atualizada do programa estará disponível para download no dia 14 de outubro. O programa também permite a aquisição de pacotes de ingressos das sessões presenciais, agenda de programação de títulos escolhidos, reserva de ingressos para credenciados e compra de ingressos individuais.

Além do programa exclusivo, pela primeira vez neste ano o aplicativo Mobiload vai dar acesso a recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva ou visual para cerca de 20 filmes da programação.

A Central da Mostra retorna no dia 14 de outubro com um balcão de informações no Conjunto Nacional, que funcionará também para venda de produtos ligados ao evento, como cartazes, bolsas, camisetas e canecas. Até o dia 18 de outubro, o espaço vai estar aberto das 12h às 18h. Já de 19 de outubro a 1º de novembro, a Central funcionará de segunda à sábado das 11h às 21h e, aos domingos, das 11h às 20h.

Mostra competitiva com 123 filmes

A Mostra Internacional de Cinema em São Paulo entrega o Troféu Bandeira Paulista a cineastas que realizam seu primeiro ou segundo longa-metragem, entre ficções e documentários. Durante a primeira semana de programação, os votos do público dos filmes que participam do evento são computados e as obras que integram a Competição Novos Diretores que foram mais bem avaliadas pelos espectadores são submetidas ao Júri desta edição (saiba mais sobre os jurados abaixo), que avalia e escolhe os longas vencedores.

Em 2023, 123 longas que integram a Competição Novos Diretores concorrem ao prêmio. Os vencedores serão anunciados no dia 1º de novembro, quarta-feira, durante a cerimônia de encerramento da 47ª Mostra.

Realizada há mais de duas décadas, a Competição já premiou realizadores como o iraniano Jafar Panahi (O Balão Branco, 19ª Mostra, 1995), o francês Bruno Dumont (A Vida de Jesus, 21ª Mostra, 1997), o dinamarquês Thomas Vinterberg (Festa de Família, 22ª Mostra, 1998), o mexicano Alejandro González Iñárritu (Amores Brutos, 24ª Mostra, 2000) e o brasileiro Marcelo Gomes (Cinema, Aspirinas e Urubus, 29ª Mostra, 2005).

Ano passado, o Júri concedeu o Troféu Bandeira Paulista de Melhor Filme para Aftersun, de Charlotte Wells (Reino Unido/EUA), e Menção Honrosa para o longa Salgueiros Cegos, Mulher Dormindo, de Pierre Földes (França/Canadá/Holanda/Luxemburgo), e para os atores Ali Junejo, de Joyland, dirigido por Saim Sadiq (Paquistão), e Zelda Samson, de Dalva, dirigido por Emmanuelle Nicot (Bélgica, França).

Júri da 47ª Mostra

Bárbara Raquel Paz

Atriz e diretora, fez parte do grupo TAPA e do Parlapatões, em teatro de rua e circo, trabalhou em mais de 30 peças, trajetória que lhe rendeu vários prêmios e a Medalha Cavaleiro, Honra ao Mérito Cultural do Ministério da Cultura, em 2013. Na TV, atuou em diversas séries e novelas. No cinema, participou de vários curtas-metragens e longas, incluindo Meu Amigo Hindu, de Hector Babenco. Produziu e dirigiu programas de TV, curtas e o documentário Babenco – Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, que estreou no Festival de Veneza 2019.


Emir Kusturica

Diretor de cinema e músico. Seu longa de estreia, Você se lembra de Dolly Bell? (1981) lhe rendeu um Leão de Ouro para diretores estreantes, em Veneza. Com Arizona Dream (1993) ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim. A primeira Palma de Ouro veio com o filme Quando Papai saiu em Viagem de Negócios (1985), feito que se repetiria 10 anos depois com o filme Underground: Mentiras de Guerra. Kusturica tem outros sucessos em sua filmografia, como Gato Preto, Gato Branco (1998), A Vida é um Milagre (2004), e o doc Maradona By Kusturica (2008), além do projeto musical Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra.


