Munir Kanaan chega à maturidade no teatro como produtor, diretor e ator com sua Gengibre Multimídia
Artista estreia solo Horror Lavanda, vai dirigir o drama Dois Papas e segue com o sucesso Hotel Mariana, três espetáculos de sua produtora Gengibre Multimídia
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
O produtor, ator e diretor Munir Kanaan acaba de completar 45 anos de vida. Razões para comemorar neste 2024 não faltam. Afinal, o artista chega à maturidade no teatro, demonstrando versatilidade em projetos consagrados e novidades que prometem causar impacto na cena cultural. O idealizador da peça de sucesso Hotel Mariana, com temporadas esgotadas desde 2017 com sua tocante história colhida pelo artista logo após o crime ambiental em Minas Gerais, estreia seu solo, Horror Lavanda, no Espaço dos Satyros, no centro de São Paulo, no próximo sábado, 4 de maio. A peça terá sessões nos dias 4, 11, 18 e 25 de maio, sempre aos sábados, às 19h (compre seu ingresso). O artista ainda se prepara para sua estreia como produtor e diretor no ambicioso projeto do espetáculo Dois Papas, adaptação do filme de 2019 dirigido por Fernando Meirelles e que abocanhou indicações ao Oscar, Globo de Ouro e Bafta. Descendente de imigrantes refugiados libaneses, o ator nascido em Itaquera, na zona leste paulistana, conversou com exclusividade com o Blog do Arcanjo. Relembrou sua infância, a aproximação com o teatro, a indicação como Melhor Ator no Festival de Gramado com o filme Nome Próprio, as novelas na Globo e a reinvenção da carreira como produtor cultural com sua produtora, a Gengibre Multimídia. Leia a Entrevista do Arcanjo a seguir.
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Miguel Arcanjo Prado – Munir, você chega aos 45 anos repleto de projetos nos palcos. O que pode adiantar?
Munir Kanaan – Fizemos Hotel Mariana nos dias 4 e 5 de abril na Galeria Olido e foi lindo. Em breve, faremos Sesc Santo André e em novembro vamos para o Rio de Janeiro. Já Horror Lavanda, meu solo com texto de Rui Xavier e direção de Gustavo Trestini, estreia agora em 4 de maio no Espaço dos Satyros, na Praça Roosevelt, 214, no centro de São Paulo, onde ficarei em cartaz aos sábados, 19h. E Dois Papas ainda estamos negociando as datas e o teatro, mas a estreia será em São Paulo. A dramaturgia é de Anthony MCcarten, com direção minha, supervisão artística de Gustavo Trestini e direção de produção de Eurico Malagodi. Ainda terá cenografia do Eric Lenate, figurinos de Fabio Namatame e trilha sonora original de Dan Maia. Estão escalados os atores Zé Carlos Machado, como o Papa Bento, e o ator Rafa Steinhauser, como Papa Francisco, além de Eliana Guttman como Irmã Brigitta e Carol Godoy como Irmã Sophia. Estão comigo na coprodução Rafa Steinhauser e Carol Godoy.
Miguel Arcanjo Prado – Antes de continuarmos sobre os trabalhos, queria saber mais sobre você. Você é daqui de São Paulo? Pode contar um pouco da sua origem?
Munir Kanaan – Eu nasci em São Paulo, em 1979, na zona leste, em Itaquera. Especificamente na Cohab 2. Aos 2 anos, fui morar no Recife, porque meu pai foi transferido para lá. Aprendi a falar no Recife, dizia mainha, painho. Era o único da família que tinha sotaque pernambucano nessa época. Aos 4, voltei para Itaquera, onde fiquei até os 25 anos. Aí o sotaque ficou paulistano de novo [risos].
Miguel Arcanjo Prado – Você é filho de imigrantes?
Munir Kanaan – Sim. Sou filho de uma família libanesa refugiada em São Paulo. Somos quatro irmãos e eu sou o caçula. Meu pai, Celso, faleceu quando tinha 13 anos, de acidente de carro. E minha mãe, Mariette, virou uma libanesa refugiada com quatro filhos para criar. Ela batalhou muito.
Miguel Arcanjo Prado – Como era sua vida nessa época de Itaquera?
