Marcio Aquiles lança livro de poesia A Queda Ontológica do Androide Místico

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
No mundo onde a inteligência artificial avança em velocidade estonteante, o escritor Marcio Aquiles tece um livro de poesia com um eu-lírico robô. Ele lançou nesta quarta, 6, seu novo livro de poemas, A Queda Ontológica do Androide Místico. Ele autografou exemplares no hall da SP Escola de Teatro, na Praça Roosevelt, onde é coordenador de Projetos Internacionais.
Na obra, um robô com alta capacidade cognitiva, modulado pelos dispositivos mais avançados da inteligência artificial, narra sua odisseia pós-apocalíptica.
Mas, não para por aí. As armadilhas da consciência, contudo, o levam à queda ontológica e ao misticismo irracional. Segundo o autor, a escritura é construída sobre e na tensão da possibilidade de que um eu-androide-lírico se inscreva em versos que narram sua história, seus prompts, datasets, sua formação e queda, os elementos e detalhes que compõem sua imitação de pós-humanidade.
Aquiles conta que trata-se de um longo poema que varia entre a primeira e terceira pessoas, sem um gênero fixo, em clave identitária de viés simbolista, tal como nos livros “O eclipse da melancolia” (Patuá, 2018) ou “A cadeia quântica dos nefelibatas em contraponto ao labirinto semântico dos lotófagos do sul” (Urutau, 2021).
Dividido em cinco partes, problematiza a linguagem poética que já surge solapada por sua própria existência, tal como aponta o prefácio de Drump Goo: “aceitando a polissemia, em um exercício sofisticado de apofenia, Marcio Aquiles, sem cair nas armadilhas fáceis da tecnofobia rasteira ou nos encantamentos da tecnofilia especulativa, interrompe o fluxo”.
Marcio Aquiles
Marcio Aquiles é escritor, crítico literário e teatral, autor de 15 livros, entre eles os romances “Artefato cognitivo nº 7√log5ie” (Prêmio Biblioteca Digital 2021) e “O amor e outras figuras de linguagem”; os volumes de poesia “A cadeia quântica dos nefelibatas em contraponto ao labirinto semântico dos lotófagos do sul” e “O eclipse da melancolia”; e a antologia dramática “O esteticismo niilista do número imaginário”. Como organizador, assina obras como “Teatro de grupo” (Prêmio APCA 2021), “Memórias do Cine Bijou” e “Teatro de grupo em tempos de ressignificação”. Tem formação acadêmica multidisciplinar constituída na USP, Unicamp, UFSCar e Schiller-Universität. Trabalhou cinco anos como jornalista e crítico teatral da Folha de S.Paulo. Desde 2014 é coordenador de projetos internacionais na SP Escola de Teatro. Em 2023, recebeu o 1º Prêmio Egresso Destaque Unicamp, “como forma de reconhecimento de sua distinta trajetória profissional”.
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Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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