Enrica Fico Antonioni

Atriz e diretora italiana, viúva do diretor e roteirista Michelangelo Antonioni. Nasceu em Cavi di Lavagna, Itália e estudava arquitetura quando conheceu Antonioni. Enrica atuou nos filmes Identificação de Uma MulherAlém das Nuvens, filme que Antonioni codirigiu com Wim Wenders em 1995, e em um dos episódios de Eros. É diretora dos documentários Making a Film for Me is to Live (1995) e Con Michelangelo (2005). Foi assistente do diretor em Profissão: Repórter e no documentário China.


Lenny Abrahanson

Diretor e roteirista irlandês, nascido em Dublin, indicado ao Oscar de melhor direção com o filme O Quarto de Jack (2015). É diretor dos filmes Adam & Paul (2004), Garage (2007), O que Richard Fez e Frank (2012) e The Little Stranger (2018). Na TV, assina a direção da série Prosperity, realizada em 2007 e da minissérie Normal People (2020), baseada no romance de mesmo nome de Sally Rooney e estrelada por Daisy Edgar Jones e Paul Mescal. Aclamada pela crítica, Normal People soma vários prêmios e indicações de melhor direção e elenco.


Mariette Rissenback

Diretora-executiva do Festival Internacional de Cinema de Berlim. Nascida na Holanda, estudou na Rijksuniversiteit Utrecht e na Freie Universität Berlin. Trabalhou na Löhlein & Schonert, Tobis Film, Hofmann & Voges, Ziegler Film. Em 1998, abriu uma produtora em Hamburgo e trabalhou com Mika Kaurismäki. Em 2003, foi responsável pelas relações com festivais internacionais na German Films, a organização alemã para a promoção internacional do cinema alemão. Foi nomeada diretora-adjunta da German Films em 2006, passando a diretora-geral em 2011. Em 2019 selecionou 15 filmes que marcaram seus 16 anos na distribuidora alemã German Films para a 43ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, e participou de um bate-papo realizado no Espaço Itaú de Cinema – Augusta.


Welket Bunguê

Ator e argumentista luso-guineense, graduado em teatro em Lisboa, com pós-graduação em atuação na Uni-Rio. Welket foi protagonista de Berlin Alexanderplatz, longa de Burhan Qurbani, lançado comercialmente em 2020. No Brasil, atuou em A Viagem de Pedro (2022), de Laís Bodanzky, Joaquim (2018), de Marcelo Gomes, e Corpo Elétrico (2017), de Marcelo Caetano.

Diretores homenageados

A 47ª Mostra homenageia quatro diretores com os prêmios Humanidade e Leon Cakoff. O Prêmio Humanidade desta edição será entregue a dois documentaristas: o cineasta francês Sylvain George e o diretor americano Errol Morris. A homenagem é concedida a personalidades que demonstram questões humanistas, sociais e políticas pertinentes ao seu tempo de forma corajosa e sensível.

Sylvain George recebe o troféu pela pesquisa de linguagens apropriadas para garantir visibilidade e dignidade aos deserdados e pelo trabalho de combate às injustiças. A Mostra vai exibir os sete documentários dirigidos por ele. Já Errol Morris é homenageado por sua busca insaciável do que encanta e apavora no humano e o filme mais recente do diretor, O Túnel de Pombos, ganha sessão no festival.

O Prêmio Leon Cakoff vai para Emir Kusturica e Júlio Bressane, que recebe a homenagem na abertura do festival. Integram a programação os dois filmes mais recentes do cineasta carioca, o documentário A Longa Viagem do Ônibus Amarelo e a ficção Leme do Destino. Já a homenagem a Kusturica, que também é membro do Júri desta edição da Mostra, inclui a exibição da cópia restaurada de Underground: Mentiras de Guerra (1995), um de seus filmes mais icônicos.

O Prêmio Leon Cakoff, que leva o nome do criador do festival, falecido em 2011, é entregue desde 2012. Kusturica recebe o troféu para comemorar a história comum de sua trajetória com a da Mostra e também por sua capacidade de reinventar as utopias com seu trabalho. Já a escolha de Bressane para receber o prêmio nesta Mostra distingue, mais que a produtividade, a longa influência do cineasta carioca sobre o cinema de invenção, sua inquietação e sua insubmissão frente ao cinema de fórmulas.

