Márcio Telles volta ao Teatro Oficina com Atotô – Silêncio, O Rei Está na Terra

Atotô celebra orixá no palco do Teatro Oficina sob comando de Márcio Telles © Rafael Berezinski Divulgação Blog do Arcanjo 2024

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

Amado por Zé Celso e conhecedor dos mistérios afro-brasilerios, Márcio Telles está de volta à sua casa, o Teatro Oficina, que abriga nos dias 5, 12, 19 e 26 de agosto, sempre às 20h30, a remontagem do espetáculo Atotô – Silêncio, o Rei Está na Terra, com a Cia Odara. A peça com direção e produção de Márcio Telles tem numeroso elenco de cerca de 40 pessoas e celebra as tradições Yorubás.

Como o nome indica, a obra reverencia o orixá Obaluaê com um elenco negro. São atrizes, atores, bailarinos, dançarinos, cantores, músicos, percussionistas, capoeiras, sambistas, técnicos, produtores e promotores da cultura e das tradições de matriz africana, formando um time altamente potente.

O espetáculo de 90 minutos conta com as participações da cantora Raquel Tobias, Jônatas Petróleo, Renato Passarinho, Dogge, além das atrizes Lena Silva, Vera luz,Viviane Clara, Silvina Elias, Luzia Rosa, Stella Valentina e parte do elenco preto do Teatro Oficina. 

Uma exuberância que só.

O diretor de Atotô Marcio Telles © Rafa Marques Blog do Arcanjo 2023

Obaluaê no Oficina

Atotô se baseia nos confrontos da luz e a sombra, do amor e da dor. Inspirado em um dos Itans de Obaluaê, senhor da doença e da cura, ela se propõe a realizar “uma celebração à vida num rito-espetáculo que une diversas linguagens, sempre com um olhar espacial para a capacidade humana de adaptar-se à mudança, num eterno aprendizado que provém das coisas mais simples”, como explica Márcio Telles.

Ele também destaca que, assim como Obaluaê, que desenvolveu poder da transmutação e a magia da cura, o ser humano deve estar aberto a novos elementos e desafios de sua jornada em busca espontânea pelo desenvolvimento espiritual. Voltando ao cartaz após ser encenada na época da pandemia, o espetáculo ocupará datas do mês dedicado a Obaluaê e que também marca o aniversário do Teatro Oficina, que completa 63 anos de pura história, sendo o mais longevo grupo teatral do Brasil.

Teatro Oficina visto do terreno de Silvio Santos, onde os artistas sonham em criar o Parque do Bixiga, a exemplo do elogiado Parque Augusta - Foto: Bruno Poletti - Blog do Arcanjo
Teatro Oficina – Foto: Bruno Poletti – Blog do Arcanjo Arquivo

Atotô – Silêncio, o Rei está na Terra

Local: Teatro Oficina

Endereço: Rua Jaceguai, 520- Bixiga, São Paulo

Datas: 05,12,19 e 26 de Agosto, às 20h30

Duração: 90 minutos

Direção: Márcio Telles

Classificação indicativa: Livre

Ingressos: R$60 (inteira), R$ 30 (estudantes, professores de rede pública, classe artística mediante comprovação, moradores do bairro mediante comprovante de residência), R$5 (estudantes secundaristas de escola pública, imigrantes, refugiados, moradores de movimentos sociais de luta por moradia mediante comprovante)– limitados a 10% da lotação diária.

Ingressos antecipados: pelo Sympla https://bileto.sympla.com.br/event/96393

A bilheteria do teatro abre com uma hora de antecedência nos dias de espetáculo

FICHA TÉCNICA:

Direção e dramaturgia: Márcio Telles

Produção Executiva: Odara Produções 

Assistente de Direção : Rodrigo Andreolli

Direção de Cena: Elisete Jeremias e Larissa Silva

Coreografias: Cristina Matamba 

Assistentes de Produção :

Cibele Souza

Alex de Tata 

Willian Fagundes

Robson Akikanju

Atrizes e atores atuadores

Lena Silva 

Vera Luz 

Luzia Rosa

Mestre tijolo 

Robson Akikanju

Odá Silva

Silvina Elias

Vick Nefertiti 

Stella Valentina 

Alex de Tata

Mário Alves

Viviane Clara

Banda 

Voz principal :Raquel Tobias 

Coro de cantores /atuadores : 

Jônatas Petróleo 

Renato Passarinho

Dogge

Selma Paiva

Pérola Negrha

Analu Barbosa

Percussão: 

Daniel Oliveira 

Pepe San Miguel

Fefê Camilo

Carla Ribeiro 

Guitarra: Olegário Júnior 

Teclado: Juliana Rodrigues 

Violoncelo: Amanda Ferraresi

Arranjos: Ito Alves

Produção musical:Daniel Oliveira

Corpo de baile/dançarines:

Alexandra Souza 

Jaque Barbosa 

Gabi dos Anjos

Robson Akikànjú 

Janaina Reis 

Gislaine Roshelly

Vick Nefertiti

Eduardo Carvalho 

Cibele Souza 

Alex Rodriguez

Cristina Matamba 

Alex de Tata 

Mario Alves

Allan Costa 

Viviane Clara 

Iluminação:  Victoria Pedrosa

Operação de Foco Móvel: Angel Taize e Filipe Fonseca 

Técnico de som: DJ Clevinho

Técnico assistente e microfonista:Nick Guaraná

Câmera ao Vivo: Vitor Roza

Artes Visuais: Naná Prudêncio 

Make and Hair : Sandro Hefner Make

Social media: Francisco Bispo

Comunicação: Baobá Comunicação, Cultura e Conteúdo

Direção Geral: Márcio  Telles 

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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Em “Atotô – Silêncio, O Rei Está na Terra”, Exu, o mensageiro entre os dois mundos com seu gingado, convida o público a silenciar os pensamentos, em uma alusão ao significado da expressão ‘Atotô’, que significa silêncio. Os convidados são conduzidos  ao grande portal da floresta sagrada, onde atabaques e xequerês buscam consonância com violinos e violoncelos e onde todos poderão acompanhar o nascimento  do grande rei negro. Ele, coberto de palhas, se faz presente na terra por meio da dança dos corpos pretos, da música e da oralidade, para mostrar, por meio de seu elenco, que a verdadeiracura vem de dentro e que a transmutação é um processo contínuo de aceitação e mudança para todas as pessoas que buscam na celebração da vida a força para resistir e transformar o luto em luta.

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