Olhar de Cinema tem 13 filmes com recursos de acessibilidade: ‘Democratizar o acesso’

Filme Greice terá sessão com acessibilidade no Olhar de Cinema © Divulgação Blog do Arcanjo 2024

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

Acessibilidade faz parte do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que ocupará as salas de cinema da capital paranaense de 12 a 20 de junho, com sessões no Cine Passeio, no Cinemark Mueller, na Ópera de Arame e também no Teatro da Vila, no CIC. Na programação, 13 sessões contarão com LIBRAS e audiodescrição.

“Todos os anos, o Olhar de Cinema busca sempre aprimorar o seu papel na democratização do acesso ao cinema, promovendo serviços que vão além da exibição de filmes a preços acessíveis, como a exibição de produções com recursos de acessibilidade, como LIBRAS e audiodescrição”.

Antônio Gonçalves Jr.
diretor do Olhar de Cinema

Para 2024, 13 sessões contarão com tais recursos, passando por diferentes mostras, como a Mostra Competitiva Brasileira, Mirada Paranaense, Pequenos Olhares, Novos Olhares, assim como os filmes de abertura e encerramento. Serão exibidos com recursos de acessibilidade as produções “Retrato de um Certo Oriente”, do diretor Marcelo Gomes; “A Cápsula”, produção de Maringá do diretor Ribamar Nascimento; o longa infantil de animação “O Sonho de Clarice”, de Fernando Gutierrez e Guto Bicalho; “Greice”, de Leonardo Mouramateus; “Quem É Essa Mulher?” de Mariana Jaspe; “Entre Vênus e Marte”, de Cris Ventura; “O Sol das Mariposas”, de Fábio Allon; “Idade da Pedra”, de Renan Rovida; e “Um Dia Antes de Todos os Outros”, de Valentina Homem, Fernanda Bond; “Salão de Baile”, de Juru e Vitã; e os curtas infantis “Casa na Árvore”, de Guilherme Lepca,”Lagrimar”, de Paula Vanina, e “Almadía, de Mariana Medina”. 

Os ingressos podem ser adquiridos pelo site oficial com valores a partir de R$8 (meia-entrada), com exceção para as matinês do Cine Passeio da Mostra Pequenos Olhares, em que o ingresso tem valor especial de R$6.

Blog do Arcanjo lista sessões com recursos de acessibilidade no Olhar de Cinema

No dia 13 de junho, às 14h, no Cine Passeio Luz, será a reexibição do filme “Retrato de um Certo Oriente”, escolhido para abrir a 13ª edição do Olhar de Cinema. O longa, que leva direção de Marcelo Gomes (“Paloma”, “Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar”), traz personagens que foram expulsos de suas terras por conflitos sociopolíticos e é baseado no romance do escritor amazonense Milton Hatoum, ganhador do Prêmio Jabuti de Melhor Romance (1990). Os irmãos libaneses, Emilie e Emir, católicos, embarcam do Líbano em uma viagem rumo ao Brasil. No trajeto, Emilie, se apaixona por um comerciante muçulmano, Omar, causando ciúme incontrolável por parte do seu irmão, que usará as diferenças religiosas para separá-los. Porém, antes de chegar ao destino final, em uma briga com Omar, Emir é gravemente ferido em um acidente e a única opção de Emilie é descer em uma aldeia indígena no meio da selva para encontrar um curandeiro que o salve. Após a recuperação do irmão, Emilie toma uma decisão que levará a consequências trágicas. 

O elenco de “Retrato de um Certo Oriente”, conta com Wafa’a Celine Halawi, Charbel Kamel, Zakaria Kaakour, Rosa Peixoto e Eros Galbiati. O roteiro é de Marcelo Gomes, Maria Camargo e Gustavo Campos. 

No dia 14 de junho, às 16h20, é a vez do longa maringaense “A Cápsula”, que integra a Mostra Mirada Paranaense, dedicada a promover um panorama sobre a cena audiovisual do Paraná. Com direção de Ribamar Nascimento, o filme se passa em uma realidade assolada por um desastre ocorrido há muitos anos, mostrando a história de dois irmãos, a jovem Mariana, vivida pela atriz Danielli Pasquini, e Dinho, interpretado pelo curitibano Bernardon Hohmann. Eles encontram uma cápsula do tempo com objetos dos antigos habitantes da região, a família Raymon, atraindo a atenção do chefe das gangues do local, Breu (Luiz Carlos Persy), iniciando uma busca por desvendar os mistérios do passado a fim de remediar os traumas do presente. 

Nos dias 15 e 16 de junho, às 10h30, ocorre a exibição do longa animado “O Sonho de Clarice” (Brasil | 2023 | 83’), de Fernando Gutierrez e Guto Bicalho, que fala sobre Clarice, uma menina esperta que demonstrará toda sua capacidade criativa para ter que lidar com a morte de sua mãe. Ela passa os dias com seu pai, tentando se distrair e brincar mesmo em meio aos dias cheios de trabalho dele como carroceiro. Dessa maneira, na sua rotina, Clarice imagina um mundo mágico em que contará com a ajuda de inusitados amigos para viver grandes aventuras e aprender a conviver com a ausência e a lembrança de sua mãe. 