Munir Kanaan – Jogava bola no Sesc Itaquera e comecei a fazer teatro aos 17 anos na Casa de Cultura Itaquera Raul Seixas, no Parque Raul Seixas, depois fiz Oficina Cultural Afredo Volpi. O teatro me trouxe para o centro. Porque minha vida antes era toda em Itaquera, morava e trabalhava lá, de vendedor em uma loja de sapatos e também em uma lanchonete. Eu estudava em Taquera, trabalhava em Itaquera, então eu trabalhei em uma loja de sapatos como vendedor, trabalhei numa lanchonete e no cartório de Itaquera. Foi o teatro que me apresentou o centro, porque passei a ver peças. O que me levou a querer mudar foi que fui chamado para substituir o Rodrigo Lombardi na peça O Céu e a Noite de Verão, do Paulo Pérez, no Teatro Paiol Cultural, e eles vendiam muitas sessões em vários horários. Minha vida estava uma loucura. Aí, aos 25 anos, me mudei de vez para a região central, para fazer o Núcleo Experimental do Teatro do Sesi, na Avenida Paulista.
Miguel Arcanjo Prado – E como foi entrar no Sesi?
Munir Kanaan – Foi difícil entrar, eram quatro fases de seleção e passei em todas. Eram dois anos, mas perdi o filé do filé, que era a montagem. No final do primeiro ano, pintou o meu primeiro teste pra longa, e era um longa do Murilo Salles, né? Nome Próprio, que foi protagonizado pela Leandra Leal. Fui fazendo os testes e ficou eu e outro ator, e o Murilo nos colocou a Fátima Toledo para nos preparar, e os horários batiam com o Sesi. Resolvi arriscar e passei. Não fiz a montagem do Sesi, mas fiz o filme Nome Próprio e fui indicado como Melhor Ator no Festival de Gramado.
Miguel Arcanjo Prado – Como foi viver tantas mudanças em pouco tempo?
Munir Kanaan – Minha vida era toda em Itaquera antes, minha namorada, minha família, meu trabalho. Então, vir para o centro de São Paulo, morar na Avenida Brigadeiro Luís Antonio, foi um susto cultural. Naquela época em Itaquera não tinha teatro, não tinha cinema, e, até mesmo pela renda familiar, culturalmente você tinha dois pensamentos: estudar e trabalhar. Então, não tinha muitas referências de arte e cultura, a maior era a TV mesmo.
Miguel Arcanjo Prado – Como você descobriu o teatro?
Munir Kanaan – Eu saí de Itaquera e fui ver um blockbuster no Shopping Penha. E na hora de ir embora o ponto de ônibus era em frente ao Teatro Martins Pena. Tinha um cartaz da peça A Cantora Careca. E resolvi ver. Aquilo foi uma machadada na cabeça de uma pessoa que só conhecia narrativa de novela da TV e de repente via um teatro do absurdo, com uma maneira de contar a história diferente, que deixava abertura para suas interpretações. Isso mexeu comigo. Depois vi muita peça no Teatro Ruth Escobar, na Bela Vista. E é isso que me interessa hoje, conversar com esse público que um dia eu fui. Por isso que eu gosto de teatro de prosa, por isso que eu gosto de teatro com narrativa mais clássica, com histórias, com personagem. Gosto de autoficção quando é boa, e de teatro com personagens também quando é bom. Sinto que o lugar do lúdico, do poético, para o público não iniciado, é mais forte. E eu estou sentindo falta.
Miguel Arcanjo Prado – E como foi desenvolvendo sua carreira?
Munir Kanaan – Como fui capturado pelo teatro, o fato de ter sido indicado no Festival de Gramado como Melhor Ator me colocou na carreira, foi quando comecei a entender que já tinha uma história como ator. Aí resolvi ir para cima. Nessa época tinha uma cara boa e fazia muita publicidade [risos]. Fiz todos os carros, bancos, cervejas… E tinha cachê teste nessa época [risos], mesmo que você não pegasse o papel já levava algo, não era essa coisa de self-tape [autoteste] feito de casa. Nessa época os cachês eram bons, pagava minhas contas. Uma publicidade que eu pegava era uns seis meses de trabalho no cartório. Aí descobri o agenciamento e fui fazer uma novela, O Profeta, no horário das 18h em 2006.
Miguel Arcanjo Prado – Eu me lembro que foi uma novela de muito sucesso. Como foi ir trabalhar no Rio na maior emissora do Brasil?