SYLVAIN GEORGE

Nasceu em Vaulx-en-Velin, França, em 1968. É poeta e cineasta. Depois de se formar em filosofia, trabalhou como assistente social. Dirigiu os documentários O Impossível – Páginas Rasgadas (2009), Que Descansem Sem Paz (Imagens da Guerra) (2010), Fragmentos (Minha Boca, Minha Revolta, Meu Nome) (2012), Rumo à Madri (2021, 37ª Mostra), Paris É Uma Festa – Um Filme em 18 Ondas (2017), Noite Obscura – Folhas Selvagens (2022) e Noite Obscura – Adeus Aqui, em Qualquer Lugar (2023), exibidos e premiados em festivais como Locarno, CPH:DOX, Buenos Aires e Turim.

ERROL MORRIS

Nasceu em Hewlett, EUA, em 1948. Formou-se em Filosofia na Universidade da Califórnia. Um dos principais documentaristas norte-americanos, Morris realizou filmes como Portais do Céu (1978), A Tênue Linha da Morte (1988), Uma Breve História do Tempo (1992), Mr. Death (1999), Sob a Névoa da Guerra (2002), vencedor do Oscar de Melhor Documentário, Procedimento Operacional Padrão (2008), O Conhecido Desconhecido (2013) e American Dharma (2018).

EMIR KUSTURICA

Nasceu em Sarajevo em 1954. Kusturica é diretor de cinema, músico, ator, produtor e escritor. Entre os longas-metragens do cineasta sérvio estão Você Se Lembra de Dolly Bell? (1981), vencedor do prêmio de melhor primeiro filme no Festival de Veneza, Quando Papai Saiu em Viagem de Negócios (1985), ganhador da Palma de Ouro no Festival de Cannes, Vida Cigana (1988), que ganhou o prêmio de melhor direção em Cannes, Underground – Mentiras de Guerra (1995), também vencedor da Palma de Ouro em Cannes, Gata Preta, Gato Branco (1998), que recebeu o Leão de Prata em Veneza, além de A Vida É um Milagre (2004), Maradona by Kusturica (2008), Na Via Láctea (2016) e El Pepe, uma Vida Suprema (2018). A 25ª Mostra realizou uma retrospectiva de seus filmes em 2001. Também é fundador da banda Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra e diretor do Kustendorf International Film and Music Festival.

JÚLIO BRESSANE

Nasceu no Rio de Janeiro em 1946. Começou a carreira como assistente de direção em Menino de Engenho (1965), de Walter Lima Jr., e logo em seguida dirigiu os curtas Lima Barreto – Trajetória Bethânia Bem de Perto – A Propósito de um Show, ambos em 1966. Estreou como diretor de longas em 1967 com Cara a Cara. Em 1969, fundou com Rogério Sganzerla a produtora Belair, realizando no mesmo ano O Anjo Nasceu Matou a Família e Foi ao Cinema, cânones do cinema marginal. No ano seguinte, fez três filmes: A Família do BarulhoBarão Olavoo Horrível e Cuidado Madame. Também é diretor de obras como Brás Cubas (1985, 9ª Mostra), São Jerônimo (1998, 23ª Mostra), Dias de Nietzsche em Turim (2001, 25ª Mostra), A Erva do Rato (2008, 32ª Mostra), Educação Sentimental (2013, 37ª Mostra) e Garoto (2015, 39ª Mostra).

