★★★★ Crítica: Entre Franciscos: O Santo e o Papa tem tocante embate entre dois defensores do amor ao próximo

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

★★★★
ENTRE FRANCISCOS: O SANTO E O PAPA
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado

Dois homens célebres, cujo encontro tem muito a nos ensinar, são o cerne do espetáculo de teatro Entre Franciscos: O Santo e o Papa, em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo. Um deles é nosso contemporâneo, o argentino Papa Francisco, atual chefe do Vaticano e que escolheu ser xará de um admirado santo, no caso, o segundo homem dessa história, São Francisco de Assis, cujas lições de humildade e amor à natureza e aos animais perpassam os séculos. Tal encontro fictício é criação de um engenhoso e sensível Gabriel Chalita. Profícuo escritor com mais de 90 títulos publicados e que sempre traz para os palcos importantes reflexões filosóficas, ele colocou nas mãos do diretor Fernando Philbert, profissional de mão delicada para recados profundos, conduzir a encenação que aposta no intenso jogo cênico entre dois grandes atores: César Mello, como o italiano frei de Assis, e Paulo Gorgulho, na pele do atual Bispo de Roma. Tudo se passa na lavanderia que o Papa abriu no Vaticano para atender pessoas em situação de rua. Guilherme Logullo, nome com amplo conhecimento tanto dos palcos quanto de seus bastidores, é quem assume a direção de produção da peça já consagrada em terras cariocas e que agora pode ser prestigiada pelos paulistanos. É preciso destacar a cenografia sofisticada de Natália Lana, com suas máquinas de lavar ao fundo, a luz sutil de Vilmar Olos e o sóbrio figurino de Karen Brusttolin. Também estão no time criativo Gui Leal na envolvente trilha, Giovanna Parra na produção executiva e Renata Ricci na assistência de direção. Com lirismo e profundidade, o texto traz muito do pensamento de São Francisco de Assis, recuperado recentemente pelo Papa Francisco em seu Pontificado, voltado àqueles que menos têm, em uma real lição do que é a essência do cristianismo real, a despeito dos fariseus contemporâneos. Com sua ampla defesa de uma relação harmoniosa e respeitosa do homem com a natureza, a peça de Gabriel Chalita ganha ainda mais contundência diante da recente catástrofe climática no Rio Grande do Sul, momento no qual os brasileiros são conclamados à solidariedade franciscana. Porque é preciso cultivar a humanidade diariamente. Afinal, como muito bem diz Gabriel Chalita no programa do espetáculo: “Desistir do ser humano não é uma opção para quem compreende o texto do existir”.

★★★★
ENTRE FRANCISCOS: O SANTO E O PAPA
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado

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Entre Franciscos: O Santo e o Papa

Ficha técnica: 

Elenco: Paulo Gorgulho e César Mello

Texto: Gabriel Chalita

Direção: Fernando Philbert

Cenografia: Natália Lana

Desenho de Luz: Vilmar Olos

Figurino: Karen Brusttolin

Trilha sonora: Gui Leal 

Design gráfico: Igor Gabriel Paz

Direção de produção: Guilherme Logullo

Assistente de direção/produção: Renata Ricci 

Assessoria de imprensa: GBR Comunicação 

Idealização: Gabriel Chalita

Realização: Luar de Abril

ENTRE FRANCISCOS, O SANTO E O PAPA 

Temporada: De 10 de maio de 2024 a 30 de junho de 2024 Horários: sexta, sábado e domingo, às 18h 

Local: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno Endereço: Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista – São Paulo/SP Duração: 70 minutos 

Bilheteria oficial: sympla.com.br 

Telefone: (11) 3288-0136 

Valores: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada) Vendas on-line: http://linktr.ee/entrefranciscos Lotação: 143 lugares + 6 espaços de cadeirantes Classificação: Livre 

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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