Munir Kanaan – Foi uma novela de muito sucesso. Depois fui chamado para fazer Duas Caras, no horário das 21h. E fiz também a série Dois Irmãos, com o Luiz Fernando Carvalho, um grande diretor que me deu um processo incrível. Morei no Rio por dez anos e tive um casamento lá.
Miguel Arcanjo Prado – Como foi lidar com a televisão?
Munir Kanaan – Tem um lado muito bom, porque você sente um reconhecimento, isso fazia um link do que eu tive toda a minha adolescência, que eu era fã de Vamp. O lado bom é ter um salário, fazer o que gosta, as pessoas te assistem, porque qualquer ator quer o reconhecimento.
Miguel Arcanjo Prado – Não só o ator, o jornalista também e todo mundo.
Munir Kanaan – Exato. Mas acho engraçado, porque lá atrás, há 20 anos, tinha uma culpa de ser reconhecido. Se você fosse para a TV existia uma coisa de você não ser artista, muita gente do teatro propagava isso. É uma mentira total. Minha geração foi muito prejudicada por esse tipo de visão. Até porque os novos atores não estão nem aí para virar influencer no TikTok ou no Instagram, e você vê atores mais antigos fazendo o mesmo. E as mesmas pessoas menosprezavam a TV, depois quando tiveram uma oportunidade numa novela ou série, elas foram correndo e nunca mais pisaram no teatro. O lado ruim é a TV ser o único marcador de sucesso. Ouvir sempre: ‘e quando você vai fazer sua próxima novela?’, não importa quantas peças você esteja fazendo. Eu tive um certo bode de TV, mas a TV não tem culpa nisso. Meu bode era o grande sucesso da TV fazer parecer menor o sucesso no teatro. Foi um período muito rápido, mas eu nunca ficava nervoso no set, aliás, eu adoro set. Gosto de cheiro de câmera, gosto de externa, adoro noturnas nesse lugar do orgulho que eles tinham. Mas com o sucesso na TV, também vem uma certa cobrança, até mesmo da família, mas hoje eles entenderam que eu tenho uma lojinha de teatro.,
Miguel Arcanjo Prado – É uma besteira querer rivalizar teatro com a TV. É uma ideia velha que não faz mais sentido.
Munir Kanaan – O teatro, no meu ponto de vista, é a profissão do futuro desse meio. Porque os contratos fixos com TV acabaram. Daqui a pouco uma webcelebridade vai vender a sua imagem e protagonizar filmes. Agora, o teatro é a mais alta tecnologia que existe. Onde você vai ver o ator na sua frente, ver cada gotinha de suor dele. Teatro tem carne, é risco, é ao vivo.
Miguel Arcanjo Prado – Como foi voltar para São Paulo após dez anos no Rio?
Munir Kanaan – Não foi fácil, porque na verdade eu estava há muito tempo com a minha produtora no Rio e também como ator. No audiovisual você tem a coisa do teste, no teatro musical também. Mas no teatro de prosa não tem. Na verdade são os amigos que chamam os amigos e por aí vai. Então, eu estava muito fora. Também tive mudanças na minha vida, pois depois de uns três anos de volta a São Paulo, meu casamento também chegou ao fim. Estava precisando me reinventar. Só que a vida tem seus mistérios, né? Como já tinha minha produtora, pensei: por que que eu não passo a produzir peças? Porque eu não vou ficar lá pedindo: ‘me chama pra peça’. Não sabia por onde começar, mas queria que algo me escolhesse de verdade, eu não sabia como fazer isso, mas isso estava muito dentro de mim, porque eu acreditava na força de algo que transborda para que aquilo aconteça, não estou só falando no sentido artístico. Que também ajuda sem sombra de dúvidas, quando você é completamente identificado com o que você está falando. Mas a força que move, que materializa o trabalho. E aí aconteceu Hotel Mariana.
Miguel Arcanjo Prado – É um projeto sensível que capturou toda a dor daquelas vítimas do crime ambiental em Minas Gerais.
Munir Kanaan – Vi a notícia e fiquei incomodado. Obviamente com as mortes, com a injustiça e também com o rio. Deu cinco dias e eu estava lá em Mariana com o gravador na mão. Foi em 2015.
Miguel Arcanjo Prado – Você foi muito repórter como dramaturgo. Chegou no olho dos acontecimentos. E rendeu uma obra prima.