Convidados, homenageados e jurados

O Blog do Arcanjo mostra os convidados da Mostra que estarão em São Paulo durante o festival:

A Memória Infinita – Paulina Urrutia (atriz) e Maida Leturia (marketing)
A Sibila – Eduardo Brito (diretor)
A Sudestada – Edgardo Dieleke (diretor)
Armadilha – Nadejda Koseva (diretora)
As Outras – Alexandra Hyland (diretora)
Asog – Sean Devlin (diretor) e Amanda Ernst (produtora)
Caminhadas Noturnas – Ryan McKenna (diretor)
Camper – Dagmara Brodziak (atriz), Maciej Dydinski (editor/produtor) e Szymon Milas (ator)
Como Você se Atreve a Desejar Algo Tão Terrível – Mania Akbari (diretora)
Do Lixo ao Tesouro: Transformando Negativos em Positivos e Unidas por Bissau (Nô Kumpu Guiné): Agroecologia e Feminismo na Guiné-Bissau – Iara Lee (diretora)
Éramos Mineradores – Christian Johannes Koch (diretor) e Jonas Matauschek (diretor)
Gauguin e o Canal – Roberto Birindelli (ator)
Ida Vitale – Maria Arrillaga (diretora)
Máscara de Ferro – Kim Sung Hwan (diretor)
Não Só o Pássaro É Bonito – Alvaro Crespo (diretor)
Neve em Pleno Verão – Keat Aun Chong (diretor) e Wong Kew Soon (produtor)
Nôs Dança – Rui Lopes da Silva (diretor) e João Pedro Duarte (editor)
Nós Dizemos Revolução – Elisabeth Perceval (diretora)
Novo Mundo! (O Mundo de Novo) – Nicolas Klotz (diretor)
O Fogo – Luis Fontal (diretor)
O Posto Avançado – Edoardo Morabito (diretor) e Nathalia Scarton (produtora)
O Projeto Klezmer – Leandro Koch (diretor) e Paloma Schachmann (diretora)
Ospina Cali Colombia – Jorge de Carvalho (diretor)
Ousamos Sonhar – Waad al-Kateab (diretora)
Prisão nos Andes – Felipe Carmona (diretor) e Omar Zúñiga (produtor)
Rosinha e Outros Bichos do Mato – Marta Pessoa (diretora) e Rita Palma (produtora)
Seu Hobby – Ha Myung Mi (diretora) e Yang Young Hee (produtora)
Tomando Veneza – Amei Wallach (diretora)
Tudo Será Revelado – Peter Keglevic (diretor) e Wolfgang Rest (produtor) – de
Um Dia de Merda – Kevin T. Landry (diretor), Eve Ringuette (atriz), Isabelle Giroux (atriz) e Macha Houssart (produtora)
Um Príncipe – Arnaud Dommerc (produtor)
Vadio – Simão Cayatte (diretor) e Pablo Iraola (produtor)
Vale do Exílio – Anna Fahr (diretora)
Verdade ou Consequência? – Sofia Marques (diretora) e Isabel Machado (produtora)

HOMENAGEADOS

Júlio Bressane
Sylvain George

JÚRI

Bárbara Raquel Paz
Emir Kusturica
Enrica Fico Antonioni
Lenny Abrahamson
Mariëtte Rissenbeek
Welket Bungué

Cinemateca abriga Espaço Petrobras

A Petrobras retoma em 2023 o apoio à Mostra Internacional de Cinema inaugurando uma nova ação de patrocínio com a construção de um espaço temporário na Cinemateca Brasileira, batizado de Espaço Petrobras. O local vai ter ingressos a preços populares e vai exibir filmes da retrospectiva Michelangelo Antonioni, do premiado diretor sueco Lukas Moodysson e filmes ainda inéditos no Brasil. Além disso, a programação do local também é repleta de sessões especiais de filmes brasileiros.

No dia 22, o local vai abrigar o Domingo Musical, com a exibição de Saudosa Maloca, de Pedro Serrano, que será precedido por uma roda de samba com Everson Pessoa, autor da trilha do filme, e convidados. Meu Sangue Ferve por Você, de Paulo Machline, encerra a noite com canja de Sidney Magal.

Já no dia 23 é a vez da exibição do longa De Longe Toda Serra É Azul, de Neto Borges, que vai ser seguida de show de Zeca Baleiro, autor da trilha sonora. A programação musical do espaço é encerrada no dia 26 com a sessão de Mussum, O Filmis, de Silvio Guindane, com apresentação de uma roda de samba na sequência.

