★★★★ Crítica: Eu Sou Um Mostro traz Fause Haten em performance provocativa e multifacetada

Fause Haten em Eu Sou Um Monstro no Teatro Vivo: último ato de trilogia performativa © Rafa Marques Blog do Arcanjo 2024

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

★★★★
EU SOU UM MONSTRO
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado

Fause Haten é um multiartista que trafega com naturalidade por áreas como a moda, as artes visuais e as artes cênicas. Sua nova performance, Eu Sou Um Monstro, em cartaz no intimista Espaço Convivência do Teatro Vivo — um acerto na programação sob curadoria de André Acioli —, atesta essa versatilidade. A obra encerra trilogia iniciada com A Feia Lulu (2014) e que teve ainda Lili Marlene, Um Anti Musical (2017). Tudo começa com o próprio artista, convidando, de forma despretensiosa, o público no saguão a acompanhá-lo no que seria uma visita guiada a uma exposição. Ao adentrar o espaço onde estão pendurados diversos quadros que circundam um amontoado de cadeiras, o guia convida o público a acompanhar o mesmo em uma leitura, pedindo a um espectador que se candidate voluntariamente como seu interlocutor. A performance se inspira no artista irlandês Francis Bacon (1909-1992) e sua conturbada relação com o namorado e muso Geroge Dyer. Mas, a história é só um ponto de partida para um grande tratado sobre como lidar como expectativas e recusar-se a encaixar-se em modelos preestabelecidos. O público entra em contato com um grande vazio existencial de um artista genuíno que não consegue preencher seus anseios com suas criações. A conquista de cada sucesso abre o próximo precipício. É como se a conquista desmantelasse todo seu castelo de areias de sonhos, como o próprio Fause faz com a pilha de cadeiras na sala, e disparasse um recomeço na tentativa de reencontrar o frescor criativo. Este desmantelamento constante desconstrói tudo ao seu redor para criar uma obra inclassificável, como é o próprio artista. Uma provocação digna de aplausos.

★★★★
EU SOU UM MONSTRO
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado

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De 25/05 a 28/07/2024 – Sábado 20h e domingo 18h. 14 anos. 50 minutos. R$ 100. Teatro Vivo – Espaço Convivência (Av. Avenida Doutor Chucri Zaidan, 2460 – Morumbi, São Paulo).

FICHA TÉCNICA:
Fause Haten | Diretor, Ator e Autor
Caetano Vilela | Designer de Luz
Associação SÙ de Cultura e Educação | Gestão e Produção

Blog do Arcanjo mostra imagens exclusivas de Fause Haten em Eu Sou Um Monstro no Teatro Vivo por Rafa Marques

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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