Munir Kanaan – Fiz o caminho oposto: fui para um lugar de onde as pessoas queriam sair. Não sou jornalista, mas ser meio que um repórter me ajudou, porque eu consegui 12 horas de áudio e entrevistei 40 atingidos durante os resgates. Eu estava lá durante os resgates, eu estava nas pousadas, nos hotéis, nos alojamentos. E foi bom não ter levado câmera para filmar, era só áudio. O gravador não inibia aquelas pessoas. E eu não tinha nenhum veículo atrás de mim, não era nada tendencioso, eu só queria ouvir. Então essa escuta sincera foi o a grande chave para que aquelas pessoas falassem o que elas me disseram.
Miguel Arcanjo Prado – Deve ter sido um processo muito emocionante.
Munir Kanaan – Numa entrevista, liguei o gravador e a mulher ficou na minha frente uns 26 minutos em silêncio. Eu me lembro. Fiquei olhando o timecode e ela ali, em silêncio, aquilo gravando. Então, ela pôs a mão no coração e falou assim: ‘agora eu posso falar’, e começou a falar. Primeiro foi um trabalho de repórter, depois foi o do dramaturgo, em transformar 12 horas em 66 minutos, que é o que dura a peça Hotel Mariana. E nisso foi fundamental o Herbert Bianchi, que fez a dramaturgia comigo e também dirigiu o espetáculo. Estreou em 2017 e foi um grande sucesso desde então.
Miguel Arcanjo Prado – E você agora estreia um solo, Horror Lavanda, e vai produzir um grande drama, Dois Papas?
Munir Kanaan – Estamos vivendo no teatro como se fosse uma era pós-guerra. As pessoas querem ver a vida. Me entendi como produtor com a minha produtora, a Gengibre Multimídia. Fiz meu solo Horor Lavanda, no qual interpreto um advogado na peça que discute o julgamento constante das redes sociais. Depois, assistindo ao filme Dois Papas, pensei comigo: isso dá uma peça. E aí eu entrei em contato com um escritório lá na Inglaterra e descobri que o filme vinha de uma peça de teatro. Mandaram o texto e pra minha felicidade no texto tinha os dois papas e duas freiras, o que eu preferi. Foi uma loucura, seis meses de negociação. Não é qualquer texto. E a gente comprou esses direitos e é a minha primeira produção de Lei Rouanet. Resolvi organizar toda essa minha nova fase no site da Gengibre Multimida, que organiza tudo isso, uma ferramenta de apresentação destes meus trabalhos.
Miguel Arcanjo Prado – Como você se vê nesse ano com três projetos que você pensou sendo concretizados em linguagens diferentes, em palcos diferentes?
Munir Kanaan – Quando eu estava organizando a história do site da Gengibre Multimida, o teatro é feito de circuitos e você tem que entender como artista onde que você vibra, onde que está a sua verdade, para que aquilo seja prazeroso e resulte em obras que te representa. Tem dois circuitos que me interessam que é o comercial, o que eu posso fazer um teatrão, atingir o público de um teatro Faap, mas que é algo que você precisa de mais verba, e tem o teatro de pesquisa, que é a companhia de teatro, que começou com Hotel Mariana e foi concretizada com Horror Lavanda. O que é a Gengibre? É uma ferramenta que produz e administra a companhia de teatro Então projetos como Hotel Mariana ou Horror Lavanda entram na linha de pesquisa, uma companhia de teatro que desenvolve dramaturgias originais, mas a produtora tem os projetos dela, e eu estou começando a me associar com outras pessoas na produtora e me vejo como membro de uma companhia de teatro horizontal, com uma companhia líquida, com um núcleo, mas que pode abrigar mais pessoas dependendo do projeto.
Miguel Arcanjo Prado – Qual dica você daria para quem está começando na profissão de ator?
Munir Kanaan – Entenda os mecanismos de cultura do país, da cidade, do estado e tente começar a viabilizar seus projetos, encontrar seus parceiros, porque a gente não faz o rolê sozinho. Não dá para você ficar ali parado esperando um convite, eles aparecem de vez em quando, mas isso não resolve suas contas. Então, faça de tudo, encontre seu caminho, seja um artista político e encontre seus pares. E aí, é suor e amor, não tem como. Essas são as duas coisas mesmo.
Miguel Arcanjo Prado – Qual seu maior desejo hoje?