Os longas citados compõem a lista de filmes brasileiros que integram a programação da Mostra. No total, o festival exibe 74 obras do país, entre produções de novos diretores, de realizadores renomados, de longas-metragens restaurados e outros.

Sessenta e três filmes integram a Mostra Brasil, que forma um panorama contemporâneo da produção audiovisual no país. Três fazem parte da Competição Novos Diretores.

Também integra a programação da Mostra a exibição da cópia restaurada de Corisco e Dadá (1996), de Rosemberg Cariry, e de 25, de Celso Luccas e José Celso Martinez Corrêa, filme exibido em homenagem ao dramaturgo, diretor, ator e encenador Zé Celso, morto em julho. O filme registra as transformações provocadas pela Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) e foi apresentado na primeira Mostra Internacional de Cinema, em 1977, sem a presença dos diretores, exilados pela ditadura militar. A exibição do longa é precedida pela sessão de O Parto, curta que também foi dirigido pela dupla.

Prêmio Netflix

A Netflix anuncia a criação do Prêmio Netflix em parceria com a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que terá sua 47ª edição entre os dias 19 de outubro e 1 de novembro. É a primeira vez, depois de anos de exibições de filmes nacionais e internacionais, que a empresa entregará um prêmio no festival.

A premiação vai selecionar e adquirir os direitos de distribuição de um filme brasileiro de ficção participante da Mostra deste ano que ainda não tenha sido negociado com alguma plataforma de streaming. O filme vencedor do Prêmio Netflix, a ser anunciado no dia 1 de novembro, data de encerramento da Mostra, será exibido pela Netflix em mais de 190 países.

“Celebramos essa nova parceria com a Netflix e o estímulo que este prêmio traz à produção brasileira de cinema. Entre nossas missões, está apoiar e promover a produção cinematográfica brasileira, exibindo filmes nacionais e proporcionando visibilidade a novos talentos, e o prêmio reforça isso “, afirma Renata de Almeida, diretora da Mostra Internacional de Cinema de SP. 

“A criação desse prêmio representa um marco em nosso compromisso de mais de uma década com o audiovisual brasileiro, e, mais que nunca, com o cinema nacional autoral. É mais um passo em nossa jornada de colaboração com criadores e profissionais do cinema”, diz Gabriel Gurman, diretor de Filmes da Netflix no Brasil.

O júri responsável será composto por uma equipe formada pela Netflix e profissionais do mercado audiovisual. “Buscamos filmes ousados e inovadores, que contribuam para nossa missão de termos uma oferta plural e diversificada, com obras que abordem temas importantes em nossa sociedade e que, ao mesmo tempo, dialoguem com o maior número de pessoas possível”, completa Gurman.

Retrospectivas

A Mostra Internacional de Cinema em São Paulo realiza duas grandes retrospectivas dedicadas a mostrar o trabalho dos cineastas italiano Michelangelo Antonioni e francês Sylvain George.

Vencedor de inúmeros prêmios em festivais internacionais, Antonioni (1912-2007) tem sua obra revisitada com a exibição de 23 títulos realizados em 65 anos de atividade. A Mostra exibe longas e curtas, ficções e documentários, em que ele atuou como diretor, roteirista e produtor.

Entre os filmes premiados em festivais como o de Cannes, o de Berlim e o de Veneza, terão sessão desde suas produções mais conhecidas, como Profissão: Repórter (1975), Blow-Up – Depois Daquele Beijo (1966), e os que integram o que ele chamou de “trilogia da incomunicabilidade”: A Aventura (1960), A Noite (1961) e O Eclipse (1962), até os curtas que Antonioni dirigiu antes de realizar seu primeiro longa, em 1950. Os dois primeiros, Gente do Pó (1947) e Limpeza Urbana (1948), são, como estudos e desenhos feitos por artistas plásticos, ensaios em que se esboça uma característica recorrente do cinema do diretor.

A retrospectiva Michelangelo Antonioni que o público da Mostra tem a oportunidade de ver em 2023 estimula não apenas a compreensão de um conjunto coerente e da progressão de sua complexidade. Ela também evidencia como a obra de Antonioni, além da importância histórica, fertiliza, de modo consciente ou não, aspectos que definem o cinema contemporâneo mais autoral, como a rarefação narrativa, o expressionismo sensorial ou as situações sem motivo indeterminadas.