Nos mesmos dias, às 13h, é a vez da exibição dos curtas “Casa na Árvore” (Brasil | 2024 | 8’), de Guilherme Lepca, que conta a história de Ariel, que, ao chegar na escola, percebe que seu amigo Dudu não está. O motivo da falta? O pequeno ficou resfriado. Na imaginação de uma criança que tem como afazer principal ir pra escola, a ausência pode significar uma permissão total para a brincadeira. E quem não quer brincar o dia todo? Ficar resfriado pode fazer parte do cotidiano de uma criança, mas não quando essa criança é Ariel; “Lagrimar”(Brasil | 2023 | 14’), de Paula Vanina, que mostra uma menina que anda sozinha por uma mata seca e árida, mas algo em sua cabeça produz vida. Em algum momento, sua caminhada é surpreendida por uma outra vida que brota dessa cabeça fértil, dando a possibilidade de uma amizade inusitada; e “Almadia”  (Brasil | 2024 | 8’), de Mariana Medina, em que acompanhamos a história de um jangadeiro e sua família, suas jornadas que, por um momento, se distanciam no mar em terra firme, e que voltam a se entrelaçar em uma nova perspectiva de amor e memória. 

No dia 16 de junho, às 14h, o filme “Greice”,  (Brasil | 2024 | 110’) da Mostra Competitiva Brasileira contará com recursos de acessibilidade no Cine Passeio – Sala Ritz.  Com direção de  Leonardo Mouramateus, a produção gira em torno de uma jovem mulher brasileira estudando e trabalhando em Lisboa. Em um dia de trabalho, Greice conhece Alfonso, e essa relação vai ser o estopim para uma série de acontecimentos que a levam de volta a seu Ceará natal. Com seus diálogos mordazes, interpretados por um elenco cativante, o filme trata com notável leveza de temas complexos ao redor das identidades, e em especial das relações sociais e de gênero.

Também no dia 16, às 14h, no Cine Passeio – Sala Luz, ocorre a exibição de “Entre Vênus e Marte” (Brasil | 2022 | 61’), da Mostra Novos Olhares. Dirigida por Cris Ventura, o filme mostra Ed Marte que, após séculos de hibernação em sua cápsula, ressurge na cidade de Belo Horizonte com a missão de resgatar a princesa Nickary. Misturando registros e dispositivos com a mesma anarquia furiosa e festiva de suas personagens, Cris Ventura cria um filme-OVNI totalmente auto-consciente de que a liberdade completa sempre será sua principal bandeira e mote.

Já às 16h20, é a vez da exibição de “Quem é Essa Mulher?” (Brasil | 2024 | 70’), de Mariana Jaspe, da Mostra Competitiva Brasileira. No filme, o público é convidado a pegar a estrada junto com a historiadora Mayara, que leva todos às origens da sua pesquisa sobre Maria Odília Teixeira, a primeira médica negra do Brasil. Nesse caminho, entenderemos aos poucos o quanto as trajetórias dessas duas mulheres, com os cem anos de história brasileira que as separam, têm em comum. Mariana Jaspe não se apega a um formato estático de aproximação documental, permitindo que o filme ganhe novos ares na medida em que essas histórias se iluminam mutuamente. 

No dia 17 de junho, às 14h15, “O Sol das Mariposas” (Brasil | 2024 | 105’), da Mostra Competitiva Brasileira, será exibido no Cine Passeio – Sala Luz. Dirigido por Fábio Allon, o filme, que é o primeiro longa ficcional em direção solo do cineasta, mostra Marta que, após a partida do seu marido, luta para manter funcionando o seu sítio de café resistindo aos avanços de um emergente agronegócio pelo interior do Paraná da década de 1970. Na medida em que sua relação com a colega Juliana se torna mais forte, vai ficando mais claro que o ambiente adverso e conservador ao seu redor é um risco tão grande quanto a promessa das geadas de um inverno inclemente. 

No mesmo dia, às 20h30, no Cine Passeio – Sala Luz, ocorre a exibição de “Idade da Pedra”(Brasil | 2024 | 70’), da Mostra Novos Olhares. Escrito, dirigido e protagonizado por Renan Rovida, a produção acompanha as andanças de Terceiro Mundo, um homem sem-teto que mergulha em uma deriva onírica pelas ruas da capital paulista. Fragmentos de tempos passados e presentes se enlaçam nessa dança entre memória, sonho e desejos de insurreição, em que a subjetividade de uma pessoa à margem favorece a reflexão crítica sobre um Brasil profundamente contraditório.

No dia 19 de junho, às 14h15, no Cine Passeio – Sala Luz, da Mostra Competitiva BRasileira, ocorre a exibição de “Um Dia Antes de Todos os Outros” (Brasil | 2024 | 73’). Com direção de Valentina HOmem e Fernanda Bond, o filme mostra a jovem Sofia, que improvisa rimas com suas amizades na comunidade em que vive, enquanto sua mãe Marli, organiza a desocupação do apartamento de classe média alta em que trabalhou por boa parte da vida como cuidadora. Na ficção, muitas camadas envolvem o público com sensibilidade no universo íntimo de suas personagens, revelando o afeto e também as dinâmicas de poder que atravessam as relações de três gerações de mulheres com importantes diferenças entre si. 

E, às 19h15, no Cinemark Mueller, será exibido “Salão de Baile”, filme de encerramento do Olhar de Cinema 2024. A produção do pesquisador Juru e da cineasta Vitã apresenta a cultura do ballroom, mostrando as Houses fluminenses, que se apropriam de influências estrangeiras e de elementos reconhecidamente brasileiros para construir um universo que combina dança, música, moda e performance a partir das experiências queer periféricas e racializadas. 

Além das sessões com recursos de acessibilidades, os seminários gratuitos do Olhar de Cinema também contarão com os serviços de inclusão, sendo ainda transmitidos ao vivo pelo canal oficial do festival no Youtube. Entre os temas a serem abordados, estão assuntos que vão além dos aspectos técnicos e estéticos da cinematografia, promovendo reflexões sobre o papel social da sétima arte.A programação completa dos seminários pode ser conferida no site oficial. 

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Jornalista cultural influente e respeitado no Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri de Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de São Paulo, Prêmio Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil de Curtas. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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