Munir Kanaan – Eu estou muito apaixonado por teatro, não estou exagerando, estou absolutamente apaixonado. O meu desejo é daqui cinco anos eu poder olhar para uma parede e ver peças que idealizei, produzi ou atuei em cartaz, que saíram da minha produtora. Hoje, para mim, a Gengibre Multimídia é a lojinha, porque eu nunca senti tanto prazer na minha vida no teatro, nem a televisão, nem o cinema me deram esse prazer, mas olhando para o futuro, eu quero uma parede com peças que eu produzi. Virou meu objetivo de vida.
Miguel Arcanjo Prado – Por que você deixou de ser Munir Pedrosa para ser Munir Kanaan?
Munir Kanaan – Graças à luta das pessoas pretas, eu comecei a perceber a importância de termos orgulho de nossas raízes. Claro que não comparo à dor das pessoas negras, mas comecei a entender esse lugar, que me chamavam para fazer teste de homem bomba, ou me chamavam de turco e eu precisava responder: ‘eu sou brasileiro, e não sou filho de turcos, mas de libaneses’. Não se fala que um brasileiro é argentino, nem que um coreano é japonês. É a mesma coisa chamar um libanês de turco. Eu não sabia que isso me agredia, Miguel. Só fui percebendo de uns tempos para cá. Essa coisa de chamar para teste só de descendentes árabes, tinha as piadinhas. Falavam que a grafia de Kanaan era muito difícil. Até que um dia eu estava numa conversa com uma garota e ela me falou: ‘vai explodir, homem bomba’? Eu falei para ela: ‘essa é uma resposta racista da sua parte’. Ai eu pensei: quer saber? Kanaan sou eu, é o meu sobrenome, herdado da minha mãe. É minha origem. Assumi minha raiz com todo o orgulho do mundo.
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HORROR LAVANDA
Horror Lavanda teve sua estreia nacional em 2022 e é o espetáculo responsável por consolidar a Companhia de Teatro. Reconhecido pela sua qualidade e relevância, o projeto foi contemplado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. A Peça Aborda os desafios da hiperconexão e ressalta a importancia do Estado de direito. De maneira crítica e reflexiva, Horror Lavanda discute a verdade em tempos de cancelamento submetendo o espectador à vergonha do sensacionalismo.
SINOPSE
Na hiperconexão do mundo contemporâneo, os julgamentos se formam quase instantaneamente, e a opinião pública na internet é, sozinha, o juiz, o júri, e, com frequência, o carrasco. Para aceitar um caso com potencial para mudar sua vida, um advogado – protagonista e narrador da nossa história – terá que enfrentar essa onda, sem ter a certeza de que seu cliente, um poderoso industrial acusado do assassinato atroz de uma criança, seja realmente inocente. Preso entre a oportunidade na carreira e o dilema moral, vítima de sua própria ambição, o protagonista ignora os apelos à razão que lhe vêm da voz feminina, representada pela sua esposa, bem como seu próprio instinto, e se encaminha para um encontro para um encontro definitivo com a monstruosidade humana. Na intimidade da plateia, cabe a nós decidir: esse homem tem sua parcela de culpa, ou sua tragédia é somente um azar? Como nos comportamos, cada um de nós, na histeria dos maremotos digitais, que a cada vez mais transbordam para a realidade de maneira perigosa?
FICHA TÉCNICA
Idealização: Munir Kanaan
Dramaturgia: Rui Xavier
Direção: Gustavo Trestini
Elenco: Munir Kanaan
Arquitetura Cênica: Eric Lenate
Desenho de Luz: Rodrigo Caetano
Trilha Sonora e Vídeo: L.P. Daniel
Figurino: Carol Reissman
Operação de Som: May Manão
Op. de Mapping: Alexandre Gonzalez
Direção de Produção: Munir Kanaan
Realização: Gengibre Multimídia e Companhia de Teatro
SERVIÇO
Horror Lavanda
Temporada: De 04 a 25 de Maio
Quando: Sábados às 19h00
Onde: Espaço dos Satyros (Praça Franklin Roosevelt, 214, Consolação – São Paulo – SP)
Duração: 60 min.
Classificação Indicativa: 14 anos
Gênero: Drama/Suspense
Ingressos: R$ 40,00 (Inteira) e R$20,00 (Meia-entrada)
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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