O cineasta, que também era pintor, assina o pôster da 47ª edição da Mostra. Suas pinturas também estarão disponíveis ao público durante o festival. O Instituto Italiano de Cultura de São Paulo vai abrigar uma exposição de 24 obras de Antonioni entre 23 de outubro e 17 de novembro. Os quadros podem ser vistos na avenida Higienópolis, número 436, com entrada franca, mediante agendamento. Completa a homenagem a leitura que os atores Fernanda Marques, Aury Porto, Christian Malheiros, Arlindo Lopes, Gabrielle Lopes, Brunna Martins, Augusto Madeira e Milhem Cortaz farão do roteiro de Tecnicamente Doce, que foi escrito por Antonioni e será filmado com direção de André Ristum, produção de Caio Gullane, Fabiano Gullane e André Novis em coprodução com a empresa italiana Vivo Film, associada à Enrica Antonioni.

FILMES DA RETROSPECTIVA ANTONIONI

A Aventura (Reino Unido/EUA, 1960)

A Dama sem Camélias (Itália, 1953)

A Noite (Itália/França, 1961)

Além das Nuvens (França/Itália/Alemanha, 1995), com codireção de Wim Wenders

As Mentiras do Amor (Itália, 1949)

Blow-Up – Depois daquele beijo (Reino Unido/EUA, 1966)

Crimes da Alma (Itália,1950)

Gente do Pó (Itália, 1947)

Identificação de Uma Mulher (Itália/França, 1982)

Kumbha Mela (Índia, 1989)

Limpeza Urbana (Itália, 1948)

O Amor na Cidade (Tentativa de suicídio) (Itália, 1953)

O Deserto Vermelho (Itália/França, 1964)

O Eclipse (Itália/França, 1962)

O Grito (Itália/EUA, 1957)

O Olhar de Michelangelo (Itália, 2004)

Os Vencidos (Itália/França, 1953)

Profissão: Repórter (Itália/França, 1975)

Roma (Itália, 1989) (episódio do longa 12 Registi per 12 Città)

Sicília (Itália, 1997)

Superstições (Itália, 1949)

Vulcões e Carnaval (Itália, 1992)

Zabriskie Point (EUA, 1970)

A Mostra realiza também uma retrospectiva com todos os filmes de Sylvain George. O cineasta francês, que recebe o Prêmio Humanidade desta edição do festival, vem compondo há menos de duas décadas uma filmografia que busca projetar imagens de grupos marginalizados. Imigrantes, sem-teto, indocumentados, excluídos e clandestinos povoam a filmografia do diretor francês.

Antes de realizar seus primeiros curtas, a partir de 2005, George graduou-se em filosofia, direito e ciências políticas, saberes que visivelmente se conjugam na construção de seu olhar.

Poeta e fotógrafo, além de cineasta, Sylvain George explora questões como justiça social, migração e guerras em seus longas. Uma das estratégias do diretor francês é inserir-se nos grupos, em vez de filmá-los de fora, à distância, como fazem as forças policiais (e o jornalismo). O processo imersivo possibilita perceber as dinâmicas e hábitos, mas não no modo captura de flagrantes e sim para compor uma poética na voz do outro.

Os documentários de Sylvain George foram exibidos e premiados em festivais como CPH:DOX, Buenos Aires e Turim. A Mostra exibe também seu filme mais recente, Noite Obscura – Adeus Aqui, em Qualquer Lugar, que recebeu menção especial em Locarno.

FILMES DA RETROSPECTIVA SYLVAIN GEORGE

Fragmentos (Minha Boca, Minha Revolta, Meu Nome) (França, 2012)

Noite Obscura – Adeus Aqui, em Qualquer Lugar (França/Suíça, 2023)

Noite Obscura – Folhas Selvagens (França/Suíça, 2022)

O Impossível – Páginas Rasgadas (França, 2009)

Paris É Uma Festa – Um Filme em 18 Ondas (França, 2017)

Que Descansem Sem Paz (Imagens da Guerra) (França, 2010)

Rumo a Madri (Espanha/França, 2021)

Espaços da 47ª Mostra

Circuito Pago

CINE SATYROS BIJOU

CINECLUBE CORTINA

CINEMATECA BRASILEIRA Sala Grande Otelo e Área Externa

CINESESC

ESPAÇO ITAÚ DE CINEMA – AUGUSTA Sala 1, Sala 2 e Sala 4

ESPAÇO ITAÚ DE CINEMA – FREI CANECA Sala 1, Sala 2, Sala 4 e Sala 5

IMS Paulista (a primeira sessão do dia é gratuita)

KINOPLEX ITAIM Sala 2

RESERVA CULTURAL Sala 1 e Sala 2

SATO CINEMA

Circuito com valores populares

BIBLIOTECA ROBERTO SANTOS

CCSP – Centro Cultural São Paulo | Sala Lima Barreto

SPCINE OLIDO

Circuito Gratuito

CEU Parque Veredas

CEU Meninos

CEU Vila Atlântica

CENTRO DE FORMAÇÃO CULTURAL TIRADENTES

PERMANENTES E PACOTES DE INGRESSOS

:: A partir do dia 14 de outubro, sábado, inicia a venda das permanentes e pacotes pelo app do evento (disponível para download a partir do dia 13, sexta-feira) e pelo site da Velox ::

:: a troca de ingresso ocorre pelo app, 5 dias antes de cada sessão, com acesso prioritário entre 09h e 10h::

*Permanente Integral (todos os dias e qualquer horário): R$ 600,00

*Permanente Especial (para sessões de 2a a 6a feira até às 17:55h, inclusive – não contempla finais de semana nem sessões noturnas): R$ 150,00

*Permanente Integral Folha (15% de desconto para o titular da assinatura para todos os dias e qualquer horário): R$ 510,00

*Permanente Especial Folha (15% de desconto para o titular da assinatura para sessões de 2ª a 6ª feira até às 17:55h, inclusive, não contempla finais de semana nem sessões noturnas): R$ 127,50

*Pacote de 40 ingressos: R$ 410,00

*Pacote de 20 ingressos: R$ 250,00

INGRESSOS AVULSOS

:: Disponível para compra 4 dias antes de cada sessão pelo app do evento e pelo site da Velox. No dia da sessão, uma pequena cota estará disponível para compra diretamente na bilheteria do cinema ::

*Segundas, terças, quartas e quintas: R$ 24,00 (inteira) | R$ 12,00 (meia).

*Sextas, sábados e domingos: R$ 30,00 (inteira) | R$ 15,00 (meia).

INGRESSOS | CIRCUITO COM PREÇOS POPULARES:

Cinemateca Brasileira: Espaço Petrobras (área externa): R$ 10,00 (todos pagam meia entrada, valor

oficial R$ 20,00)

Circuito Spcine: CCSP – Centro Cultural São Paulo (sala Lima Barreto), Spcine Olido e Biblioteca

Roberto Santos: R$ 4,00 e R$ 2,00

Mostra On-line

Itaú Cultural Play

Sesc Digital

Spcine Play

PATROCINADORES DA 47ª MOSTRA

Neste ano, a Mostra conta com o patrocínio master da PETROBRAS e do ITAÚ, a parceria do SESC, o patrocínio da SPCINE, o copatrocínio da DESENVOLVE SP, o apoio da ANCINE, do PROJETO PARADISO e do INSTITUTO GALO DA MANHÃ, a colaboração do ITAÚ CULTURAL, do TELECINE, da NETFLIX e do INSTITUTO ITALIANO DE CULTURA, o apoio técnico da CINEMATECA BRASILEIRA, da QUANTA, do CONJUNTO NACIONAL e da VELOX, a parceria do MELIÁ PAULISTA e do MERCURE HOTELS, a promoção da GLOBOFILMES, do CANAL BRASIL, da FOLHA DE S.PAULO, da TV CULTURA e da RÁDIO BAND NEWS.

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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